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Rachel Jordan

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Referência no mercado de consultoria de imagem, Rachel Jordan é especialista em comportamento profissional e atua como consultora, mentora e palestrante para empresas e pessoas que desejam desenvolver suas habilidades emocionais e alavancar a carreira. Co-autora do Livro À Sua Moda – 4Talks, Rachel também ministra cursos e workshops na área
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Realidade ou glamour? A onda de uma vida mais real nas redes sociais

Batizado de BeReal, app foi criado com a intenção de mostrar as pessoas em seu dia a dia por meio de fotos reais

Por Rachel Jordan Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
11 Maio 2022, 09h03
rede social
Depois de todo esse estímulo ao “mundo perfeito”, será que estamos preparadas para encarar esse desafio e nos mostrar como de fato somos em nossa vida real? (Sam Lion/Pexels)
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Em tempos de fotos repletas de glamour, poses espetaculares em lugares paradisíacos e de filtros para ostentar uma vida que, na maioria das vezes, não corresponde à realidade, um aplicativo, lançado em janeiro de 2020, na França, e que tem como proposta mostrar a vida nas redes sociais de forma verdadeira e autêntica, vem se tornando o queridinho das (os) usuárias (os), principalmente os mais jovens.

Batizado de BeReal (Seja Real), o aplicativo foi criado com a intenção de mostrar as pessoas em seu dia a dia, em situações comuns do cotidiano, por meio de fotos reais, sem qualquer filtro, para esconder possíveis imperfeições ou camuflar corpos que não se enquadram aos padrões estabelecidos.

Embora ainda desconhecido de muitas pessoas, o aplicativo vem conquistando a adesão cada vez maior de usuárias (os) pelo fato de ir na contramão das concorrentes e levar ao espaço virtual das redes doses diárias de realidade. Afinal, a verdade é que estamos longe de ter uma vida perfeita e glamourosa o tempo inteiro, não é mesmo?

Mesmo lançado há pouco mais de dois anos, foi a partir de dezembro do ano passado, quando contabilizava cerca de 480 mil usuárias (os), que a rede começou a deslanchar e a fazer sucesso, principalmente entre os mais jovens. Em março já ultrapassava 2 milhões. Somente em abril entraram 737 mil pessoas.

As usuárias (os) da nova rede têm demonstrado que estão encarando com leveza e bom humor a proposta de mostrar a vida real em suas postagens. Ou seja, muita gente não quer mais se enquadrar na ditadura da vida “irreal” que muitas vezes é mostrada por milhões de usuários em outras redes.

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Confesso ter ficado surpresa quando soube da proposta do aplicativo, e considero uma iniciativa corajosa a intenção de desafiar o padrão que vimos crescer com o avanço das redes sociais. Sabemos que milhões de pessoas ao redor do mundo endossam o formato de outras redes quando compartilham fotos ou conteúdos surreais.

Um mundo de faz de conta no qual somente os mais privilegiados podem estampar fotos nos melhores lugares ou ostentar corpos e rostos perfeitos graças não só aos filtros, mas também a outros artifícios.

E vocês, já conhecem e aprovam essa nova tendência? É claro que todas(os) nós gostamos de postar fotos lindas em situações de viagens, ou com familiares e amigos. E não existe nenhum mal nisso, pelo contrário. Afinal, quem não gosta de registrar e compartilhar um momento de beleza e felicidade?

O problema, na minha opinião, é que as pessoas estão extrapolando os limites do que é real e daquilo que é estrategicamente planejado e criado para atrair seguidores e sair do anonimato. As redes sociais estão provocando um verdadeiro fenômeno. Parece que ninguém mais aceita passar despercebido e não chamar a atenção de alguma forma.

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O mundo digital deu voz a todo mundo, e isso, é lógico, tem seu lado positivo. Mas todas(os) nós sabemos que todo excesso traz problemas. Não é à toa que o número de pessoas com sintomas de depressão e com outros tipos de problemas vêm aumentando assustadoramente.

Pesquisas já apontaram que muitas dessas questões, que atingem principalmente os jovens, se devem às redes sociais. Talvez isso explique o fato de serem eles os que mais estão movimentando o novo aplicativo que está em quarto lugar no ranking dos mais baixados na França, Reino Unidos e Estados Unidos.

A minha dúvida é: depois de todo esse estímulo ao “mundo perfeito”, que estamos vivendo há tempos com as redes sociais, será que estamos preparadas (os) para encarar esse desafio e nos mostrar como de fato somos em nossa vida real?

Há quem defenda que as redes sociais cumprem seu papel ao estimular esse mundo muitas vezes irreal que consumimos diariamente ao acessar nossas redes ou compartilhar nosso conteúdo. Mas, no mínimo, acho que a entrada desse aplicativo merece uma reflexão de nossa parte. Será que não deveríamos, de fato, fazer de qualquer rede social um mundo mais real, mesmo que no digital, para mostrar uma vida que acontece de forma mais autêntica e verdadeira?

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Aderindo ou não ao aplicativo, proponho a vocês algumas questões que podem contribuir para nos tornar mais verdadeiras (os) em nosso espaço digital, mesmo sem utilizar um aplicativo que nos obrigue a tomar essa atitude.

Empatia – Antes de postar uma foto ou conteúdo, pense de que forma pode contribuir para ajudar o maior número de pessoas, e não para frustrá-las e fazer com que se sintam diminuídas ou incapazes de realizar suas próprias conquistas. Num mundo tão individualista como o nosso, é muito bom fazer a diferença com doses de realidade positiva. 

Autodesafio – Se sentiu atraída (o) pela proposta do aplicativo, mas não deseja participar de mais uma rede, que tal se propor um autodesafio e postar algumas fotos ou vídeos mais autênticos, algo no estilo cara lavada e a vida como ela é? Talvez isso chame ainda mais a atenção de seus seguidores do que mais uma foto repleta de filtros e efeitos especiais. 

Exemplo real – Não devemos nos esquecer de que nosso espaço numa rede social não é privado. Cada vez que compartilhamos uma foto, uma opinião ou uma informação, mesmo que para um grupo pequeno de amigos, devemos pensar e ter senso de responsabilidade. Mesmo que essa não seja a intenção, uma postagem ganha outra dimensão no mundo virtual e podemos influenciar negativa ou positivamente muitas pessoas. Você prefere ser um exemplo real ou irreal?

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