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Stéphanie Habrich

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Stéphanie Habrich é CEO da editora Magia de Ler, apaixonada pelo mundo da educação e do jornalismo infantojuvenil. Fundadora do Joca, o maior jornal para adolescentes e crianças do Brasil e do TINO Econômico, o único periódico sobre economia e finanças voltado ao público jovem, ela aborda na coluna temas conectados ao empreendedorismo, reflexões sobre inteligência emocional, e assuntos que interligam o contato com as notícias desde a infância e a educação, sempre pensando em como podemos ajudar nossos filhos a serem cidadãos com pensamento crítico.
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Mi Casa, Tu Casa: saiba como ajudar crianças venezuelanas refugiadas

Conheça a inciativa social, que une crianças, adolescentes e adultos de um jeito simples e potente

Por Stéphanie Habrich
Atualizado em 16 jun 2021, 16h10 - Publicado em 14 jun 2021, 16h42
venezuela-refugiados
 (picture alliance/Getty Images)
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O vídeo acima faz parte da Campanha Mi Casa, Tu Casa, uma inciativa para arrecadar livros e construir bibliotecas para crianças e adolescentes venezuelanos que moram em abrigos de refugiados em Roraima. O projeto é uma parceria do jornal Joca, jornal infantojuvenil que fundei há dez anos, da ACNUR (agência da ONU para refugiados) e da associação Hands On Human Rights.

Fico muito incomodada com o fato de a grande mídia brasileira noticiar tão pouco a questão dos refugiados venezuelanos em Roraima, apesar de essa ser, atualmente, a maior crise humanitária do mundo. Aqueles são os nossos vizinhos que estão precisando de ajuda e nós estamos dando pouca atenção a eles – ou até tratando-os mal, como vimos em alguns episódios lamentáveis de xenofobia.

Como estava muito interessada pelo assunto, em 2019, eu e um amigo envolvido com a causa humanitária fomos até Roraima para visitar os abrigos de refugiados e migrantes do estado. Fiquei muito impactada com o que vi. Imaginava a dificuldade que devia ter sido para aqueles jovens ter que abandonar casa, escola e família para vir para o Brasil, muitas vezes, apenas com a roupa do corpo.

Se largar tudo e mudar para outro país já era algo difícil para os adultos, que dirá para alguém que nem completou 18 anos ainda. Segundo dados de março de 2021, o ACNUR abriga mais de 6600 pessoas em Roraima, entre refugiados e migrantes. Quase metade são crianças e jovens de 0 a 17 anos. Isso sem contar os mais de 30 mil que vivem em situação de vulnerabilidade na cidade de Boa Vista.

A partir dessa experiência nos abrigos, tive a ideia de criar o projeto Mi Casa, Tu Casa, como forma de ajudar as crianças e adolescentes venezuelanos e dar uma oportunidade para que jovens brasileiros se envolvam com uma causa relevante.

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A intenção é que o projeto aconteça graças ao movimento dos mais novos, que podem contribuir doando livros, incentivando a participação no crowdfunding e trocando cartas com os venezuelanos, para que haja uma troca de experiências entre as culturas.

Tenho certeza de que quanto antes os jovens estiverem envolvidos com questões da atualidade, mais preparados estarão para agir como cidadãos engajados, que lutam por direitos, cumprem seus deveres e buscam um futuro melhor para todos.

Os livros doados para a inciativa, como explicamos no vídeo acima, vão contribuir para o desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita, tanto em espanhol como em português, já que os jovens refugiados receberão obras escritas em uma das duas línguas.

Além disso, os exemplares levarão a eles diversão, companhia (quem tem um livro nunca se sente sozinho, não é?), ensinamentos e boas recordações sobre a sua estadia nos abrigos e entrada no Brasil.

Até o momento, os resultados da campanha têm sido muito inspiradores. Com o apoio dos leitores do Joca e de contribuintes diversos, já arrecadamos 27.068 livros, que continuam a chegar todos os dias. Para a nossa alegria, já superamos em mais de cinco vezes a meta inicial, que era de conseguir 5 mil exemplares.

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Agora, nosso principal desafio é bater a meta do crowdfunding. Com esse dinheiro, conseguiremos recursos para construir as bibliotecas (onde os livros arrecadados ficarão guardados) e promover ações educativas, como rodas de leitura com os jovens dos abrigos.

Tenho certeza de que conseguiremos não só construir as 13 bibliotecas previstas, como servir de inspiração para que mais crianças e jovens possam agir em prol da causa dos refugiados.

Para contribuir com a campanha, acesse o site do projeto aqui.

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