Phoebe Waller-Bridge transformou uma ‘espelunca’ em fenômeno mundial
Após levar dois Emmys e dois Globo de Ouro, a atriz e roteirista inglesa é a artista mais prestigiada do momento
A essa altura do campeonato ou você já sabe quem é Phoebe Waller-Bridge ou a cada premiação em Hollywood tem a mesma reação que Tom Hanks no Globo de Ouro.
Se buscar uma referência rápida, a trajetória de Waller-Bridge poderia lembrar um pouco a de Mônica Martelli no Brasil, no sentido que seu sucesso veio depois que escreveu e estrelou um monólogo no teatro. Depois ficou bem diferente, mas vamos chegar lá.
Bem nascida em uma família londrina, Waller-Bridge estudou em escolas privadas católicas e chegou à prestigiada Trinity College, em Dublin. Como queria mesmo seguir a carreira artística, decidiu estudar na Royal Academy of Dramatic Art, em Londres. Frustrada com a falta de oportunidade de trabalho, mesmo com pequenas participações em séries da BBC, a virada veio em 2013, quando resolveu escrever o próprio material. Fleabag foi desenvolvido como uma peça para o Edinburgh Fringe Festival e fala de uma jovem de 20 e poucos anos, conhecida pelo apelido de Fleabag (traduzido seria ‘espelunca’ ou ‘bagaceira’), que tem que gerenciar um café decadente depois que sua melhor amiga morre. Sucesso no festival, Fleabag foi imediatamente comprada para TV pela BBC, com a própria Waller-Bridge no papel principal e cuidando do roteiro.
A peça, segundo críticos, é muito mais pesada que a série. A primeira temporada parecia um Diário de Bridget Jones mais cru, mas fez sucesso suficiente para uma segunda temporada. Aí veio o fenômeno mundial. Waller-Bridge seguiu fazendo o monólogo nos teatros, mas dificilmente sua agenda vai permitir muitas apresentações. Ao mesmo tempo que Fleabag chegou à TV, ela estava envolvida com outra série, Crashing, onde já se via uma prévia de onde Fleabag poderia chegar. Na série há mais personagens e uma virada diferente, mas a mesma maneira caótica de roteiro. Ela gosta da história contada na primeira pessoa, o fato de que quebra a quarta parede para interagir com a platéia. Quando a Amazon levou Fleabag para o mercado internacional em 2016, a carreira de Waller-Bridge já estava avançando. Além da segunda temporada de Fleabag, ela desenvolveu a série Killing Eve, participou de Star Wars – Han Solo (ela faz a voz da robô L3-37) e foi contratada para fazer o roteiro do próximo James Bond, No Time to Die. Já falamos que tem um contrato de 20 milhões de dólares com a Amazon para desenvolver novos projetos? Pois é…
A segunda temporada de Fleabag vez de Waller-Bridge o nome do momento. Seu humor mordaz ainda causa estranhamento entre as celebridades, mas é ídola de todas as jovens atrizes. O elenco de 007, por exemplo, ficou mais nervoso ao estar com ela na mesma sala que o próprio Daniel Craig. Na segunda temporada de Fleabag, ela tem um relacionamento complicadíssimo com um padre (isso mesmo), vivido por Andrew Scott. O romance dos dois não é forçado e é daqueles impossíveis que o transformou em um símbolo sexual, algo que nem mesmo Sherlock (onde Scott fez o vilão, Jim Moriarty) conseguiu. A reação mundial tem tanta força que ela rende ao ator os créditos de todo sucesso. Está sendo humilde, o talento está no seu roteiro. Ela não queria uma segunda temporada, mas cedeu ao diretor Harry Bradbeer. Porém segue firme na negativa de uma terceira parte da história.
A vida pessoal de Waller-Bridge tem tido menos espaço e ela se divorciou há dois anos do documentarista Conor Woodman e hoje, dizem, namora o dramaturgo Martin McDonagh. Ela pode ser aberta com suas personagens, mas não com sua vida pessoal. Nas premiações ela vai sozinha e costuma fazer piadas sobre si mesma.
Com o Globo de Ouro no bolso, ela ainda pode levar o Critics Choice Awards por Fleabag e o SAG Awards também. Aí chegará a vez de 007 – No Time to Die. Ainda ouviremos muito o nome de Phoebe Waller-Bridge em 2020, vá se acostumando!
Se não conhece ainda Fleabag, veja o trailer abaixo:
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