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5 tatuadoras brasileiras f*das que você precisa conhecer

Depois de ler esta matéria, você vai querer marcar horário com todas elas :)

Por Gabriela Kimura
Atualizado em 11 abr 2024, 18h16 - Publicado em 22 out 2015, 16h40
Divulgação/Ileine Machado (/)
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A tatuagem nos dias de hoje já não é mais um grande tabu. Se você tem uma ou algumas, talvez já tenha ouvido que “não ia conseguir arrumar emprego”, que desenhar a pele era “coisa de bandido”, que iria “destruir a beleza do corpo com essas besteiras” ou coisas assim. Alguns desses preconceitos ainda existem, mas as tatuagens são mais bem aceitas hoje, se comparado a alguns anos atrás.

Justamente essa mudança na visão sobre @s tatuad@s e a tatuagem como um todo trouxeram mais notoriedade para os verdadeiros responsáveis por tais obras de arte nos nossos corpos: os tatuadores e tatuadoras. As mulheres chegaram com tudo a esse universo considerado “tipicamente masculino” – ainda há quem associe os estúdios a homens com cara de mau, cobertos de tatuagens e vários piercings pelo corpo, ouvindo heavy metal. Que nada! As tatuadoras são verdadeiras artistas e merecem reconhecimento pelo incrível talento. Essas são só algumas das moças que você deveria conhecer:

1. Fernanda Prado

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O desenho sempre fez parte da vida de Fernanda. Desde pequena ela adorava arte, principalmente em gente! Costumava criar as peças que seus amigos iriam tatuar, apesar de nunca tê-las imprimido na pele deles, infeliz trabalhando em agência de publicidade. Graças ao amigo Henri, o tatuador que a recebeu como aprendiz no estúdio, ela foi aprendendo o ofício, marcando, primeiro, muitas frutas antes de chegar na pele de alguém. “Comecei aprendendo a parte de assepsia. Limpava o equipamento do estúdio, preparava as sessões e ficava de olho no que ele fazia. Quando cheguei nas minhas queridas ‘cobaias’, aí foi só alegria! Quase dois anos e amando a nova profissão”, conta. Pesquisando referências e novidades o tempo inteiro, Fernanda define seu estilo como um work in progress (trabalho em construção). “Minha linha principal são os desenhos em preto e cinza, sempre criados por mim, e os que mais gosto são os que misturam natureza, geometria, minimalismo, simetrias e volume forte nas sombras.” E dá para perceber a delicadeza que ela imprime nos seus desenhos, né?

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Mas e aí, como é ser mulher nesse meio? “Teve uma vez em que eu estava irritada – como todos temos o direito de estar – e um cara que estava sendo tatuado na outra maca jogou uma do tipo ‘essa TPM das mulheres, sempre assim’. Não, querido, você não me conhece. Só estou irritada e você não está ajudando. Acho um saco. Mas infelizmente isso acontece em todo lugar, com qualquer profissão”. Quem nunca teve que ouvir algo assim, não é mesmo?

 

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Ainda bem que os tempos são outros. Hoje em dia é quase impossível não encontrar com alguém que tenha uma tattoo, mesmo que seja pequenininha e escondida. “Até quem é bem conservador acaba querendo fazer tatuagem! Os ambientes de trabalho também parecem mais abertos a contratar pessoas tatuadas, o que é ótimo, pois é só uma questão de aparência. Claro que não é todo mundo, mas é um processo e um espaço que os tatuados estão conquistando. Ainda bem!”

 

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2. Melissa Khouri

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Quando você pensa no universo da tatuagem, principalmente nos dias de hoje, sabe que o preconceito em torno dele já não é tão gritante quanto costumava ser. Quando a tatuadora Melissa Khouri cogitou pela primeira vez seguir a profissão, foi obrigada a desistir da ideia. “Aos 18 resolvi que poderia ser tatuadora e fui conversar com meu avô, que sempre me apoiou na parte artística. Para minha surpresa ele não aceitou e, como ele era o pilar da família, acabei cedendo e continuei me especializando em outras artes. Quando tinha 28 anos fui acompanhar meu ex-marido fazer uma tatuagem no Tattoo You e, quando vi o Serginho [Pisani] tatuando, decidi que era aquilo que queria fazer dali em diante.” E assim foi: trabalhando por nove anos no estúdio que a inspirou e se transformando artista convidada em estúdios na gringa, como o Sacred Heart Tattoo e o High Voltage Tattoo.

 

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E a riqueza dos detalhes, das cores e o estilo neo tradicional, um old school mais moderno e com mais movimento, como ela mesma o define, já são motivos suficientes para ser fã do trabalho de Melissa. Desde o começo de sua carreira ela enfrentou desafios para conquistar o lugar que ocupa hoje.

Quando entrei como aprendiz, por ser mulher, os tatuadores não acreditavam que eu tinha potencial e achavam que estava ali porque saía com o dono. Que imaturidade!

 

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A vantagem de ser mulher é que há uma procura maior de outras mulheres para marcar a pele, na maioria das vezes por causa do lugar escolhido. “Além delas os homens também pensam que somos mais atenciosas, pacientes e temos as mãos mais delicadas para tatuar e por isso vai doer menos. A verdade é que vai doer de qualquer forma e em qualquer lugar – vai depender do quanto a pessoa é sensível ou não à dor.” E a desvantagem de ser uma tatuadora? “O pior é quando não dá para terminar uma tattoo em uma sessão e ter que esperar, no mínimo, um mês para poder finalizar e vê-la pronta.” A gente entende e sofre junto!

 

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3. Chibi

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“Aos 15 anos, uma amiga me deu minha primeira caneta nanquim e comecei a desenhar nas pessoas da escola fingindo que era tatuagem. Mas comecei a tatuar mesmo aos 22 anos, contando com muito apoio do meu marido Victor. Ele insistiu para que eu treinasse na pele dele! Me empolguei e comecei a tatuar meus amigos todos em casa para treinar, cobrando somente o material. Passado um tempo, ele viu um estúdio sendo montado nos Jardins e entrou lá para mostrar a minha primeira tattoo e perguntar se eles topariam me ensinar. Toparam!”

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O estilo de Chibi chama a atenção não só pelos traços bem feitos ou as cores vibrantes, mas por ter uma característica que muita gente se identifica: o universo geek. Livros, filmes e desenhos como Pokémon são alguns dos desenhos que ela gosta de tatuar. “Uma das minhas opções de emprego anterior era virar desenhista de Concept Art para filmes e Games”, ou seja, o destino fez as vezes de unir duas paixões!

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Para ela, tatuagem é sua forma de arte, de se expressar – e também um emprego de verdade. “Já ouvi coisas do tipo ‘ah, com o que você trabalha?’ e eu respondo que sou tatuadora e escuto ‘mas qual é seu emprego de verdade? No que você quer se formar?'”. E aqui vai uma dica de etiqueta para quando for fazer alguma tatuagem: “é ruim quando não dão valor ao seu trabalho, chorando por preço mais baixo como se estivessem comprando fruta na feira, mesmo o valor sendo justo.” 5 tatuadoras brasileiras f*das que você precisa conhecer

 

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4. Ivy Saruzi

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Uma coisa é fato: a tatuagem é uma forma de expressão, de arte, de criação. Desde pequena, a gaúcha Ivy Saruzi já tinha uma paixão por esse universo, que ganhou sua certeza na primeira vez que entrou em um estúdio de tatuagem em Porto Alegre, junto com seu pai. “Quando entrei e vi os mil desenhos na parede decidi que um dia eu ia fazer parte disso, ia ser eu quem iria imprimi-los na pele das pessoas. Demorou muito até decidir de fato que faria isso e, por coincidência, foi exatamente nesse primeiro estúdio que conheci que me acolheu como aprendiz de tatuadora em 2009.” A relação dela com a arte é muito forte, e isso fica nítido quando você olha seus trabalhos. “Acho que tem mais a ver com uma personalidade presente no desenho do que um estilo em si. Cada criação, cada traço, ponto, textura que coloco em um desenho é a manifestação um pouco de como enxergo as coisas, de como sinto elas.”

 

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Mesmo a profissão sendo ainda hoje majoritariamente dominada por homens, Ivy se destacou pela habilidade e também contou com o apoio dos colegas para melhorar sempre, sem espaço para o preconceito. “Sei que o mercado já foi muito sexista e que talvez em alguns lugares ainda seja assim. Felizmente fui acolhida por uma equipe que sempre me respeitou independente do meu sexo, me incentivou a buscar mais, a construir mais dentro do meu próprio trabalho.”

 

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Para quem não tem certeza sobre qual carreira escolher, Ivy afirma que a realização profissional como tatuadora vai além de questões como dinheiro e fama. “O melhor é ver pessoas que tu admira gostando do que tu faz e quem te escolheu para fazer aquela tatuagem feliz, com a expectativa superada. Não tem nada melhor do que saber que tu fez a escolha certa, que tu nasceste pra isso, é como dormir e ter um sonho bom.”

A melhor é quando eu olho uma tattoo pronta e penso: ‘sério que fui eu quem fez isso? Que legal!’

 

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5. Gabriela Droguett

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A baiana Gabriela Droguett tem um estilo muito característico, ótimo para quem gosta de frases, letras, números e outras formas de tatuagens escritas. A cada palavra marcada uma beleza única, expansiva em significados. E antes de se tornar um nome forte e conhecido no mercado, Gabriela entendeu que ser tatuadora era carreira para mulheres sim. “Eu estava em uma fase pós ensino médio e não sabia que carreira seguir quando fiz minha primeira tatuagem foi com uma mulher. Isso me motivou a me tornar tatuadora, pois até então eu achava que era profissão de ‘homem’, como piloto de avião.” Ainda assim superar o preconceito não foi tão fácil.

No início foi bem difícil, pois eu era muito jovem e mulher em um meio quase 100% masculino. Alguns clientes se recusaram fazer tatuagens comigo naquela época.

 

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A persistência foi maior do que o machismo e Gabriela hoje é uma artista de grande renome no Brasil todo. Além de ser especializada em letterings e com isso já ganhar alguns clientes, ela também conta com a mudança no pensamento e na aceitação da tattoo. “A tatuagem saiu da clandestinidade e passou a ser mais bem vista, principalmente por conta da visibilidade na mídia com as celebridades. E isso também vale para os tatuadores: todos esses programas de televisão voltados à tatuagem ajudaram bastante com o reconhecimento da profissão.” Realmente os realities sobre esse mundo nos aproximaram mais da arte, trazendo até fãs para os tatuadores!

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