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Exposição no MIS dedicada a B.B. King traz a essência do Rei do Blues

“B.B King: um mundo melhor em algum lugar” estreia no Museu da Imagem e do Som, com a segregação e inclusão debatidas em uma experiência sensorial

Por Adriana Marruffo
Atualizado em 26 jul 2023, 09h26 - Publicado em 26 jul 2023, 09h25
B.B. King se apresentando na prisão do Condado em foto dada ao MIS
B.B. King se apresentando na prisão do Condado de Cook, em 1971 (B.B.King Museum/Divulgação)
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Hoje (26), entra em cartaz no Museu da Imagem e do Som, o MIS, uma exposição inédita em comemoração ao Rei do Blues, B.B. King. “B.B. King: um mundo melhor em algum lugar” está disponível até outubro deste ano, com preços a partir de R$10, em São Paulo

Quem foi B.B King?

O cantor era conhecido como Rei do Blues e considerado o maior guitarrista do gênero de sua geração, gravando mais de cinquenta discos. Entre seus hits, estão “Three O’Clock Blues”, “The Thrill Is Gone”, “Please Love Me” e muitas outras canções que marcaram as próximas gerações do blues, influenciando astros como Jimi Hendrix e Carlos Santana. King também foi um artista que desde cedo sentiu as duras condições da segregação norte-americana e alcançou seu sucesso promovendo a cultura negra, sendo um símbolo de resistência na indústria musical.

“B.B King: um mundo melhor em algum lugar”

B.B. King é surpreendido com um bolo de aniversário no programa de televisão American Bandstand, em 1979. Ao seu lado, está o apresentador Dick Clark
B.B. King é surpreendido com um bolo de aniversário no programa de televisão American Bandstand, em 1979. Ao seu lado, está o apresentador Dick Clark (B.B. King Museum/Divulgação)

Após homenagear Rita Lee e Tina Turner em suas exposições mais recentes, o MIS traz uma homenagem a um dos cantores de blues mais influentes da história, B.B. King. O título da exposição se aproveita de parte do nome do disco lançado em 1991 para abordar temas como a segregação e inclusão, através de uma experiência sensorial.

Com curadoria de André Sturm e Cacau Ras, e consultoria de Chris Flannery, a mostra é a primeira inteiramente dedicada ao artista no Brasi. Ela traz imagens do acervo de B.B. King Museum, com imagens que mostram desde o início de sua carreira, aos 23 anos, até o seu retrato exibindo o prêmio de “Melhor Álbum de Blues Tradicional” na 42ª cerimônia do Grammy, em 2000.

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Mas os destaques da exposição são os ilustres objetos que o museu conseguiu trazer para o Brasil, como o primeiro troféu do Grammy que King ganhou, em 1971, sua icônica guitarra Gibson Lucille assinada por ele mesmo em um show que realizou em São Paulo, e um pin exclusivo que o cantor distribuía aos seus fãs ao final de suas performances. 

A exposição foi conceituada através de uma linha temporal que percorre a história do artista e, também, dos desdobramentos sociais e culturais da segregação, com um curso inspirado no fluxo do rio Mississipi, que tem margens com a cidade do blues, Memphis. Assim, durante a exposição, o público pode enxergar os movimentos raciais através de decorações e conceitos visuais, além de uma linha do tempo no topo das paredes, que chega até os dias atuais com datas marcantes do movimento negro. 

“Aqui a gente promete para você uma exposição linda, mas também uma exposição impactante. Por conta da ancestralidade, a gente se impacta bastante – mas a gente também quer que seja uma exposição feliz, que traga a alegria que transita com a vida do B.B. King”, contou Cacau Ras na abertura da amostra no MIS.

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A “B.B. King: um mundo melhor em algum lugar” apresenta diversos cenários imersivos, desde a cidade do blues até a discografia clássica do cantor, onde os visitantes podem escutar todos os seus discos tocando. Além disso, os curadores tiveram como proposta não apenas uma homenagem ao cantor de blues, mas a todas as vozes negras da indústria. Dentre isso, surgem cenários que tiram o visitante da zona de conforto, como a escolha entre duas portas assim que a exposição começa, uma para “brancos” e outra para “negros”, que era bastante recorrente nos Estados Unidos.

A gente espera que as pessoas se sintam segregadas. Não adianta simplesmente fazer um post no Instagram e dizer ‘Sou contra o racismo’ e depois segue a vida, é melhor do que nada, infelizmente. Mas o que a gente quer é que as pessoas saiam da exposição tendo se identificado pelo coração e pelo fígado. Então, haverão momentos na exposição para tirar as pessoas da zona de conforto, é de propósito, é para que a pessoa se coloque no lugar de quem foi segregado nos Estados Unidos por raça”, finalizou André Sturm, curador da amostra.

“B.B. King: um mundo melhor em algum lugar” está disponível para visitação e estará em cartaz até o dia 8 de outubro.

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Data: 26 de julho a 08 de outubro 

Horários: terças a sextas, das 10h às 19h; sábados, das 10h às 20h; domingos e feriados, das 10h às 18h 

Endereço: Avenida Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo

Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) | Entrada gratuita às terças (retirada na bilheteria física do MIS)

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