Yoko Ono é a maior artista que você respeita… Descubra já!
Entre outras curiosidades, ela usou maquiagem pela primeira vez depois dos 50 anos
A artista faz uma retrospectiva sobre a sua carreira na exposição “Yoko Ono, O céu ainda é azul, você sabe…” no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, com o patrocínio do Bradesco. Abaixo, listamos motivos que vão fazer você querer saber mais sobre a vida dela e conferir essa mostra correndo! Vai até dia 28 de maio.
1. Vanguarda, apenas…
Aos 27 anos, Yoko fez do próprio estúdio em Nova York seu primeiro espaço de exposição. Famosos da cena artsy como Marcel Duchamp e Philip Glass participavam dos happenings, que incluíam, por exemplo, performances da artista jogando geleia sobre telas. Como outros criadores conceituais, ela propunha borrar a linha que separa a arte do cotidiano. Em 1961, colaborando com o grupo vanguardista Fluxus, Yoko abriu sua primeira mostra em uma galeria — dois anos antes do primeiro disco dos Beatles, Please Please Me.
2. Pela última vez: ela não separou os Beatles!
Sim, o ano de 1970 foi traumático para os fãs da banda. Em abril, após desentendimentos entre John Lennon e Paul McCartney, a notícia da separação da banda veio a público — na verdade, já não se encontravam desde o ano anterior. Em meio à comoção, os fãs e a imprensa passaram a culpar Yoko pelo fim. As rusgas que Paul tinha com ela também não ajudaram… Foram décadas de má fama até que, em 2012, McCartney admitiu em entrevista à BBC: “Com certeza ela não separou o grupo”. “John ia sair de qualquer jeito”, afirmou o ex-Beatle.
3. Tem uma conta de Twitter maravilhosa
Os 4,8 milhões de seguidores do perfil @yokoono na rede social se deparam diariamente com frases como “Roube todos os relógios do mundo. Destrua-os” ou “Mande uma neblina a um amigo”. Os conselhos de vida minimalistas dividem espaço com notícias de suas colaborações musicais com o filho, Sean Lennon, e dicas de beleza simples, poéticas e fáceis de seguir: “Um sorriso no espelho quando você acorda de manhã #beautymusthaves.”
4. Nunca tinha usado maquiagem até os 50 anos
A confissão foi feita um ano atrás, quando completou 83 anos. De fato, basta olhar fotos antigas da artista para confirmar: o rosto de Yoko aparece sempre ao natural sob os longos cabelos pretos divididos ao meio. Recentemente, ela também declarou sua aversão a cosméticos. “Odeio colocar coisas no meu rosto”, escreveu em seu site. “Dizem que é melhor usar creme se não quiser murchar como uma batata velha, então eu comprei todos os últimos produtos que vi nos anúncios. Mas, assim que apliquei o primeiro, me senti tão grudenta que precisei removê-lo com uma toalha bem quente.”
5. Sean Lennon não é seu único filho
Yoko foi casada com o compositor japonês Toshi Ichiyanagi, com quem viveu em Nova York até 1962. Antes da separação, ela voltou ao Japão e, deprimida pela pouca aceitação do seu trabalho e a crise conjugal, foi internada num hospital psiquiátrico. O músico de jazz Anthony Cox, que viria a ser seu segundo marido, ajudou a tirá-la da instituição. Em 1963, eles tiveram uma filha, Kyoko Chan Cox. Quando a menina tinha 8 anos e os pais, separados, brigavam pela guarda, Anthony a sequestrou e passou a criá-la em uma comunidade religiosa. Yoko só se reencontrou a filha décadas mais tarde.
6. Demorou, mas hoje sua obra é reconhecida mundialmente
Em 2012, a galeria londrina Serpentine dedicou uma grande retrospectiva à obra de Yoko. Em seguida vieram as do museu Guggenheim de Bilbao, na Espanha, e do próprio MoMA. No Brasil, até 28 de maio, o Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, recebe a mostra O CÉU AINDA É AZUL, VOCÊ SABE…, uma retrospectiva das “Instruções” de Yoko, a série de peças iniciada nos anos 1950 que sugerem ações ao público e têm a palavra como principal material.
7. Foi a primeira mulher no seu curso de filosofia
Antes de se mudar para Nova York com a família, Yoko foi a primeira estudante do departamento de filosofia da tradicional universidade Gakushuin, em Tóquio. Ela também já ironizou o MoMA (Museu de Arte Moderna de Nova York) numa “exposição imaginária” em que chamava atenção, entre outras coisas, ao pouco espaço dedicado às mulheres. O feminismo segue no centro do seu trabalho ainda hoje. Para a peça Imergir, que integra a mostra em São Paulo, ela recolheu depoimentos de brasileiras sobre violência sexual e de gênero.
8. Foi pioneira em trazer o público para sua obra
Em 1964, Ono estreou a performance Cut Piece, em que se sentava no centro da sala (um pouco como a que artista sérvia Marina Abramovic faria mais tarde) e oferecia uma tesoura ao público. Um a um, os visitantes eram convidados a cortar um pedaço de sua roupa. Nas muitas vezes em que repetiu a atuação, ficou exposta aos humores do público — uma vez, um homem fez como se fosse apunhalá-la. Já na peça Mommy is Beautiful, também na mostra no Tomie Ohtake, ela convida os visitantes a escreverem lembranças de suas mães em um grande mural de Post-Its.
9. Ainda vive no edifício Dakota
Depois de dois casamentos fracassados, o encontro com John Lennon foi bombástico. “Agíamos como se fosse normal, mas hoje acho que foi um milagre”, diz ela. Ainda hoje, Yoko vive no apartamento com vista ao Central Park de Nova York e em frente ao qual o músico foi baleado. A história de amor do casal se tornou icônica não apenas pela tragédia e pela fama de John, mas pelo que faziam em conjunto: desde usar a lua de mel para protestar contra a Guerra no Vietnã até mergulhar em experimentações musicais. O relacionamento pouco convencional incluiu uma separação de quase dois anos, John transformado em “marido do lar” após o nascimento do filho e uma mensagem que ela carrega em nome de ambos: amor e paz.