Cartas contam épico caso de amor entre soldados da 2ª Guerra
Encontrados na Inglaterra, os documentos são a prova do proibido (e maravilhoso!) romance vivido por Gilbert Bradley e Gordon Bowsher.
Mark Hignett é um colecionador assíduo. Ele mora na região de Shropshire, na Inglaterra, onde tem um pequeno museu repleto de objetos e curiosidades sobre a Segunda Guerra Mundial. Foi justamente por isso que, recentemente, ele acabou entrando em contato com uma história de amor verdadeiramente épica – e digna das telas do cinema.
Ele tinha comprado cartas para expor em seu estabelecimento, quando se deu conta da história de guerra nada convencional que elas estavam contando. Mais do que selos antigos e relatos históricos, elas eram provas do amor que existiu entre os soldados Gilbert Bradley e Gordon Bowsher, chamado carinhosamente de “G”.
Hignett, que inicialmente só tinha comprado três cartas para deixar à mostra em seu museu, ficou tão fascinado pelo romance que acabou gastando cerca de £1.000 (aproximadamente R$3.800) para completar a “coleção”. Ao todo, trata-se de 300 cartas!
O envio de mensagens pelo correio já é, por si só, uma coisa romântica. Em meio à guerra, à distância e à proibição da homossexualidade, então, a história contada pelos relatos escritos dos amantes é verdadeiramente maravilhosa – e só foi descoberta porque Gilbert, que faleceu em 2008, guardou as cartas junto de si até a morte.
“O valor destas cartas reside no fato de a maioria das cartas de amor desta época entre homossexuais terem sido queimadas”, explica o dono do museu em entrevista ao Metro.co.uk, “já que, se fossem encontradas, elas seriam provas daquele ‘crime’. Essa história tem uma vida própria: é uma história de amor que poderia competir com o Titanic“.
Gordon e Gilbert, infelizmente, não viveram “felizes para sempre”. A culpa não foi somente da guerra, já que a distância também teve seu papel. Gilbert acabou morando na Escócia, onde teve diversos casos de amor com outros homens. “Entendo o porquê de eles se apaixonarem por você”, chegou a escrever Gordon a respeito. “Afinal, eu também me apaixonei”. Este, por sua vez, se mudou para os Estados Unidos, na Califórnia.
Depois de descobrir essa história incrível, o dono do pequeno museu inglês pretende, mais do que expor as cartas, transformá-las em um livro – e o mais curioso é que, nas próprias cartas que trocavam, os dois amantes já haviam considerado essa possibilidade.
Em uma das 300 cartas que eles trocaram, chegaram a escrever: “não seria incrível se todas as nossas cartas pudessem ser publicadas no futuro, em um tempo mais permissivos? O mundo todo poderia ver como nós estamos apaixonados“.