N. Portman fala sobre ter sido sexualizada aos 12 anos em filme
Natalie Portman tinha entre 11 e 12 anos quando filmou "O Profissional", filme que fez com que conhecesse de perto o assédio do público masculino.
Natalie Portman comemorou seus 12 anos no set de “O Profissional” (“Léon”, no título original), de Luc Besson , e deixou todo mundo que queixo caído com a performance que entregou no filme. Ao lado do ator Jean Reno, ela brilhou na tela e tornou-se uma das grandes promessas do cinema. Só que basta ter um olhar um pouco atento para perceber que o filme sexualiza a personagem de Natalie.
Não há cenas explícitas, mas há sexualização e até hoje essa polêmica divide opiniões. Sabe aquela história de “a maldade está nos olhos de quem vê”? Pois é… esse é mais ou menos o argumento usado pelos fãs de “O Profissional”.
Agora, no último sábado (20), a atriz desabafou a respeito do tema em um poderoso discurso na Marcha das Mulheres, em Nova York. Com 13 anos na época em que o filme foi lançado, ela conheceu de perto o assédio e a sexualização escancarada de seu corpo – seja em cartas de “fãs” ou nos artigos dos críticos de cinema. Assustada, passou a recusar papéis que, assim como em “O Profissional”, adultizavam seu corpo – e é bem provável que ofertas desse tipo tenham surgido às pencas, né?
“Aos 13 anos eu estava tão animada quando o filme foi lançado, pois meu trabalho e minha arte teriam uma resposta do público. Empolgada, eu abri minha primeira carta de um fã e li sobre uma fantasia sexual envolvendo estupro que aquele homem escreveu a mim. Uma contagem regressiva para os meus 18 anos foi lançada na rádio local, numa alusão ao dia em que seria legal transar comigo. Críticos de cinema falaram sobre o fato de que meus seios estavam brotando”.
A atriz não fez críticas ao cineasta Luc Besson, já que a mensagem foi totalmente endereçada aos homens que não respeitam mulheres e meninas que resolvem expressar seus desejos – seja no cinema ou na vida. Natalie contou que, a partir dessa experiência tão negativa, ela passou a construir uma imagem séria para si.
A atriz começou a vestir-se de maneira comportada, a enfatizar sua “nerdice” nas entrevistas e, durante um bom tempo, recusou papéis que envolvessem beijo na boca. Essa foi a maneira que encontrou para reverter o assédio e, com isso, a mídia e o público passaram a tachá-la de puritana.
“Eu estava tentando fazer com que meu corpo ficasse seguro e minha voz fosse ouvida. Aos 13 anos, a mensagem da nossa cultura estava clara para mim. Eu senti a necessidade de cobrir o meu corpo e de inibir a minha expressão artística e o meu trabalho, para que eu pudesse mandar minha própria mensagem ao mundo: eu sou alguém que merece segurança e respeito. A resposta às minhas atitudes – de pequenos comentários sobre o meu corpo a declarações mais ameaçadoras – serviram para controlar meu comportamento em um ambiente de terrorismo sexual”.