O tumor de Rita Lee
"Ídolos não podem adoecer afinal eles são nossos bálsamos", aponta a colunista Kika Gama Lobo
Sou toda energia positiva mas confesso que esses tempos de vírus, dores, chagas está mexendo comigo. Fui fazer meus controles do câncer – como faço todos os anos – e eis que me deparo com a notícia do tumor de pulmão da nossa querida Rita Lee. Ídolos não podem adoecer afinal eles são nossos bálsamos.
Com o Paulo Gustavo engatei um luto espetacular. Nunca estive pessoalmente com ele, nunca cruzei na rua nem troquei duas palavras mas esse cara pertencia ao meu cotidiano. Sonho com Dona Herminia. Ela está sempre me dando conselhos imaginários e agora que estou lançando meu primeiro curso digital eu só peço que essa senhora de Niterói abençoe minha decisão.
Com a ovelha negra paulista tenho a mesma sensação. A Rita sempre esteve na minha vida. Canções, estilo, moda, casamento, cannabis, livros, filhos e mais recentemente seus cabelos brancos me representam. Adoro ela. Viva, linguaruda , talentosa, cool, hipster e uma série de predicados que listaria à exaustão. Preciso dela.
Desculpe o auê mas essa paulistana com cara de gringa é como um Mick Jagger de saia, highlander espero. Só desejo que o Deus do rock proteja essa mulher íntegra e amante dos animais para que através de seu olhar mutante, chegue mais. Mais perto, mais junto, mais fundo. E que continue nos brindando com uma lucidez lisérgica que nos leva além. Rita, baila comigo.