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Stéphanie Habrich

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Stéphanie Habrich é CEO da editora Magia de Ler, apaixonada pelo mundo da educação e do jornalismo infantojuvenil. Fundadora do Joca, o maior jornal para adolescentes e crianças do Brasil e do TINO Econômico, o único periódico sobre economia e finanças voltado ao público jovem, ela aborda na coluna temas conectados ao empreendedorismo, reflexões sobre inteligência emocional, e assuntos que interligam o contato com as notícias desde a infância e a educação, sempre pensando em como podemos ajudar nossos filhos a serem cidadãos com pensamento crítico.
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Como preservar a língua materna e a cultura brasileira?

"Quando existe um vínculo emocional entre o estudante e o material que ele está usando, as chances de se estabelecer uma conexão com a língua aumentam"

Por Stéphanie Habrich Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 4 Maio 2021, 17h04 - Publicado em 4 Maio 2021, 17h02
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 (Getty Images/Getty Images)
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Não é novidade para ninguém que saber outro idioma é uma habilidade fundamental para o desenvolvimento pessoal e profissional de um indivíduo. E que, quanto antes começamos a aprender uma nova língua, mais fácil será assimilar os conhecimentos adquiridos e criar vínculos emocionais com o país que usa determinado idioma.

Algumas vezes, o aprendizado de uma língua acontece ainda de outra forma: por causa de uma mudança de país. Foi o meu caso quando, aos cerca de 6 anos de idade, vim com meus pais e duas irmãs da Alemanha para o Brasil. Aqui, o desafio foi duplo. Ou melhor, triplo. Aprender o português e preservar dois outros idiomas (e culturas): a alemã, do meu país de origem, e a francesa, terra natal da minha mãe.

Stephanie Habrich
A empreendedora Stéphanie Habrich (Julia Rodrigues/CLAUDIA)

A integração ao meio escolar fez o papel de me introduzir ao português. Mas, para manter o alemão e o francês presente em nossa casa, além da presença dos meus pais em comunicação constante nos dois idiomas comigo e minhas irmãs, ainda tive outra oportunidade. Seguir recebendo, aqui no Brasil, jornais e revistas infantojuvenis vindos da Alemanha e da França. Essas publicações, com seus conteúdos de atualidade, cultura e entretenimento, foram fundamentais para manter a fluência nas línguas e o contato com o que acontecia em nossas nações de origem.

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Hoje, tantos anos depois da experiência que tive na infância e adolescência, vejo o processo se repetindo com o Joca, jornal infantojuvenil que criei quase dez anos atrás, aqui no Brasil – em português, logicamente. O Joca, atualmente, vem sendo usado em escolas do exterior, como nos Estados Unidos, que recebem filhos de brasileiros que se mudaram para o país. O contato com notícias da atualidade na língua materna vem colaborando para a permanência do português na vida desses jovens e no contato constante com os fatos e a cultura brasileira.

No ano passado, por exemplo, recebemos uma série de mensagens de estudantes de uma escola, com sede nos Estados Unidos, que oferecia aulas de português para alunos de diversas nacionalidades. Nos textos, eles nos relataram como o jornal os estava auxiliando a aprender português e a entender melhor o Brasil. A partir das notícias publicadas, os estudantes puderam perceber, de forma verossímil e livre de estereótipos, como os brasileiros se relacionam com assuntos como futebol, Amazônia, cinema, tecnologia, desigualdade, entre outros. Isso tudo certamente terá um impacto positivo na forma como se relacionam com o país.

Processo similar também acontece nas escolas internacionais ou bilíngues no Brasil. Ao receber diversos estudantes que não são brasileiros e, portanto, ainda não possuem fluência no português, esses colégios contam com uma ferramenta a mais no trabalho da língua: o jornalismo infantojuvenil. Jornais e revistas para esse público, por serem produzidos pensando na criança e no adolescente, contam com linguagem descomplicada (independentemente de em que idioma forem escritos), além de possuírem reportagens dinâmicas, lúdicas e didáticas. Todos esses elementos combinados fazem com que esses produtos tenham uma boa aceitação entre os jovens – satisfação que costuma ser maior do que a relatada pelos estudantes em relação a materiais tipicamente escolares que visam ensinar uma nova língua.

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Diversas pesquisas na área de aprendizado mostram que, quando existe um vínculo emocional entre o estudante e o material que ele está usando, as chances de se estabelecer uma conexão com a língua aumentam. Esse vínculo, por sua vez, será fundamental para que o aluno, ao longo da vida, busque aprender cada vez mais sobre o idioma. Além disso, essa ligação desperta o interesse e a empatia pela cultura dos países que usam a língua aprendida. Em um mundo de tanta hostilidade entre povos, sabemos da importância de fazer com que os jovens, desde cedo, aprendam a respeitar o modo de vida de outras sociedade.

“Escolas Internacionais e o Joca: Como Potencializar as Aulas de Língua Portuguesa”

Caso tenha interesse em se aprofundar nesse assunto, convido você, mãe, pai, educador ou interessado pelo tema, a participar do evento on-line e gratuito “Escolas Internacionais e o Joca: Como Potencializar as Aulas de Língua Portuguesa”, que acontecerá no dia 18 de maio, às 18h30. Nele, teremos palestras com professores de escolas americanas que usam o jornal para ensinar português para os jovens, e escolas bilíngues, com sede no Brasil, que utilizam o material nas aulas de língua portuguesa. Para participar, basta fazer a inscrição neste link: https://bit.ly/troca-de-praticas.

Conto com a sua presença! Até lá!

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