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11 artistas brasileiros que estão quebrando todas as regras de gênero

O verbo "lacrar", por exemplo, foi criado para eles.

Por Lucas Castilho
Atualizado em 12 abr 2024, 09h07 - Publicado em 30 mar 2016, 16h01
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A música brasileira sempre foi conhecida pela diversidade. E, ainda bem, de tempos em tempos a produção cultural nacional nos apresenta artistas dispostos a desconstruir todas as regras estabelecidas na música e na sociedade. Conheça alguns nomes da cena nacional que estão ajudando a quebrar preconceitos e abrir mentes. É lacre puro!

Leia Mais: 11 artistas brasileiras que (também) estão quebrando todas as regras de gênero

1. Liniker

Assim como todxs desta lista, Liniker, 21, é um quebrador de regras: não cabe em uma única caixinha, pelo contrário, cabe em várias. Negro, gay e pobre, gosta de brincar com as regras “normativas” da sociedade. Usa batom, brinco, saia e turbante – e tudo bem. Mas a principal coisa sobre ele, no fim das contas, é mesmo a voz. E, nossa, que voz! Suingada, meio rouca e cheia de emoção, combina perfeitamente com as canções de amor de “Cru”, seu recém-lançado primeiro EP.

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2. Lineker

Por mais incrível que possa parecer, Lineker é Lineker mesmo. Sim, o mesmo nome do cantor acima – a única diferença é o “e”. Mas sabe qual a melhor parte dessa coincidência? Ele é tão bom quanto o artista homônimo! Bailarino, diretor, performer e, claro, cantor, o mineiro, de Bambuí, é conhecido pelos shows cheios de personalidade e por tratar abertamente em suas músicas sobre questões de gênero e sexualidade. Escute “Verão”, seu maravilhoso e recém-lançado EP.

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3. Jaloo

Jaloo é um dos novos artistas mais inventivos do pop nacional. Nascido em Castanhal, no Pará, o cantor e produtor costuma dizer ser uma pessoa não-binária, que é quando a identidade de gênero de alguém não é nem homem nem mulher, pode ser uma combinação dos dois ou nenhum deles. Quebrador de regras, sim ou com certeza? Vale acompanhar sua carreira também por seus clipes, verdadeiras obras de arte, e, lógico, por sua música, uma mistura de pop, tecnobrega e synths oitentistas. Puro deleite. 

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4. Caio Prado.

“A placa de censura no meu rosto diz: ‘não recomendado à sociedade’. A tarja de conforto no meu corpo diz: ‘não recomendado à sociedade’ Pervertido, mal amado, menino malvado, muito cuidado! Má influência, péssima aparência, menino indecente, viado”, canta Caio Prado na canção “Não Recomendado”. Poucos teriam essa coragem na socidade de hoje e só por isso dá para entender os motivos do carioca ser um quebrador de regras. Ah, dê uma chance ao álbum “Variável Eloquente”. É f*da!

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5. Rico Dalasam.

Ele é o único rapper abertamente gay da cena musical brasileira. E, como se isso já não fosse não suficiente, Rico Dalasam é tão militante quanto bom nas rimas. Sua música “Aceite-C” é um hino sobre, duh, aceitação. E ele vai além: suas roupas são um convite para que as pessoas repensem de fato o que é o gênero. Ele está fazendo uma pequena revolução.

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6. Johnny Hooker.

Talvez o artista mais famoso desta lista, Johnny Hooker já fez novela da Globo (“Geração Brasil”) e já emplacou músicas em trilhas de outras tramas da mesma emissora. Recifense, no ano passado foi eleito como Melhor Cantor na categoria Canção Popular no tradicional Prêmio da Música Brasileira. Sabe como ele subiu no palco para receber o troféu? Com seu inseparável delineador nos olhos! Porque ele é assim: brinca com o masculino e o feminino, com o gênero e o melhor: consegue fazer isso também na maior TV aberta do país. Uau.

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7. MC XUXU.

Funkeira, travesti e feminista, ela é um fenômeno na internet e, com certeza, tem um papel importantíssimo no combate ao preconceito. De acordo com o  relatório “Injustice at Every Turn” feito em parceria pelas ONGs norte-americanas National Center for Transgender Equality and The Task Force, pessoas trans e travestis estão quatro vezes mais propensas a viver na pobreza e experimentam o desemprego o dobro do que a população em geral. Se a pessoa for negra essa margem sobe para quatro vezes. Por isso quando uma artista como a MC Xuxu manda em sua música viral “um beijo para as travestis” ela está matando um pouquinho na cabeça das pessoas a LGBTfobia. Isso se chama representatividade.

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Leia Mais: 7 mitos sobre pessoas transexuais e travestis que precisam ser combatidos

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8. Pabllo Vittar.

Quantas drag queens brasileiras você vê por aí fazendo música e, principalmente, sucesso? Essa é a Pabllo Vittar que, após o lançamento de “Open Bar”, uma versão da música “Lean On”, viu sua fama na internet crescer e, junto, o interesse por sua figura. Mas, assim, pode uma drag com nome “de homem”? Claro que sim! E a Pabllo, que deu expediente recentemente como a vocalista da banda do programa “Amor & Sexo”, está aí para desconstruir essas “regrinhas”. You go, girl!

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9. Lia Clark.

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Vai ter drag queen brasileira na mídia, sim! E se reclamar vai ter drag brasileira fazendo funk! Lia Clark, nascida em Santos, litoral de São Paulo, é drag, é funkeira e segue os passos da Pabllo Vittar, fazendo sucesso (merecidamente) internet afora. Seu primeiro single, “Trava Trava”, por exemplo, lançado em janeiro, já conta com mais de 700 mil visualizações e a tendência é aumentar. Lia é mais uma artista que segue quebrando preconceitos e levando arte drag para um monte de gente.

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10. Gloria Groove.

É inegável, o reality show “Rupaul’s Drag Race” ajudou a popularizar, sim, a arte drag e trouxe para o mainstream algo que normalmente ficava restrito a algumas boates. E que bom! Dessa safra de novas “queens” saiu a ótima Gloria Groove que, se o nome não deixou claro, aposta num som dance de respeito. E ela solta o vozeirão mesmo! Paulistana, cresceu numa família de músicos e até tentou uma carreira de um modo, digamos, mais convencional. A arte drag falou mais alto e o programa de Rupaul foi um empurrãozinho. Escute o trap de “Dona”, primeiro single da artista.

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11. As Bahias e a Cozinha Mineira.

Uma banda com duas vocalistas transsexuais, a Assucena Assucena e a Raquel Virgínia. Por si só isso já seria um ato político, afinal, elas estão representando na mídia uma das minorias que mais sofre com o preconceito, a das pessoas trans e travestis. Mas as músicas – e que músicas – de As Bahias e a Cozinha Mineira trazem discussões importantes sobre feminismo, machismo e transfobia. E a fama do grupo está crescendo!

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