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Stéphanie Habrich

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Stéphanie Habrich é CEO da editora Magia de Ler, apaixonada pelo mundo da educação e do jornalismo infantojuvenil. Fundadora do Joca, o maior jornal para adolescentes e crianças do Brasil e do TINO Econômico, o único periódico sobre economia e finanças voltado ao público jovem, ela aborda na coluna temas conectados ao empreendedorismo, reflexões sobre inteligência emocional, e assuntos que interligam o contato com as notícias desde a infância e a educação, sempre pensando em como podemos ajudar nossos filhos a serem cidadãos com pensamento crítico.

Como ajudar os filhos no período de vestibular

Conversei com duas psicólogas que deram dicas de como podemos apoiar os jovens nesse momento de tanta ansiedade e incerteza

Por Stéphanie Habrich
26 nov 2024, 17h10
Dicas para os pais ajudarem os filhos a atravessar a época de vestibulares.
Período de vestibular é um dos mais desafiadores e estressantes na vida de um adolescente.  (wayhomestudio/Freepik)
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Estamos em plena temporada de vestibulares. É um período que gera muita ansiedade e exige muito dos filhos. Eles têm uma tarde para mostrar tudo que aprenderam durante toda a vida escolar e provar que têm conhecimento suficiente para encarar o ensino superior.

Será que nós, mães e pais, podemos fazer algo para apoiar nossos filhos nesse momento? Foi essa a pergunta que fiz a duas especialistas no tema: Andreia Mendes dos Santos, psicóloga, docente e pesquisadora da PUCRS e também coordenadora do Laboratório das Infâncias PUCRS; e Blenda Marcellette de Oliveira, doutora em psicologia pela PUC-SP e psicoterapeuta.

Andréia explicou que precisamos ter em mente que este período marca a finalização de um longo processo na escola. Muitos dos estudantes vêm desde a educação infantil com o mesmo grupo de colegas, com quem eles constituíram suas amizades, tiveram suas primeiras experiências, que são rituais que marcam a vida escolar. “Quando o jovem chega no período do vestibular, ele está acompanhado de um luto, porque está encerrando aquele período da escola”, observa.

Além disso, os processos se sobrepõem. Os alunos do terceiro ano do Ensino Médio estão fazendo o Enem sem nem ter finalizado as provas do terceiro bimestre, o que aumenta a ansiedade, o sofrimento e o desespero de que ‘tá chegando’.

Essa é uma fase muito esperada pelos jovens, porque normalmente vem acompanhada da proximidade da maioridade, mas tem diversas questões que são importantes para entendermos por que cada jovem se comporta, como se comporta.

Como podemos ajudar?

O que as especialistas concordam é que a melhor forma de ajudar é não atrapalhar. Muitas vezes, a família fica mais ansiosa do que o próprio jovem, pela escolha, pelo próprio processo. O pai ou a mãe ficam em cima perguntando como vão os estudos e quais dúvidas o filho têm. “Não vai ser no último mês que os pais vão conseguir ajudar o jovem. Isso é uma construção que tem muito a ver com a própria experiência desse jovem de estudar, de procurar informações, de pesquisar aquilo que lhe interessa”, disse Andreia.

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Blenda concorda e completa: “Os pais, desde muito cedo, precisam passar uma mensagem muito clara de que estudar, ir pra escola e tomar conta dos seus estudos é uma responsabilidade dos filhos e as consequências serão deles também”, afirmou.

Mas é claro que há atitudes nossas que podem contribuir positivamente, como oferecer um ambiente facilitador para a rotina de estudos e não encher a agenda dos filhos de compromissos. “Deixar ao alcance do jovem uma garrafa d’água ou de café ou levar um lanche enquanto estão estudando faz toda diferença para que ele se sinta acolhido naquele momento”, diz a psicóloga da PUCRS.

Também não é o momento de mudar os comportamentos. Se a rotina da família sempre foi levar o filho até a porta da escola, não é no dia do vestibular que ele tem que ir sozinho para a prova. “Uma boa relação afetiva produz mais independência do que dependência, por isso não há nada de errado em estar próximo, conduzindo esse crescimento de uma forma mais suave”, diz Blenda.

Seu filho sabe o que quer?

Outra questão importante nesse período é ter clareza de que aos 17, 18, 19 anos, é difícil saber dos caminhos que pretende seguir. “A escolha nessa idade é muito feita a nível de idealização, mas não naquilo que de fato acontece, então, ainda que ele escolha um caminho, haverá uma dúvida pairando na mente”, diz Andreia.

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“O que origina esse ‘eu não sei o que fazer’ é o medo do desconhecido. Muitas vezes é o medo de chegar naquela universidade e de ter feito a opção errada. Então, é importante deixar claro para o filho que se ele for lá e entender que não é aquilo que ele quer, está tudo bem mudar”, completa.

Blenda chama a atenção para o caso de famílias com pais muito bem-sucedidos que esperam que seus filhos sejam tão bem-sucedidos quanto eles, criando uma enorme expectativa. Em casos assim, é preciso estar ciente de que os filhos podem não querer seguir o mesmo caminho, ou até podem seguir, mas são pessoas diferentes.

As especialistas são unânimes em ressaltar que cada jovem tem seu próprio ritmo e forma de aprender. No fim das contas, o vestibular é apenas uma etapa de uma jornada muito maior. Nossa missão como pais é oferecer apoio e acolhimento, respeitando as individualidades de nossos filhos, compreendendo que, às vezes, o caminho pode não ser linear como imaginávamos.

O importante é manter os canais de diálogo abertos para que nossos filhos se sintam seguros para tomar suas próprias decisões, sabendo que podem contar com nosso suporte, seja qual for o resultado.

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Sucesso para eles!

*Com reportagem de Silvia Balieiro.

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