Cássia Kis fala sobre a segunda temporada da série “Desalma”
Atriz que interpreta a bruxa Haia conta sobre o preparo para o papel e como é mergulhar nesta história cheia de magia e mistérios
Depois do sucesso da primeira temporada, a continuação da série Desalma chega ao Globoplay com mais mistérios e muita magia! Criada e escrita por Ana Paula Maia, a produção traz Cássia Kis mais uma vez na pele de Haia, uma mãe que perdeu a filha em um ritual e nunca deixou de buscar vingança. Quer saber tudo antes de dar o play? Aqui você confere uma entrevista especial com a atriz sobre sua personagem e, claro, o que esperar neste novo capítulo.
A nova temporada
Reencontros e ligações afetivas que ultrapassam os anos e dimensões em uma trama carregada de mistérios e magia. Agora em 2019, três décadas se passaram desde que Halyna (Anna Melo) morreu na noite da celebração de Ivana Kupala, tradicional festa pagã e uma das principais comemorações do calendário eslavo, apresentada na primeira temporada da série. Desde então, a vida de sua mãe, Haia (Cassia Kis), nunca mais foi a mesma. A bruxa, que viveu para planejar vingança contra os responsáveis pela morte da filha, nesta temporada, conseguirá revê-la. Após um ritual repleto de misticismo e complexidade, Haia e Halyna estarão juntas novamente na fictícia Brígida, uma colônia ucraniana no Paraná. Ao lado da mãe, a jovem deve finalizar uma missão na Terra e acertar pendências do passado para seguir sua trajetória em outro plano. É no corpo de Melissa (Camila Botelho) que Halyna retorna.
Esse e outros segredos do passado e espíritos possessores movimentam a cidade, que será palco de marcantes eventos sobrenaturais. Duas outras moradoras terão sua força e sanidade colocadas à prova: Ignes (Cláudia Abreu) e Giovana (Maria Ribeiro). Suas trajetórias e a de seus familiares se entrelaçam com a saga de Haia em uma história repleta de surpresas, revelações e eventos enigmáticos… Com uma certeza: as consequências de alguns atos podem levar anos, ultrapassar dimensões, mas, inevitavelmente, acontecem.
Entrevista com Cassia Kis
Como você define a Haia nesta segunda temporada? Que elementos você destacaria na trajetória e no perfil da personagem?
Para mim, existe a definição de uma mulher. É a história de uma mulher que teve uma família. Uma mulher que perdeu o marido, perdeu a filha, que se indignou e que usou e usa de instrumentos muito íntimos, de um profundo conhecimento dela, para poder corrigir, aceitar e compreender a sua própria vida.
Você buscou algum tipo de referência para esta composição? Como foi a sua preparação para interpretar esta mulher que enfrenta preconceitos e precisa lidar com forças ocultas para conquistar seus sonhos?
Eu faço meu trabalho de pesquisa. Como sempre, para qualquer trabalho. Eu construo a história da personagem. Ela precisa ter passado, presente e eu preciso imaginar essa mulher no futuro também, mas preciso compreender a história do personagem. Então, especialmente para a Haia, não fiquei buscando referências, não. Logo no primeiro dia de reunião, me foi colocada uma peruca comprida de cabelos brancos. É um conceito. Você está dizendo para mim: “Vamos por aqui”. Então, se tivessem dito pra mim que eu faria uma personagem com cabelo mais contemporâneo, uma mulher de calça jeans, camiseta, eu também iria por outro lado. O que me inspira é esse primeiro aceno de conceito. Isso me levou para outras reflexões e conclusões.
Desalma é a sua primeira incursão neste gênero de drama sobrenatural? O que diferencia a atuação numa série como essa, comparada a um drama contemporâneo realista, por exemplo?
Para mim, não tem diferença nenhuma e nem me preocupa se é uma primeira incursão. Eu tenho um trabalho de pesquisa que, sim, se diferencia a cada trabalho, sem dúvida nenhuma. Tudo tem um começo. O que muda é a maneira como eu vou começar a abordar determinado personagem.
Especialmente nesta segunda temporada, os vínculos e laços entre os filhos e as três mães protagonistas (Haia, Giovana e Ignes) estão cada vez mais fortalecidos. Mesmo sendo figuras tão distintas, elas refletem um sentimento universal, que é o instinto de proteção maternal. Você concorda?
Todo ser humano tem uma mãe. A gente fala do filho postiço, a gente fala do adotado, mas não podemos esquecer que todos, todos os seres humanos da face da Terra têm um pai e uma mãe. Todos eles vieram de uma barriga, pelo menos, que a gente saiba. Sem dúvida nenhuma trata-se de uma história com fôlego feminino muito profundo. É uma história de mulheres e suas lutas. A mulher com suas ferramentas, com as suas armas; a gente pode chamar assim: íntimas, né? Instintivas, muito treinadas e elas trabalham juntas. Isso é maravilhoso.