Como a cachorrinha Farofa teve a sua vida salva por uma desconhecida
Dois meses após ser resgatada debaixo de um carro cheia de problemas de saúde, ela agora volta a andar e começa a ensaiar corridas
Uma situação negativa pode acabar resultado em algo para além de positivo, basta alguém tomar uma atitude para isso se transformar. É isso que percebi acompanhando o trabalho da Paula Picceli, protetora de animais responsável pelo meu encontro com a Belinda. Ela resgatou a minha companheirinha, cuidou da sua saúde, deu muito carinho e tomou todo cuidado possível para ter certeza de que eu tratasse a pequetita com todo o amor que ela merece.
Quando a Paula resgatou a Belinda e a sua família, ela já estava há quase um mês cuidando de outra cachorrinha, a Farofa. E cuidar significa, literalmente, salvar a vida nesse caso. A cadela foi encontrada chorando debaixo de um carro com diversos problemas de saúde. Quando viu a foto da pobrezinha ali largada, Paula contratou um Táxi Dog para ir resgatá-la imediatamente. “Eu estava do outro lado da cidade e era véspera de feriado, não queria correr o risco dela sair de la”, conta.
Nunca ouviu falar de Táxi Dog? Eu também não conhecia. Como o nome sugere, é um serviço de transporte para animais de estimação. Só quem já tentou pedir um Uber ou táxi para transportar um bichinho sabe o drama que é para encontrar um motorista que faça isso.
Mas voltando à Farofa… Ela foi encaminhada diretamente para o veterinário e passou por uma bateria de exames. Resultado: a cãzinha estava com anemia profunda, doença do carrapato, além de um machucado bem feio na orelha, resultado de uma mordida de outro cachorro. Por isso, precisou passar 40 dias internada. Com o alívio da recuperação, a Paula e a Farofa precisaram passar por outro desafio.
A cachorra não conseguia mover os membros de trás. A princípio, imaginou-se que ela tinha sido atropelada, mas o raio x mostrou uma degeneração na coluna dela, comumente chamada de bico de papagaio,e isso a fazia sentir muita dor. Imagina o que essa cachorrinha passou para estar com tantos problemas de saúde! Não é a toa que chegou muito medrosa e desconfiada, como conta a Paula. Para recuperar os movimentos, ela precisou fazer dieta, acupuntura e fisioterapia.
Agora, pouco mais de dois meses após ter sido resgatada, a Farofa já anda e começa a ensaiar algumas corridas.No Instagram, a protetora relata toda a rotina e a evolução da cadelinha, enquanto tenta encontrar uma família para ela. A estimativa é que Farofa tenha por volta de 3 anos de idade, mas não se sabe se ela é da raça labrador ou se é uma mistura de labrador com outra raça. Além de todos os outros cuidados, Farofa também foi vacinada, vermifugada e castrada. Tudo graças ao trabalho da Paula que transformou o terror do abandono em uma vida de carinho, saúde e atenção.
E ela faz tudo por conta própria, viu? Desde o ano passado, Paula começou a fazer resgates independentes e tenta contar com a ajuda financeira dos seus seguidores no Instagram, além de fazer rifas para arrecadação. Porém, mesmo quando não consegue nada, ela não mede esforços para ajudar os cãezinhos que cruzam o seu caminho.
Seu trabalho começou como voluntária da ONG Desabandone, em São Paulo. “Em determinado momento da minha vida percebi que alguma coisa não estava completa. Faltava algo e eu não sabia o que era”, relata. Pouco tempo depois, Paula percebeu que sentia falta de fazer o bem.
“Eu ficava muito mal quando via um animal na rua e não podia fazer nada porque, simplesmente, eu não sabia o que fazer”, disse. Quando encontrou a ONG, ela se colocou à disposição duas vezes ao mês, mas o trabalho acabou tomando conta das suas manhãs de domingo. “Me dei conta que eles faziam mais por mim do que eu por eles. Era um sentimento inexplicável!”, conta.
“Não parei mais quando percebi que sozinha também era possível salvar vidas!”, diz sobre a decisão de fazer os resgates por conta própria. Ah, e além disso tudo, ela ainda cuida do Tuli e do Nico, seus cachorros, e é mãe de um garotinho. “Eu faço por amor e sou muito bem recompensada, o melhor sentimento é encontrar com os resgatados em seus lares cheios de amor!” No fim, diversas vidas são transformadas pelo trabalho que ela faz: a dos cãezinhos, a dela e a dos novos donos dos bichos resgatados.
Incrível o trabalho dela, né? Mas a Farofa continua sem família. Enquanto não encontra um lar, a Paula ainda paga um DogHero (plataforma que conecta donos de cachorros a pessoas que oferecem serviço de hospedagem) exclusivo para ela. Então toda ajuda é bem vinda! Ah, e é claro, caso você se apaixone pela cachorrinha ou saiba de alguém que pode ficar muito feliz em dividir a vida com ela, fala com a Paula. Ela vai ter o maior prazer em apresentar a Farofa.
https://www.instagram.com/p/Bkz_nKIFLFF/?taken-by=paulapicceli