Prepare as paredes e capriche na pintura
Quem nunca ouviu dizer que para mudar um ambiente basta pintá-lo de uma cor nova? E você mesmo pode pilotar a transformação, sem precisar de um profissional. Para ajudá-lo nessa empreitada, preparamos um guia que esclarece suas dúvidas. Começa com a definição do tipo de tinta e de seu acabamento, passa pela resolução dos defeitos mais comuns nas superfícies e vai até a forma de aplicar o produto.
Quer saber qual é o primeiro passo para um resultado nota dez? “Está associado à tinta correta e de qualidade”, ensina Ricardo Martins de Sá, professor do curso de pintura do Senai-SP. Há diversos produtos para uma mesma situação, mas não existe um que sirva para tudo. Ainda é preciso considerar o acabamento em relação à área. Em superfícies internas com imperfeições, evite o brilho, pois as falhas saltarão aos olhos. Tintas foscas funcionam melhor nesses casos, porém são mais porosas e não aceitam tanta lavagem. As acetinadas têm textura aveludada e vão bem dentro e fora de casa. E, se você procura o máximo de resistência, adote os produtos semibrilho ou brilhante: encaram melhor as lavagens, mas são menos receptivos a retoques. Quase todas as tintas dispõem de três versões. A premium garante mais qualidade e acabamento fino, respinga pouco, tem alto poder de cobertura, rende muito e é lavável. A standard mostra rendimento médio e boa cobertura, além de custar menos que a premium. Já a econômica é bem mais barata, porém cobre pouco, exigindo maior número de demãos.
Antes de começar o trabalho, coloque o espaço em ordem
Separados os materiais de pintura, como rolos, pincéis e bandeja, tire do ambiente tudo o que for possível. O que restar vai para a área central e deve ser coberto com plástico. Use fita-crepe para prender o plástico em toda a extensão do rodapé, forrando o piso. Retire os espelhos de tomadas e interruptores (desligue o disjuntor para não correr risco de choque), os quadros e, se o serviço incluir o teto, o lustre. Proteja os cantos das esquadrias com fita-crepe. Corrija as imperfeições da superfície com massa adequada e misture bem a tinta com um mexedor retangular. “Durante a aplicação, repita essa homogeneização algumas vezes para evitar alterações de cor ou brilho”, aconselha Fernando Domingues, diretor de marketing da AkzoNobel. Siga as especificações do fabricante ao preparar a tinta e despeje-a na bandeja.
Cálculo da tinta
O rendimento varia de acordo com o produto e as condições da superfície. Portanto, nenhuma conta será exata! Para obter uma estimativa de quanto precisará comprar, siga a fórmula: multiplique a área a ser pintada (metragem quadrada) pelo número de demãos que aplicará. Divida esse resultado pelo rendimento médio informado na embalagem da tinta. Dica : o cálculo dos produtos de alto rendimento é o mesmo, pois o único índice que varia é o rendimento descrito na lata – maior que o das tintas convencionais, será o responsável pelo menor consumo do material. Exemplo: 300 m² x 3 demãos = 18 litros (equivalente a uma lata) / 50 (rendimento)
Mãos à obra!
Verifique se tudo está limpo, sem manchas, pó ou qualquer imperfeição. “A poeira é inimiga da boa pintura. Qualquer grãozinho fica visível depois de pincelada a tinta”, explica João Vicente de Oliveira, pintor há 20 anos. Faça um plano de ação: “Comece sempre pelo teto e depois vá para as paredes”, recomenda o arquiteto Jeferson Bunder, de Santo André, SP. Pinte todas as juntas e encontros com sancas e esquadrias. “Para deixar essas quinas perfeitas, use um pincel de 5 cm angulado, que alcança os cantinhos”, indica o pintor Paulo Roberto Gomes, de São Paulo. Finalizada essa etapa, troque o pincel pelo rolo. Inicie pelo lado que preferir e siga até a outra ponta. “Evite ir e voltar várias vezes para não causar uma sobreposição exagerada de demãos, o que prejudica o acabamento”, orienta Raphael Cassaro Machado, diretor executivo da Argalit. “Siga fazendo um deslocamento em W e volte com movimentos cruzados até o preenchimento total da superfície”, aconselha Fernando Domingues, da AkzoNobel. A segunda demão é sempre obrigatória. “Nunca basta uma só. A segunda dá o nivelamento correto, evita manchas e imperfeições em áreas que não foram cobertas corretamente”, explica Ricardo, do Senai. Deve ser aplicada logo após a secagem da primeira. “O tempo é informado pelo fabricante, mas, normalmente, as de base aquosa levam cerca de duas horas para secar, e as de solvente, 12 horas”, diz Francisco Kenji Umezaki, da empresa paulistana Diken Revestimentos.