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Mateus Carrilho: “Quero ver que construí algo sólido e que vai ficar”

Cantor dá detalhes do futuro de sua carreira solo, com segundo álbum pronto para ser lançado no final do ano

Por Naiara Taborda
Atualizado em 4 jul 2022, 13h45 - Publicado em 4 jul 2022, 12h52
entrevista mateus carrilho
Mateus Carrilho no clipe de "Privê", seu primeiro single solo.  (Mateus Carrilho/Divulgação)
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Mudar pode ser assustador em um primeiro momento, mas é inegável que também é força motora para a criatividade, a compreensão individual e, claro, o início de um novo caminho, mais alinhado com quem você quer ser no mundo. E é exatamente isso que Mateus Carrilho tem vivenciado após deixar a Banda Uó para percorrer a carreira solo: sua expressão musical nunca esteve tão madura e, segundo ele, tão própria. Nos bastidores do Festival do Orgulho, no último sábado (2), conversamos sobre esse momento de virada e o que o futuro promete. Confira!

CLAUDIA: Você passou por muitas mudanças. Deixou uma banda para seguir carreira solo, enfrentou uma pandemia. Como foi esse momento de transição?
Mateus Carrilho: Foi muito doido. O ano de 2019 foi muito bom, eu lancei muita coisa, fiz feat com Duda, Tainá [Costa], gravei, rodei. Em 2020 a pandemia veio e foi aquele baque, porque interrompeu tudo o que a gente estava querendo, e foi totalmente caótico. Mas eu também acho que para mim esse tempo de maturar mais meu eu artístico acabou ganhando formas interessantes. Eu apresento meu disco no final desse ano, eu acho que vai ser um novo momento para mim. O final de uma banda é o final de um casamento e não é algo que você supera do dia para a noite. O momento que eu estou agora é de pé no chão, entendendo para onde eu vou e acho que meu disco está muito lindo e será outro momento para a minha carreira. Mais do nunca eu preciso disso.

“Faz Fumaça”, lançada neste ano, foi um grande sucesso. O álbum novo vem na mesma pegada, ou ainda veremos um Mateus diferente? O que podemos esperar?
Acho que ali era Carnaval. A gente tem o momento do Carnaval aqui no Brasil que é um bloco separado. Existe melodia e outra nuance na estrutura musical que me apresenta um pouco, mas ainda não sou totalmente eu. Meu disco é de inéditas. Eu disse que “Faz Fumaça” estaria nele, mas não está. O artista é doido, deu a louca no chefe e mudou tudo.  Acho que eu estou indo mais para o lado da Pop MPB, que é um lugar onde eu me encontro muito. Meus amigos estão lá, é de onde a Banda Uó saiu muito tempo atrás, e eu volto para esse ambiente que eu percebi que artisticamente é o lugar que eu habito, minhas ideias fluem e estou feliz.

Mateus Carrilho e Gloria Groove
“Noite de Caça”, parceria entre Mateus Carrilho e Gloria Groove. (Mateus Carrilho e Gloria Groove/Divulgação)

Você fez grandes feats recentemente, como Duda BEAT, Gloria Groove e João Guilherme. Como é o processo de escolha destes artistas? 
Teve Gloria, [MC] Dricka. Eu faço feat com quem eu gosto e admiro. Geralmente são amigos, porque eu acho que tem que ter uma conexão também. A Dricka é uma das pessoas que eu não conhecia. Era fã, acompanhava o trabalho e achava a obra dela incrível, então a gente ficou amigo depois. Meu critério é sempre ter artistas que apresentam uma nova tendência. Eu amo descobrir gente nova e meu disco traz isso novamente, artistas que estão fomentando e entrando de cabeça na indústria. Quando eu fiz feat com a Duda no passado foi exatamente isso, ela estava entrando e a gente fez “Chega”, que foi um grande sucesso. Minha proposta segue sendo a mesma, sou um cara visionário sim, e minha ideia é sempre trazer coisa nova pro público.

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Podemos dizer, então, que todas as pessoas com as quais faz feat estão também na sua playlist pessoal?
Com certeza! Quando eu e Gloria lançamos “Noite de Caça”, ela me disse: “Amigo, é tão engraçado, porque eu escuto como se não fosse música minha, como se fosse música dos outros”. Porque quando a gente faz música, a gente fica tanto tempo maturando e construindo aquela ideia, que quando lança a gente não quer mais ver na frente. Ela falou isso e eu achei muito interessante. Acho que é sobre isso, tem que ter conexão, tem que ser de verdade para dar certo.

Você é muito envolvido em moda e arte, além de música. Veremos mais destes diferentes lados e interesses daqui para a frente?
Eu vou fincar meus pés nesse lugar de particularidade. Como você falou, eu amo moda, amo cultura, amo arte e acho que minha nova era transcende muito mais isso aí. Acho que eu saio de um lugar muito comercial e vou para algo específico. O que eu busco para mim é olhar minha obra daqui 20, 30 anos, e ver que eu construí algo sólido, algo bonito e que vai ficar para sempre. Meu disco é sobre mim.

 

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