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Martchela - Ministra do Namoro

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Jornalista, atriz e humorista, @martchela__ é apresentadora do Lambisgóia Cast

Eu renuncio: não está fácil cuidar dos corações brasileiros

A função de mediar reconciliações dramáticas não está fácil. Mas será que outro alguém ocuparia o árduo cargo de Ministra do Namoro?

Por Martchela
20 jul 2024, 11h52
burnout
Por aqui, o burnout tomou conta (Getty Images/Getty Images)
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Queridos solteiros, namorados e curiosos de plantão. Venho, por meio desta, anunciar minha renúncia oficial ao cargo de Ministra do Namoro.

Sim, é isso mesmo. Depois de ser inundada com mais pedidos de auxílio amoroso do que o próprio Santo Antônio na véspera de seu dia, fui abençoada com um belo caso real de burnout. Quem diria que a posição de mediar corações desiludidos e reconciliações dramáticas acabaria não sendo tão disputada? 

Entre equilibrar os ânimos de amores à beira do colapso e conciliar brigas de casais, percebi que minha capacidade de manter a sanidade mental estava tão ruim quanto o último coração partido que ainda está suturando na sala de emergências.

Mas não pensem que essa decisão foi tomada de ânimo leve. A pressão de ocupar um cargo que implica em ser um misto de conselheira sentimental, terapeuta amorosa e, ocasionalmente, cupido improvisado — eu sou “bruxona” demais, isso é real — foi mais extenuante do que uma Black Friday nas Americanas emocional.

Corações estilhaçados estavam em promoção, e reconciliações pareciam estar em final de estoque (talvez nem haja mais, graças a Deus e todos os santos). No entanto, mesmo enquanto enfrento este inverno que decidiu brincar de outono (aquecimento global), não vou deixar vocês à mercê do destino cruel sem suas doses habituais de sabedoria amorosa, especialmente agora que esses tempos complicados pedem por um toque extra de calor humano (ou não).

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Para vocês, queridos solteiros, que estão lutando contra o frio de uma estação que não sabe se vem ou se vai, aqui vão algumas medidas emergenciais para manter o ânimo. Quando a solidão bater forte, recomendo um abraço vigoroso no travesseiro. Ele é o parceiro ideal: nunca responde, não julga e, o melhor de tudo, não te deixa no “visualizado”. 

Além disso, a prática do autocuidado sob o edredom não pode ser subestimada. Um lençol com 200 fios faz milagres. Transforme o tempo que gastaria sonhando com um amor inexistente em maratonas de séries e uma boa taça de vinho. É um remédio com efeitos comprovados (em estudos feitos por mim mesma). Ah! Eles não contam para ninguém os litros de lágrimas que rolaram.

Se a solidão se tornar insustentável, aprimorem suas habilidades de “cão de guarda” nas redes. A arte do stalker discreto está em alta. Stalkeiem com classe, mas lembrem-se: evitem a todo custo curtir fotos antigas — a menos que queiram declarar seu interesse de maneira direta. 

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E se todas essas estratégias falharem, o bom e velho aplicativo de encontros está aí para salvar o dia. Não é uma ciência exata, mas sempre há uma chance de encontrar alguém que, no mínimo, não seja um serial killer. E isso já é um avanço. Mas meu conselho mesmo é dormir. Ninguém merece mais rejeição. CHEGA. Vamos conquistar o amor próprio!

E para vocês, namorados (imagine aqui um emoji revirando os olhos), nada de casar por protocolo ou pressão. Joguem-se no novo e transem. 

Ser solteiro é viver sem saber qual será a próxima melhor transa da vida.

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Então, com o coração mais leve, passo a tocha do cargo de Ministra do Namoro para qualquer um que seja corajoso o suficiente para assumir esse posto esgotante. Enquanto isso, saio de cena para um retiro espiritual no meu sofá, com meu fiel companheiro: o controle remoto. 

Mas não se preocupem, deixo vocês bem equipados para enfrentar a selva das relações amorosas. E, se tudo mais falhar, sempre há espaço no clube dos desiludidos do amor, onde aceitamos novos membros de braços abertos. 

Brincadeiras à parte, que todos encontrem seu próprio caminho para o calor humano (ou a brisa leve de um relacionamento sem pressões). Último conselho: não voltem com o ex.

Assinado: ex-Ministra do Namoro, ou melhor, atual (igual seu ficante que não sai da moita), porque ninguém vai querer esse cargo mesmo. 

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