Afinal, o que nos torna humanos?
Se você considera essa pergunta clichê, pense de novo! Num planeta com 7 bilhões de pessoas e crises humanitárias constantes, essa reflexão é urgente. Então chega mais pra conhecer o projeto Human e se unir ao debate.
Poderia ser um simples documentário, mas o projeto recém-lançado Human se propõe a ser algo mais. Em seu mais novo trabalho, o fotógrafo e cineasta francês Yann Arthus-Bertrand entrevistou mais de 2 mil pessoas em 63 idiomas e percorreu 70 países em três anos. Um trabalho e tanto, que tem o objetivo de refletir sobre a condição humana. Ao final, 200 depoimentos são mostrados ao público, em três vídeos com cerca de 1h30 cada. Os assuntos abordados são universais: o primeiro vídeo trata de amor, condição feminina, trabalho e pobreza; o segundo fala sobre guerra, perdão, homossexualidade, família e vida após a morte; o terceiro aborda felicidade, educação, deficiência, corrupção e o sentido da vida.
Os números do projeto impressionam, mas o mais bacana é o fato de ele ter sido pensado como material acessível e viralizável. Você pode escolher assistir nos cinemas, já que o filme está em cartaz. Também está tudo disponível no YouTube, com legendas em diversas línguas. E mais: se você não tiver paciência de assistir tudo, pode ver apenas os tópicos ou entrevistados que mais lhe interessam. E pode compartilhar também, claro! Além disso, o site do projeto é ligado ao Google Cultural Institute e lá dá para conhecer os detalhes todos.
Outro ponto bacana é o fato de que Bertrand entrevistou pessoas de todo o tipo. Tem gente falando sobre coisas do seu dia a dia, tem detento condenado à prisão perpétua, tem sobrevivente de Hiroshima, tem o Secretário Geral da ONU e tem a até a Cameron Diaz. Dentre as entrevistas mais inspiradoras está a do presidente uruguaio José Mujica, que aborda o consumismo. Vale dar o play:
O formato das entrevistas é supersimples: gente falando com uma parede preta ao fundo. Mas o diretor é conhecido mundialmente por suas impressionantes imagens aéreas, presentes em diversos livros e nos documentários Planet Ocean e Home – Nosso Planeta, Nossa Casa. Registros desse tipo também estão presentes em Human e eles são um show à parte. Que tal ser levado à Chengdu, na China, para espiar a piscina mais lotada do mundo? Só dar o play:
“Eu sonhei com um filme em que a força das palavras ampliasse a beleza do mundo. As pessoas me falaram de tudo; das dificuldades de crescer, do amor e da felicidade. Toda essa riqueza é o centro do filme Human. Esse filme representa todos os homens e mulheres que me confiaram suas histórias. O filme se tornou um mensageiro de todos eles”, conta o diretor.
Além de dar voz à gente esquecida pelo resto do mundo (o que é uma das coisas mais mágicas do formato documental), a acessibilidade é outro grande pilar desse projeto. E Human é duplamente acessível: 1) foi totalmente pensado para a web e está disponível gratuitamente em diversos idiomas; 2) tem uma linguagem incrivelmente simples. São pessoas falando sem floreios sobre assuntos que tocam a todos nós e que nos convidam a uma reflexão necessária. Não é preciso ser Platão ou Hamlet para se questionar sobre o sentido da nossa existência. Só é preciso ser… humano!