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Lara Santana conquista a web com humor leve e repleto de críticas

Com personagens marcantes, como o ‘heterotop’ Cadu, a publicitária propõe formatos irônicos e publis que conquistam a Internet

Por Tainá Goulart
18 dez 2023, 09h46

Um desafio de 30 dias de postagem de conteúdos foi a provocação que Lara Santana se fez, durante a pandemia, para ver se ‘dava certo’ como Creator. Funcionou? Sim e não! “A questão da constância era algo que sempre esbarrava e dava preguiça de continuar. Então, me dei esse desafio de postar um vídeo por dia, até viralizar, mas demorou muito mais do que eu imaginei”, relembra ela, que hoje tem mais de 2 milhões de seguidores juntando os números de seu Instagram e TikTok. 

Vinda de uma família de artistas – seus pais têm uma escola de Teatro no Espírito Santo – Lara sempre esteve nos palcos, mas nunca teve o sonho de ser atriz e se dedicar exclusivamente a isso.

“Sou tímida e comecei cedo a fazer peças, para me soltar. E foi com a comédia que passei a gostar de estar ali, na frente de todo mundo. Lembro quando fiz uma peça e o público riu e bateu palma para algumas piadas. Aquela sensação foi maravilhosa. Mas ser atriz não era meu objetivo, pois sabia que é uma profissão dificílima, ainda mais se você não está no eixo Rio-São Paulo”, afirma ela, que se formou em Publicidade e Propaganda recentemente. 

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Revolucionando as ‘publis’

Com os conhecimentos adquiridos na faculdade, Lara une o humor às ‘publis’ das redes sociais, e faz questão de estar presente em todas as etapas do processo criativo e execução, mesmo tendo uma equipe trabalhando ao seu lado.

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“Descobri que posso juntar tudo que gosto de fazer. A publicidade, seja qual formato for, não precisa ser chata, cheia de fórmulas. No dia a dia, a gente tem tanta marca inserida, que vejo espaço para o humor e para também fazer propaganda. Para quem está no universo virtual, o tempo dedicado ao processo criativo precisa ser maior, sabe? Olhar o seu universo, observar as pessoas e seu comportamento nas redes… Esse é o ouro”, reflete Lara, que, no fim das contas, ganhou muito aprendizado com análise de dados, após o desafio de 30 dias. 

Para Lara, a constância da postagem leva à analise de dados de sua audiência
Para Lara, a constância da postagem leva à analise de dados de sua audiência (@lara_santana/Instagram)

Naquela época, cada vídeo era milimetricamente analisado, com direito a uma compilação de informações em planilhas: Qual vídeo engajou mais? Qual personagem fez mais sucesso? Qual o formato foi pior? Quais os motivos?

“Só na constância é que consegui descobrir o que eu gostava de fazer e dava certo, e o que não gostava e dava certo também. Cada vídeo que dava um pouco melhor, eu tentava analisar o que funcionou, e isso me ajudou a entender o que é criar conteúdo de uma forma tão assertiva e diferente.”

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Se as marcas são engessadas e, mesmo assim, querem fechar uma publicidade com a influenciadora, Lara afirma que bate o pé para manter seu DNA criativo.

“Tenho alguns briefings que chegam mais redondos, já com um direcionamento de algum quadro ou esquete minha, e isso facilita a vida. Quando querem mexer muito, voltar para o ‘tradicional’, muito pelo medo da inovação, eu bato o pé e ficamos no vai e vem de aprovação”, analisa. 

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Ironia e reflexões sobre o dia a dia

“Lara, você acha normal me dar tanto golpe assim de publi perfeita?”,  brinca uma seguidora. Outra diz que “Um storytelling é um storytelling. Você arrasa demais. A gente recebe as publis e nem sente.”

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Esses e outros comentários são normais nos perfis da publicitária, que traz conteúdo ‘não-publicitário’, com cunho irônico e cheio de críticas a diversos comportamentos humanos, especialmente os masculinos tóxicos. 

'Cadu' é o nome de um dos personagens mais famosos da publicitária, que aborda temáticas de masculinidade tóxica com o 'heterotop'
‘Cadu’ é o nome de um dos personagens mais famosos da publicitária, que aborda temáticas de masculinidade tóxica com o ‘heterotop’ (@lara_santana/Instagram)

Com seu personagem Cadu, o ‘heterotop’, Lara faz sátiras de um homem que se acha o centro das atenções, que é abusivo, e que não quer saber de nada além do seu bíceps ou tríceps.

“Ele é inspirado em pessoas reais. Às vezes, vejo alguém falando alguma atrocidade e, no lugar de ir lá criticar, eu penso em um texto irônico com o Cadu, por exemplo. Os vídeos com o Cadu são os que eu recebo mais hater nos comentários, sempre machistas, dos Cadus da vida real, criticando o que eles chamam de ‘humor feminino’. Confesso que tenho que me blindar, pois, em alguns dias, eu fico mal”, diz a criadora de conteúdo. 

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Lara acredita que os comentários não podem ser ignorados, pois eles são um ótimo termômetro para alavancar seu processo criativo, engajamento e audiência. Na terapia, ela leva alguns casos para discutir.

“Não posso só ignorar o que as pessoas comentam. Uma coisa que me ajuda muito é ver de onde são os comentários, para que os positivos não subam à cabeça e os negativos não me diminuam. A terapia me ajuda nisso. Essa pessoa faz conteúdo? Ela é importante para meu trabalho? O que ela está escrevendo faz sentido? São perguntas que faço e que me ajudam a filtrar.” 

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Não ignorar os comentários: Como faz?

Recentemente, a publicitária fez um formato de conteúdo em que ela fala sobre os comentários que sua audiência fez, em um vídeo que ela ironiza a TPM.

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“Às vezes, a ‘aninha_1234’, que não tem foto no perfil, faz um comentário e eu vou ficar mal por isso? Claro que não! Nesse da TPM, vi tantos homens comentando e eles têm bastante bagagem de menstruação e TPM, né?”, aponta ela, cujas pautas, normalmente, são situações que a irritam no dia a dia, o que ela tem refletido sobre ou observou alguém em algum momento.

Além disso, Lara faz questão de sempre ter algumas críticas para as pessoas pensarem. “A realidade está tão ruim, que só de replicá-la a pessoa se assusta. Tem vezes que vejo situações reais piores que os meus vídeos. Como criadora, meu grande trabalho e desafio é deixar o que está complicado mais leve, para tentarmos repensar e mudar”, aponta ela, que tem sonhos de seguir na carreira do humor, mesmo com o gênero ainda patinando na questão do machismo.

“Sou esperançosa quanto ao humor feminino. A Ingrid Guimarães é uma inspiração, fico feliz pelo que ela e outras humoristas fizeram antes, porém, temos muitos caminhos para desbravar. Tenho vontade de fazer filmes, criar minha peça e fazer uma turnê pelo Brasil. Quem sabe não dá certo?” 

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