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O roubo ao Banco Central do BR que foi insano como os de La Casa de Papel

Esse crime da vida real aconteceu em 2005, em Fortaleza. Foram roubados 164 milhões de reais.

Por Alice Arnoldi
Atualizado em 15 jan 2020, 12h41 - Publicado em 23 jul 2019, 12h05

Em “La Casa de Papel”, o Professor (Álvaro Morte) reuniu um grupo de ladrões para invadir a Casa da Moeda de Madri e roubar 2 bilhões de euro na primeira temporada. Agora, na terceira, o grupo se reúne mais uma vez para uma operação ainda mais arriscada: invadir o Banco Nacional da Espanha, também em Madri, e roubar todo o ouro do cofre. 

Os planos colocados em prática pelos atracadores impressiona, só que mais surpreendente ainda é quando um roubo cinematográfico é colocado em prática na vida real. E foi isso que aconteceu em 2005, no Ceará.

Nessa ocasião, o alvo foi Banco Central do Brasil, em Fortaleza. A polícia acredita que 11 pessoas participaram diretamente do roubo, mas em torno de 40 fizeram parte do processo. 

O primeiro fato que chama a atenção sobre o crime é que, mesmo com toda a movimentação para fazê-lo acontecer, não houve nenhuma vítima. O plano tinha como meta ser totalmente silencioso – sem nenhum refém, sem espalhar terror. Isso faz com que esse roubo seja caracterizado como um furto e não um assalto.

O outro ponto impressionante desse caso é o plano em si, que foi milimetricamente arquitetado. Para não levantar suspeitas, o primeiro passo do grupo de ladrões foi construir uma empresa de fachada chamada Gramas Sintéticas, a 80 metros do Banco Central.

Com esse estabelecimento fake, eles puderam começar uma das partes mais insanas do plano. Um imenso túnel de 80 metros foi construído para que eles pudessem chegar até o Banco sem chamar atenção. O bando estava tão bem preparado, que tinha mapas do sistema subterrâneo de água da cidade, assim como de esgoto e telefonia.

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Para não haver o desabamento do túnel, eles usaram vigas de madeiras e lonas de plástico para fazer todo o entorno do local. Com tudo pronto, o saque realmente aconteceu entre os dias 5 e 6 de agosto (sexta para sábado) de 2005, quando os ladrões chegaram no Banco – e fizeram uma entrada nada chamativa, mas eficaz.

Eles usaram furadeiras, serras elétricas, maçaricos e alicates para perfurar o piso do caixa-forte, que é feito de aço e concreto. Ainda que possa parecer que tais matérias são barulhentos, é preciso lembrar que eles estavam abaixo da terra e, normalmente, explosivos são usados em casos como esse. O túnel também foi equipado com um sistema de roldana, usado para transportar os sacos mais pesados de dinheiro.

Ao entrar no Banco, os ladrões tamparam as câmeras de segurança com empilhadeiras e saquearam mais de 164 milhões de reais, o que pesa em torno de três toneladas e meia. Para transportar as cédulas, eles usaram sacos de cereais e o sistema de roldana por todo o túnel entrou em cena para ajudá-los.

Após a operação, o bando se dividiu em subgrupos para despistar a polícia – e uma parte do dinheiro foi para São Paulo, por exemplo. Toda essa movimentação foi tão silenciosa e bem executada que o crime só veio a ser descoberto na segunda-feira, quando o banco abriu.

O verdadeiro desfecho da história começou a acontecer dois meses depois do crime. Isso porque ocorreu uma série de mortes e sequestros envolvendo os suspeitos do roubo. E, mais tarde, agentes infiltrados descobriram quais eram os chefes da quadrilha e prenderem em torno de 26 pessoas envolvidas no caso. Entretanto, apenas 53 milhões de reais foram recuperados.

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A história ganhou tanta repercussão que acabou originando um ótimo filme. A produção brasileira é de 2011 e foi batizada de “Assalto ao Banco Central”.

Quem interpreta o personagem principal, chamado de Barão, é Milhem Cortaz, também conhecido por ser o 01 de “Tropa de Elite” (2007) e pela novela “O Último Guardião” (2018). Ele é quem arquiteta o crime com a ideia de ganhar muito dinheiro em pouco tempo. A obra também reconstrói os fatos mais importantes do roubo, como a escavação do túnel. 

O filme está disponível no Google Play Filmes e no YouTube Filmes por 11,90 reais, mas ele não está no catálogo de nenhuma plataforma de streaming popular. Então, ajuda a gente Netflix, porque nós já maratonamos a terceira temporada de “La Casa de Papel” e queremos assistir ao longa!

Confira o trailer:

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