Blog maravilhoso dá foco a mulheres que fizeram história
Já reparou como a gente aprende pouco sobre a vida de mulheres revolucionárias? O blog "As Mina na História" surgiu para questionar isso.
Em janeiro desse ano, um levantamento feito pela ProScore revelou um dado triste e nenhum pouco surpreendente: na cidade de São Paulo, apenas 16% das ruas que homenageiam personalidades têm nomes de mulher. E o que ocorre na capital paulista é apenas um exemplo – dessa vez colocado em números – de um problema que está em toda a parte: a importância das mulheres é constantemente apagada em se tratando de conquistas históricas.
Quantas mulheres ilustram os livros de história? Quantas delas têm suas vidas contadas no cinema? O panorama está mudando aos poucos, mas esse apagamento feminino ainda é uma realidade. E foi pensando nisso que a estudante de história Bia Varanis resolveu criar o blog As Mina na História.
“Eu estava terminando o ensino médio, em 2015, e participei da Olimpíada Nacional de História do Brasil, realizada pela Unicamp. Em meio às questões, vi uma foto da Maria Bonita. Eu nunca tinha ouvido falar sobre ela e comecei a pesquisar mais. Então, me veio a reflexão de que nunca aprendemos sobre mulheres na história. Não enquanto protagonistas, e sim como coadjuvantes, como esposas de homens importantes”, conta Bia.
Para ela, o ~esquecimento~ também é uma forma de violência de gênero. “Essas mulheres foram apagadas apenas por serem mulheres. O blog surgiu como uma tentativa de refazer essa memória coletiva que não inclui mulheres, e principalmente as mulheres negras”.
Lá no blog, Bia publica textos biográficos sobre todo o tipo de mulher. Dá para saber mais detalhes sobre a vida de personalidades bem famosas como Coco Chanel e Amelia Earhart ou descobrir a história de revolucionárias desconhecidas. Você sabia que foi uma mulher que levou o design gráfico aos computadores, por exemplo? Ou que foi uma mulher que inventou os filtros de papel para café? Essas são alguns dos fatos curiosos que aparecem no blog.
O projeto está no ar há pouco menos de um ano e Bia comemora a boa repercussão. “Eu sinto que o meu objetivo está sendo alcançado, fazendo com que a historia das mulheres circule, que seja reconhecida e que alcance muitas pessoas, de todas as idades, de todas as classes”. No Facebook, a página do As Mina na História já conta com mais de 400 mil seguidores e lá também é possível encontrar um ótimo material biográfico.
Hoje Bia toca o projeto sozinha, mas também abre espaço para que mais minas colaborem, sugerindo pautas e enviando textos. Quer participar? Basta entrar em contato através do email contato@asminanahistoria.com.br ou pelo Facebook.