Com razão, Viola Davis critica ideia de Julia Roberts viver heroína negra
Um chefe de estúdio de Hollywood sugeriu que a atriz branca interpretasse a a abolicionista negra e heroína norte-americana Harriet Tubman.
A sugestão de que a atriz Julia Roberts poderia ser escalada para viver a abolicionista negra e heroína norte-americana Harriet Tubman no filme “Harriet”, não agradou nem um pouco a atriz Viola Davis. Em entrevista para a revista “MadameNoire”, ela classificou (com razão!) a possível escolha como “ridícula”.
A crítica de Davis veio a partir de uma coluna escrita pelo roteirista Gregory Allen Howard no jornal Los Angeles Times. De acordo com Gregory, um chefe do estúdio sugeriu Julia para interpretar a ativista na cinebiografia e que, depois do roteirista apontar que Roberts é branca e Harriet negra, o chef disse que “ninguém notaria a diferença”.
Apontando questões do apagamento histórico do protagonismo das pessoas negras em contar suas próprias histórias, Viola Davis foi pontual na crítica dela. “É simples: Julia Roberts como Harriet Tubman é ridículo. Isso quase não merece uma resposta. Isso é ridículo. Eu entendo que a indústria de filmes é sobre comércio e dinheiro, eu entendo. Mas isso é ridículo”, disse Viola, indignada.
Ela ainda reforçou questões sobre raça e a importância da história de Tubman. “É sempre preocupante quando as pessoas questionadas sobre raça, diversidade e inclusão são as pessoas que precisam e não as que estão no poder. Como você não está informado o suficiente para saber quão importante é ter uma mulher negra como Harriet Tubman? Você pode olhar os livros e ver que se tratava de uma mulher negra.”
Gregory Allen só conseguiu produzir o filme do jeito que esperava este ano, tendo como protagonista a atriz Cynthia Erivo, que é negra. O filme “Harriet” chega as telas brasileiras em fevereiro de 2020. Tubman é considerada uma das heroínas da história dos Estados Unidos após lutar pela causa abolicionista e contra o racismo antes e durante a Guerra Civil Americana, que aconteceu no século XIX. Na época, ela foi responsável por libertar centenas de pessoas da escravidão.