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Paolla Oliveira rebate críticas: ‘Me sinto bem, então dane-se’

Após décadas convivendo com cobranças inalcançáveis, Paolla Oliveira muda de rota para preservar aquilo que realmente importa: a sua autossatisfação

Por Kalel Adolfo
Atualizado em 9 fev 2024, 15h12 - Publicado em 9 fev 2024, 07h54

O ano começou de forma conturbada para Paolla Oliveira. Depois de compartilhar um vídeo se divertindo em um ensaio da Grande Rio, escola de samba da qual é rainha de bateria, a atriz foi alvo de uma enxurrada de ofensas. Internautas criticaram o seu peso, afirmaram que ela estava “velha demais” para continuar participando do Carnaval e a desmereceram de inúmeras formas. Contudo, ao chegar para ser fotografada por CLAUDIA em um casarão em Cotia, São Paulo, a estrela não dava sinais de carregar mágoas dos recentes ataques.

Paolla estava como a conhecemos da televisão: sorridente, fazendo piadas, pronta para trabalhar —genuinamente inabalável e disposta a passar as próximas dez horas com a nossa equipe.

Paolla Oliveira capa Claudia fevereiro de 2024
“Construí a minha autoestima ao longo do tempo”. (Marina Zabenzi/CLAUDIA)

Paolla e a construção da autoestima

Ao final do dia, quando nos sentamos para bater um papo enquanto a chuva caía do lado de fora, não pude deixar de comentar sobre o seu senso de autoconfiança. “Você sempre foi assim?”, questionei. Ela abriu um sorriso, e disse, prontamente: “Construí a minha autoestima ao longo do tempo”.

Paolla explica que, no início de sua carreira, sempre a questionavam sobre as partes de seu próprio corpo que não gostava. Por mais que estivesse bem consigo, se sentia na obrigação de dar aquilo que o público queria.

“Tive várias fases: por um tempo, falava mal do meu cabelo, afirmava que ele deveria ser diferente. Depois, passei a criticar as minhas coxas. Cheguei ao ponto de colocar defeitos até nos meus pés”, diz.

Lidando com os haters

Após alguns anos, a sequência de autojulgamentos a fez pensar: isso não estava certo. Não importava o quanto tentasse atingir um ideal estético, as pessoas sempre achariam algum defeito.

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“As redes sociais provam isso o tempo inteiro. Tem horas que não adianta: o comentário não vai estar legal, a imagem não vai agradar, passamos a duvidar do que as pessoas à nossa volta estão pensando. Mas, no fim, quem tem que estar bem comigo sou eu. A autoconfiança é algo que vem lá de dentro”.

Paolla Oliveira saia azul revista claudia
Paolla Oliveira veste Saia Francesca; Top Drama e Joias Louis Vuitton. (Marina Zabenzi/CLAUDIA)

Sobre as ofensas que recebeu no início de janeiro, a estrela rebate: “Sei que não estou do jeito que as pessoas falam. Me sinto bem, então dane-se.

“Pensem o que quiserem.” Paolla é enfática, mas garante que isso não é arrogância. Muito pelo contrário: para ela, o pensamento é fruto de seu próprio fortalecimento e senso de valor.

Paolla Oliveira saia azul revista claudia
Paolla Oliveira veste Saia Francesca; Top Drama e Joias Louis Vuitton. (Marina Zabenzi/CLAUDIA)

“A caminhada da autoconfiança pode ser muito solitária. Às vezes, olhamos para o lado e não encontramos o apoio que precisamos.”

Afeto próprio

Por mais doloroso que seja estar no alvo de uma audiência implacável, com a sua própria imagem sendo julgada a cada minuto, a atriz ainda consegue extrair uma lição construtiva.

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“Eu vivo essa exposição massiva há bastante tempo. Resolvi ter um pouco mais de afeto e gentileza comigo mesma, seja em relação ao meu corpo ou às minhas atitudes. Estou em paz com a minha imperfeição.”

Isso não significa, obviamente, que episódios turbulentos como os que vem experimentando não a afetem. Em outros momentos, os ataques a deixavam triste, se perguntando por dias o que estariam pensando dela. Hoje, leva tudo com mais leveza.

Paolla Oliveira revista claudia fevereiro 2024
Paolla Oliveira veste Look Água de Coco e Joias Jack Vartanian. (Marina Zabenzi/CLAUDIA)
Paolla Oliveira revista claudia fevereiro 2024
Paolla Oliveira veste Look Água de Coco e Joias Jack Vartanian. (Marina Zabenzi/CLAUDIA)

Paolla confessa que chega a gargalhar com alguns dos comentários que, inevitavelmente, acaba lendo, mesmo sem querer. “Agora, eu tenho atitude o suficiente para me priorizar acima das expectativas alheias”, diz.

A artista sabe que, por mais que se considere uma mulher em processo de libertação dos padrões estéticos, ela jamais será livre enquanto for julgada pelas roupas que usa ou pelo fato de estar “envelhecendo” (entre muitas aspas: a atriz faz 42 anos em 2024).

É uma faca de dois gumes: a sociedade, ao julgá-la, estabelece um padrão inalcançável e também faz com que qualquer pessoa possa enfrentar as mesmas críticas. “Envelhecer faz parte da vida, não há como negar. A única opção para não envelhecer é morrer cedo, e eu não quero. Eu amo a vida”.

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De alguma forma, não há como fugir de uma certa sensação de insuficiência — e foi isso que a levou a finalmente começar a rebater o ódio que recebe. “Houve um momento em que eu pensei: ‘Acabou! Vamos parar de falar de mim’. E se falarem, eu vou responder para sabe- rem que eu estou aqui.”

Nisso, ela tem plena consciência de estar inserida em uma sociedade patriarcal. “Por que essas questões pesam apenas para mulheres e não para os homens? Falem as mesmas coisas para eles!”

Fama, cobranças e recarregar as energias

Paolla Oliveira camisa vermelha
Paolla Oliveira veste Camisa Joao Maraschin; Aneis e Brincos Nart (Marina Zabenzi/CLAUDIA)

Desde que estreou na Globo, em 2005 (o fim do contrato fixo com a emissora foi anunciado em dezembro do ano passado), a atriz lida com a fama. São quase 20 anos no alvo das atenções.

“A fama é boa, porém ruim – é agridoce. Se não fosse algo positivo, milhões de pessoas não fariam loucuras para serem famosas a qualquer custo. Mas, claro, se fosse apenas flores, não precisaríamos passar por tantas provações, fazer terapia constantemente e prestar mil esclarecimentos em entrevistas”, diz, com sensatez.

Para se equilibrar diante dessa avalanche de cobranças (que frequentemente ocorrem simultaneamente), Paolla recorre à natureza: “Demorei para entender por que eu sempre dou essa resposta. Agora, eu entendo: a natureza nos coloca em nossos devidos lugares. Toda vez que passo por algo pesado, seja um trabalho ou algum episódio em meu mundo particular, viajo para locais como Patagônia ou África do Sul”, conta.

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Paolla Oliveira camisa vermelha
Paolla Oliveira veste Camisa Joao Maraschin; Aneis e Brincos Nart (Marina Zabenzi/CLAUDIA)

Ela afirma sentir um imenso conforto ao chegar em lugares ermos e perceber que não comanda nada ao seu redor: “Em uma caminhada, você sente frio extremo, enfrenta obstáculos, toma chuva. Estar nessa posição de ‘não-controle’ nos faz priorizar o que é realmente importante, especialmente trabalhando na mídia”.

Ainda segundo a estrela, estar na televisão faz muitos artistas acreditarem que possuem uma espécie de “poder” extra, como se tivessem uma importância diferenciada frente aos outros. “É tudo mentira. Quando eu vou para a natureza, eu penso: ‘Caramba, eu sou desse tamanhinho’. Só a formiguinha está abaixo de mim”, brinca.

Firme e forte

Paolla Oliveira capa claudia
Paolla Oliveira veste Biquíni NAU; Vestido Rober Dognani e Joias Nart (Marina Zabenzi/CLAUDIA)

Para além das montanhas, cachoeiras e praias que tanto a fortalecem, é na arte que Paolla Oliveira definitivamente se sente em paz.

“A arte me salvou. Eu venho de uma família muito caótica, difícil, que enfrentou dificuldades. Era uma realidade humilde. Por muito tempo, me perguntei seriamente se algum de nós daria certo na vida”, afirma.

A atriz conta que, por diversas vezes, duvidou se estava escolhendo o caminho certo — uma insegurança que era reforçada pelo seu pai, um homem muito rígido, de acordo com Paolla. Ele a cobrava para estudar e sempre ir além — tanto que a atriz é formada em fisioterapia, com direito a pós-graduação e tudo.

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Paolla Oliveira capa claudia
Paolla Oliveira veste Biquíni NAU; Vestido Rober Dognani e Joias Nart (Marina Zabenzi/CLAUDIA)
Paolla Oliveira capa claudia
Paolla Oliveira veste Biquíni NAU; Vestido Rober Dognani e Joias Nart (Marina Zabenzi/CLAUDIA)

“Quando de repente decidi mudar de rota para fazer artes, em uma família que não é do ramo, tendo um pai militar, precisei ser muito firme”, diz.

A única coisa que não a fez desistir foi perceber que, apesar de todas as adversidades, a arte sempre lhe aliviou a alma. “O mundo que eu vivia já estava pequeno para mim. Quando fui ao teatro pela primeira vez, ou descobri a música em minha vida, já estava mais velha. Foi a arte que proporcionou tudo o que eu sou hoje.”

Agora, muito mais do que apenas um ofício, a atuação é um verdadeiro exercício de libertação para a atriz: “Imagine todo dia sentir uma emoção nova, compreender como alguém que não é você enxerga o mundo. Tudo isso esvazia a alma, faz com que eu me coloque em situações impensáveis. Não há como a arte não nos atravessar, e quando ela me atravessa, leva um pouco de mim”.

Paolla Oliveira e o Carnaval: sambando no seu próprio ritmo

Paolla Oliveira revista claudia fevereiro 2024
Paolla Oliveira veste Look Água de Coco e Joias Jack Vartanian. (Marina Zabenzi/CLAUDIA)

No domingo de Carnaval, Paolla se apresenta como Rainha de Bateria no desfile da Grande Rio, na Marquês de Sapucaí. Visivelmente orgulhosa, a atriz se diz bastante empolgada. Ao final de nossa conversa, pergunto sobre a origem de sua conexão tão honesta com o Carnaval.

“Me lembro como se fosse hoje: eu, em minha antiga residência, assistindo à Globeleza em uma televisão minúscula. Aprendi a sambar apenas olhando para ela. O que eu mais queria era estar naquele lugar bonito e grandioso”, diz.

Por ironia do destino, Paolla, muitos anos depois, passou a morar ao lado de uma escola de samba. O resto, bem, é história. “Fiquei encantada com algo que vi na televisão, e depois eu mesmo estava lá, naquele lugar que tanto sonhei”, conta, emocionada.

Com uma carreira consolidada e inúmeros projetos previstos para 2024 (como a segunda temporada de Justiça, na qual Paolla viverá um par romântico com Nanda Costa), a atriz afirma estar realizada em sua trajetória. Isso não significa, porém, que não cultive sonhos e planos para o futuro.

“Venho vivenciando questões de saúde perto de mim, especialmente com familiares. Agora, mais do que nunca, vejo que, sem saúde, não vamos muito longe”, diz.

Para os próximos passos que der em sua caminhada, a estrela deseja, acima de tudo, ser acompanhada de muita saúde e energia. “É apenas isso que eu quero para aguentar esse mundo caótico que não vai desacelerar por causa de ninguém.”

Felizmente, Paolla já está craque em tomar as rédeas desse mundo para si.

Paolla Oliveira maiô listrado - revista claudia
Paolla Oliveira veste Maiô Pucci para Cidade jardim e Brincos Ada. (Marina Zabenzi/CLAUDIA)

Texto: Kalel Adolfo
Foto: Marina Zabenzi
Styling: Bruno Pimente
Assistente de fotos: Fernando Bentes
Coordenadora de produção de moda: Juny Martins
Produção de moda: Roberta Freitas e Daniel Sampaio
Camareira: Camiê
Assistente de beleza: Júlia Boenoe com os produtos Dior Beaty, Keune Haircosmetics e Schwarzkopf
Retouch: Philipe Mortosa

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