Todo mundo odeia Kim Kardashian e todas perdem
No meio de tanto disse me disse, artistas perdem foco do que realmente importa
A arte fica em segundo plano quando os artistas mais bem pagos do mundo entram em discussões rasas e se perdem na fogueira da vaidade. Kanye roubou o prêmio de Taylor, que aprovou letra misógina, e depois negou ter aprovado. Kim, rata da internet, soltou a gravação que comprova que Taylor disse sim à letra, com exceção da palavra Bitch. Toda a atenção se volta para Taylor e Kim e toda a INTERNET começa a procurar lados. Selena está com Taylor, Demi está com Kim e assim por diante…
Meia indústria pop já trocou farpas com Kim Kardashian: Taylor Swift, Paris Hilton, Chloe Moretz, Amber Rose… a lista é grande e feminina.
Quando a sororidade e o bom senso vão chegar ao mainstream norte-americano? Não sabemos.
No Brasil, a onda é outra. O rap (gringo e brazuca) sempre foi conhecido por tratar mulheres como objeto. Mas, até os Racionais Mc´s já fizeram o Mea Culpa e não ouvimos mais termos como “ vaca lora” em suas músicas. Pelo contrário, agora ouvimos “ela é quem comanda”, como em trecho de Mulher Elétrica.
O rapper Criolo alterou uma letra transfóbica dos anos 90 em reedição de seu álbum Ainda Há Tempo. O que era “Os traveco tão aí, oh! Alguém vai se iludir” virou “O universo tá aí, oh! Alguém vai se iludir”. Enquanto o rap brasileiro evolui com cantoras como Karon Conka, MC Carol, Flora Mattos, a pequena gigante MC Soffia e com as retratações dos boys, nossos amigos norte-americanos continuam a sustentar a mídia com seus showzinhos particulares, estrategicamente divulgados nas redes sociais.