Para colorir com… pó!
Saiba mais sobre o versátil pigmento corante que pode ser misturado aos mais diversos materiais, como tintas e vernizes, cal, cimento, argamassa...O preparo é simples, o custo é baixo e o resultado varia completamente de acordo com a base
Vale a pena conhecer o pó à base de óxido de ferro que dá cor às estruturas de concreto da varanda de nossa capa. Ali, o efeito antiguinho é resultado do uso desse componente com cal para pintura, mas ele vai bem também na receita tradicional de cimento queimado, nas massas de rejunte, textura e até mesmo em tintas e vernizes, tanto à base de solvente quanto à base de água: essa versatilidade é justamente o que o diferencia dos corantes líquidos, que só podem ser usados com tintas à base de água.
Mais conhecido como Pó Xadrez – nome registrado pela marca Lanxess, mas que já virou sinônimo do produto –, o pigmento é atóxico e simples de usar: “Basta acrescentá-lo à base desejada”, afirma Denilson Marques, técnico da Lanxess. O pó ainda se destaca pelo baixo custo (uma caixinha de 250 g não vale mais do que R$ 10) e pela possibilidade de fazer combinações para chegar a tonalidades exclusivas.
Dicas de ouro para uma aplicação bem-feita
❚ Em qualquer situação, é preciso acrescentar o pó a uma base: as aplicações mais comuns são feitas com cal para pintura, cal hidratada, cimento queimado, texturas, rejuntes e tintas – nesse caso, Denilson recomenda adicionar o pó ao diluente, seja ele água ou solvente específico; só então use esse preparo para diluir a tinta normalmente.
❚ É preciso ficar atento às medidas: siga as proporções exatas, especificadas para cada material, indicadas nas embalagens. Não adianta fugir do que está anotado ali na tentativa de deixar a cor mais forte: “Nossos testes comprovaram que, quando se adiciona o pó em uma quantidade superior a 10% do volume de cimento ou 15% de cal, o pigmento satura, ou seja, não tem efeito colocar mais porque já foi atingida a pigmentação máxima”, justifica Sylvia Sciencio, da Lanxess. Sendo assim, utilize vasilhames graduados e guarde sua receita para poder repetir a fórmula de uma preparação para outra e obter a mesma cor.
❚ Sylvia explica que, entre as cores, há diferença em relação à resistência às intempéries. Isso porque, embora todos levem óxido de ferro na composição, alguns têm concentração máxima desse elemento. “É o caso de amarelo, vermelho e marrom. Esses podem ser usados tranquilamente em áreas externas sujeitas a sol, chuva e umidade. Já azul, verde e preto devem ser evitados, sob o risco de terem sua coloração alterada com o passar do tempo”, explica. E ainda vale um reforço nas áreas abertas: finalize a pintura com verniz ou resina para obter proteção extra.
❚ O tipo de rolo ou ferramenta de aplicação, bem como o tempo de secagem, depende completamente da base escolhida. Isso porque o pigmento apenas colore e não altera em nada os procedimentos convencionais.
❚ Use e abuse das mesclas de cores – o pó vai bem até com tintas já coloridas, permitindo alterar o tom.
❚ Como é de praxe para qualquer cobertura, valem as mesmas regras de preparo da superfície: ela deve estar limpa, sem rachaduras nem umidade, para melhor aderência do produto. E, claro, antes de pintar, não deixe de fazer um teste para ter certeza de que chegará à coloração perfeita.