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“Alguém Como Eu”: quando o trailer é muito mais legal do que o filme

Filme com Paolla Oliveira e Ricardo Pereira abusa de clichês e estereótipos e vai contra a onda mundial que coloca a mulher em destaque no cinema.

Por isabelavilla
Atualizado em 16 jan 2020, 13h46 - Publicado em 24 Maio 2018, 17h22

Alguém Como Eu“, filme que estreia nos cinemas nesta quarta-feira (24), é uma comédia romântica que tem um trailer muito mais interessante que a obra em si. Nos dois minutos do trailer, vemos Helena (Paolla Oliveira) lançar olhares de desejo e paixão em direção a uma linda mulher, interpretada pela atriz portuguesa Sara Prata. Seria um filme que ousaria falar do amor entre duas mulheres, com uma estrela global de primeira grandeza no elenco? Ao assistir ao filme, descobrimos que não: é mais um roteiro repleto de clichês.

No filme, conhecemos a história de Helena, jovem publicitária bem-sucedida que, apesar da vida aparentemente perfeita, percebe que não é feliz. Depois de uma série de decepções amorosas, ela decide aceitar a proposta de emprego de uma amiga para ir trabalhar em Portugal.

Lá ela renova sua vida e logo conhece o português Alex (Ricardo Pereira). Os dois se dão bem logo de cara e começam a namorar, mas como em qualquer relacionamento, a rotina se torna maçante e os desentendimentos começam.

Em um momento de nervoso, Helena pede para Deus deixar o seu namorado mais parecido com ela. O pedido é atendido, mas não da forma que ela esperava, porque  Alex vira, do nada, uma mulher linda como ela – a tal personagem interpretada por Sara Prata.

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A premissa do filme lembra um grande sucesso do cinema nacional: “Se Eu Fosse Você“, mas em uma versão piorada. As cenas divertidas de Paolla e Sara interagindo são basicamente as que vemos no trailer. Alex se “transforma” em mulher apenas para performar clichês e estereótipos femininos. Então, o Alex atencioso, que faz compras com ela, é a versão feminina. Quando ele é carinhoso e prepara um café da manhã para a namorada, pronto: é a versão feminina novamente. Quando chega em casa reclamando do trabalho, tirando o sapato e colocando os pés em cima da mesa, aí sim ele assume a forma masculina.

O filme ainda apela para piadas de gosto duvidoso, com fundo sexista. Em 2018, quando o cinema em Hollywood e em todo o mundo passa por um momento de reflexão sobre o papel da mulher na indústria e nas tramas, “Alguém Como Eu” é especialmente anacrônico. Filmes como “Oito Mulheres E Um Segredo“, “Tomb Raider” e “Star Wars” falam sobre a evolução da mulher independente do homem, e são sucesso de crítica e público. Uma trama em que uma mulher linda, dona de si, competente e inteligente fica sofrendo por causa de um homem é um retrocesso.

Claramente o filme ficaria muito mais engraçado e interessante se levasse a sério a troca de gênero de Alex, com mais cenas entre as duas atrizes e sobre como é o relacionamento entre elas. Se o trailer entregasse o que prometia, poderia até ser uma comédia romântica lesbian chic, ousada e inovadora para os padrões nacionais. Mas da forma que a trama é construída, “Alguém Como Eu” é só mais um filme brasileiro esquecível.

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