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Stéphanie Habrich é CEO da editora Magia de Ler, apaixonada pelo mundo da educação e do jornalismo infantojuvenil. Fundadora do Joca, o maior jornal para adolescentes e crianças do Brasil e do TINO Econômico, o único periódico sobre economia e finanças voltado ao público jovem, ela aborda na coluna temas conectados ao empreendedorismo, reflexões sobre inteligência emocional, e assuntos que interligam o contato com as notícias desde a infância e a educação, sempre pensando em como podemos ajudar nossos filhos a serem cidadãos com pensamento crítico.
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Que falta faz o afeto?

Num mundo onde boa parte dos contatos acontecem por chat à distância, como podemos nos relacionar sem perder a proximidade?

Por Stéphanie Habrich Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
25 abr 2023, 06h44

Sou franco-alemã, nascida na Alemanha, filha de um pai alemão e uma mãe francesa. Viemos para o Brasil quando eu tinha quase seis anos. Rapidamente identifiquei o traço brasileiro de que mais gostava: o afeto. Sempre admirei os abraços acolhedores, os sorrisos e a facilidade para se abrir com o outro. Ainda reconheço essas características nos brasileiros, mas percebo que nos últimos tempos algo mudou. Com a chegada dos smartphones, as relações estão diferentes.

Não é difícil entrar em um restaurante e ver mesas em que todos estão de olho no celular, digitando freneticamente ou rolando a página infinita de uma rede social. O mesmo vale para as rodas de amigos (especialmente entre os adolescentes). Junto com essa nova forma de se comunicar, noto também um comportamento diferente. Minha percepção é de que as pessoas, especialmente as mais jovens, têm tido dificuldade para se abrir e demonstrar seu afeto pelo outro. É como se todos estivessem sempre na defensiva, com medo de parecerem “emocionados” demais com o crush.

Seria este fenômeno uma consequência da conexão constante com os eletrônicos? Estaríamos todos nos desconectando por estarmos hiper conectados nas redes sociaisNão tenho dados científicos e muito menos pretensão de fazer trazer aqui a resposta definitiva para essas perguntas. Mas acredito que valha a reflexão. Vejo jovens na faixa de 18 a 30 anos com receio de demonstrar seus sentimentos por medo de virar piada entre os amigos. Na dúvida, viram a cara e evitam o contato. A mudança levanta um alerta sobre as consequências que isso pode ter para a saúde mental e social das pessoas, especialmente os mais jovens. Chego a pensar no quanto esta onda de violência e ameaça que estamos vendo nas escolas pode ter suas raízes também na mudança na forma de relacionamento entre as pessoas.

Somos seres sociáveis

Segundo a psicóloga e Ph.D. Maria Alice Fontes, o ser humano, antes de mais nada, é um ser sociável. Isso significa que precisa ter senso de pertencimento e de significância. Precisamos do outro e vivemos melhor em comunidade.O afeto é um tempero especial nesta vida em sociedade, pois torna a relação mais carinhosa e próxima. É o que traz o quentinho para o coração. Mas, para que ele exista, precisamos primeiro reconhecer as emoções nos outros para poder nos aproximar.

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O reconhecimento das emoções é o primeiro passo para uma conexão. A questão é que, no mundo em que estamos hoje, com as mensagens sendo trocadas somente por textos – muitas vezes repletos de abreviações – como vamos reconhecer as emoções? “Quando você conversa com uma pessoa olhando para ela, você consegue ver suas reações e reconhecer as emoções que está despertando nela”, afirma a psicóloga. Num mundo em que a maior parte das comunicações tem acontecido via chat, fica mais difícil reconhecer se uma frase foi um elogio ou uma ironia, se foi um xingamento ou uma piada mal interpretada.

Olhar para dentro é importante

Além de entender a emoção do outro, precisamos saber olhar para as nossas. “Para falar sobre o que estamos sentindo, precisamos primeiro reconhecer e aceitar este sentimento”, diz Maria Alice Fontes. Somente com esse exercício de olhar para dentro conseguiremos nos virar para fora e trocar afeto com outras pessoas. O passo seguinte é saber escutar e compreender o outro. E, mais uma vez, o contato cara a cara faz toda a diferença – e o mundo acelerado e hiper conectado se torna uma barreira.A boa notícia é que a perda de afeto não é um caminho sem volta. Podemos resgatar esses contatos mais olho no olho. É preciso apenas uma mudança de atitude. Por isso eu te convido para trocar o chat pela ligação e, se possível, trocar a ligação pelo encontro presencial que, preferencialmente, comece e termine com um afetuoso abraço. 

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