Menopausa, você ainda terá a sua
Eu, que me autointitulei a musa da menô, por estar há 10 anos nesse vale seco, me beneficio desse novo portal de informações orais
Estamos na semana do Dia Mundial da Menopausa. Isso existe? Ainda bem, pois o silêncio vigorou por zilênios e o tabu ficou sedimentado no cotidiano da mulher madura. Hoje, aos 30 anos, já vejo algumas moçoilas querendo saber o que acontecerá com elas quando a menstruação cessar. Queridas, preparem-se. É uma tsunami.
Calores, insônias e secura é o bê-á-bá conhecido, mas, hoje, vinte outros efeitos colaterais começam a ser revelados. Nevoeiro mental, coceira, intolerância à alimentos, medo e insegurança, além de uma melancolia ao estilo família Adams: a nuvenzinha é de lei. E eu, que me autointitulei a musa da menô, por estar há 10 anos nesse vale seco, me beneficio desse novo portal de informações orais. Que bom que estamos falando mais. Trocando mais. Reclamando mais.
Empresas estão se mexendo. Indústrias produzindo medicamentos, dermocosméticos e nutraceuticos para dar uma aliviada no vulcão menopausatico. Falta muito. Falta colocar o homem na roda de conversa, o médico ginecologista acolhendo pacientes e o mercado corporativo introduzir o tema da menopausa no RH. Contratar mulheres mais velhas é o novo normal, mas precisamos prestar atenção aos sintomas dessas fêmeas produtivas no dia a dia das empresas.
Me lembro de estar dando uma palestra para meu colegas e o suor escorrer pela testa e descer pelas costas. E quando tenho a planilha de dados na ponta da língua e, num átimo, esqueço tudo? E a pele ficar rubra, lotada de rosácea? Isso sem falar no escape de xixi a qualquer tosse ou espirro corriqueiro. Tá assustada? Eu que sou influencer da maturidade não faz muito tempo também estranho. Achei que ia falar de look do dia e das viagens incríveis que infelizmente não faço. Sou a mulher dos boletos, do perrengue, da vida real. Quem diria….