Área dos fundos da casa vira espaço gourmet
Decidida a repaginar o cômodo nos fundos da casa, a publicitária Silvia Rodrigues não quis saber de esperar o pedreiro e, assim, acabou dando nova dimensão à expressão "faça você mesmo"
Nem o marido, o taxista Marco Antonio da Cunha, botou muita fé. Foi só quando chegou em casa e encontrou a esposa Silvia Rodrigues de marreta em punho, abrindo um rombo na parede, que ele se deu conta de que a esposa falava sério: já era hora de tirar os planos do papel. Convenceu a moça a guardar a ferramenta, lembrando-a da necessidade de chamar um profissional para identificar as vigas e colunas que deveriam ser mantidas.
Antes:
A atitude surtiu efeito, e a área onde antes ficavam a lavanderia e o ateliê da moradora virou um espaço de lazer e convivência para o casal, os dois filhos, Caio e Nicolas, e a cachorrinha Chica. E a mudança não se restringe à casa – a publicitária resolveu dar um tempo na profissão e agora se dedica ao curso de design de interiores. Mesmo sem marreta, ela está pronta para novas transformações.
Depois:
Escolhas e truques certos
❚ Para aquecer o espaço e dar um ar aconchegante, a moradora elegeu a madeira. A primeira aquisição foi o deque – montado com peças de 50 x 50 cm (Minideck Eucalipto, da Madelink. Leroy Merlin), ele recebeu verniz marítimo para poder ficar na área descoberta.
❚ O material também comparece no fechamento do gabinete da pia. Feito de tábuas de um estrado de cama, ganhou acabamento patinado a fim de conquistar o visual de madeira de demolição.
❚ As portas de um armário descartado foram cortadas e viraram as prateleiras com vasos, ao lado da churrasqueira pré-moldada.
❚ Na parede próxima do deque, o revestimento cerâmico imita canjiquinha (da linha Eko, da Pamesa, HD Fileto Pietra Claro, 34 x 50 cm). Já a superfície oposta leva cerâmica com aparência de tijolo.
”Fui até a loja de materiais de construção e pedi uma marreta – o vendedor ficou me olhando, perplexo. Escolhi a mais pesada que consegui levantar, acho que tinha uns 5 kg. Quando comecei a derrubar a parede, fui me sentindo mais feliz a cada pedaço de alvenaria que ia ao chão. É uma sensação libertadora! Eu e meu marido já sabíamos que iríamos mexer naquele cantinho, só não tínhamos definido quando seria. Tudo o que fiz foi dar o primeiro passo. Ou a primeira marretada!” – Silvia Rodrigues
Depois:
Junto, mas separado
❚ Com a derrubada das paredes externa (1) e interna (2), a área coberta, antes dividida em duas partes, ficou integrada.
❚ Ainda assim, o cômodo tem funções distintas, atuando como estar (3) e espaço gourmet (4).
Visual rústico e descontraído
❚ O clima despojado do trecho a céu aberto prossegue no interior do ambiente. A madeira, queridinha de Silvia, dá as caras novamente, na cristaleira (modelo similar: Rústica Coluna. Armazém de Minas) e no aparador garimpado em Embu das Artes, município paulista conhecido pelas lojas e feira de artesanato.
❚ Em harmonia com a paleta desses móveis, as poltronas são de vime sintético e trazem estofado em tom cru.
❚ As paredes são revestidas de textura do tipo grafiato na cor Algodão Egípcio (ref. F100, Texturatto Premium, da Suvinil. Ferragem Thony).
❚ “Escolhi uma base neutra porque, assim, posso mudar tudo explorando os acessórios”, ensina Silvia, que apostou no turquesa para quebrar a predominância dos marrons e beges. O matiz verde-azulado aparece nas almofadas e na cortina do gabinete, confeccionada pela própria moradora.
❚ O ateliê e a lavanderia, que antes ocupavam o local, foram transferidos para o piso superior. Para fazer a mudança, só foi preciso adaptar a instalação hidráulica já existente.
❚ A ideia inicial – um gramado na parte descoberta – foi abandonada em prol da praticidade. Assim, toda a área recebeu piso de porcelanato, o que ajudou a trazer unidade a ela.
Depois:
Fotos: Levi Mendes Jr.