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Justiça de Saia

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O peso da desigualdade de gênero para as mulheres em casa ou no escritório

A Promotora de Justiça Gabriel Manssur conversou com mulheres e homens sobre a falta de equidade nesses espaços

Por Gabriela Manssur
21 abr 2021, 15h00
Coluna Justiça de Saia - Ilustração
 (Marylia Design/Getty Images)
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A desigualdade de gênero aumenta a carga sobre os ombros das mulheres. Conciliar carreira, família e autoconhecimento é um desafio quando não há equidade em casa ou no escritório. Conversei com mulheres e homens sobre esse tema tão importante para a nossa luta.

Gabriela Manssur
Promotora de Justiça Gabriela Manssur, criadora da plataforma Justiça de Saia (Julia Rodrigues/CLAUDIA)

O QUE ELAS FALAM

Não é fácil dar o devido peso aos papéis de mãe, profissional e esposa, sendo que todos nos demandam diariamente. Isso exige, primeiro, aceitar minhas próprias limitações. O segredo está em não agir com rigidez, em não buscar padrões a serem seguidos, pois nem sempre o equilíbrio está na proporção, mas na intensidade, qualidade e na entrega durante essas vivências.”

Ivanda Sobrinho, liderança nacional socioassistencial do Justiceiras

Como cresci em uma família machista, com pai militar e estrutura patriarcal, não fui preparada para lidar com predadores. Caí nessa sociedade como uma menina ingênua e acabei em um relacionamento com os olhos bem vendados para a realidade de submissão e discriminação de mulheres. Hoje, aos 53 anos, após uma longa e dolorosa caminhada, despertei. Comecei a enxergar quais vontades e escolhas não eram minhas, mas de uma sociedade que me dizia o que era bonito, aceitável e certo. Acordada, sei que a briga de titãs é grande. A mulher que despertou não aceita mais os conceitos arcaicos e opressores. Aprendi que não há força maior do que ser eu mesma. É desafiador, exercito diariamente o meu autoconhecimento, o amor-próprio, mas só assim poderei transformar esse mundo de desigualdades.”

Maria Aparecida, Juíza de Direito do Tribunal de Justiça de Minas Gerais

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O mais difícil ao assumir uma posição de liderança é a culpa. Não só por deixar o filho sob os cuidados de outra pessoa para trabalhar e de ter que utilizar o horário de descanso para estudar, mas por me cobrar durante o expediente, por estar sempre achando que poderia fazer mais, mesmo já abrindo mão de tanto. Para conseguir conciliar vida pessoal e profissional e ter equilíbrio, é preciso aceitar que você está fazendo o que pode; compreender que você não é uma mãe pior por cumprir com seus compromissos de trabalho, por passar fins de semana em um curso de especialização; e abraçar as frustrações, como não aceitar uma promoção porque não é compatível com seu estilo de vida. O ajuste está em entender que tudo bem querer ser mãe e boa profissional ao mesmo tempo respeitando os seus limites postos.”

Olívia Leal, liderança nacional socioassistencial do Justiceiras

Nós, mulheres, queremos ter independência antes de buscar outros complementos para a felicidade, como ser amada, ter filhos, conseguir uma vida confortável – escolhas essas bastante individuais. Aquela que busca satisfação pessoal na carreira e também tem companheiro(a) e filhos necessita de apoio para conseguir encontrar o equilíbrio em tudo que lhe é solicitado em casa ou no escritório.”

Helvétia Pessoa, liderança nacional jurídica do Justiceiras

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Coluna Justiça de Saia - Ilustração
(| Ilustração: MaryliaDesign/Getty Images)

O QUE ELES FALAM

O enfrentamento à violência contra as mulheres é uma pauta de direitos humanos, portanto, exige o engajamento de todos que são comprometidos com a construção de um mundo mais justo. Por ser uma violência relacional, é essencial trabalhar com homens e mulheres para desconstruir a normalização histórica da subordinação feminina.”

Thiago Pierobom, promotor de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, titular da 2ª Promotoria de Justiça de Defesa da Mulher de Brasília

A construção de políticas públicas voltadas às mulheres deve partir do reconhecimento das diferenças entre os gêneros, inclusive no que tange à jornada de trabalho. A partir daí, é preciso buscar mecanismos de equilíbrio, de equalização das diferenças”.

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Carlos Vinícius Alves Ribeiro, promotor de Justiça

É importante que os homens lutem pelos direitos das mulheres. Uma sociedade melhor e sadia perpassa radicalmente pela necessidade premente de que as mulheres não sejam alvo de todas essas violações de direitos que as assolam historicamente, e eliminam qualquer perspectiva de igualdade de gênero. Garantir a fruição de direitos pelas mulheres significa um mundo melhor para todos e todas. Homens devem reconhecer que já erraram muito e cometeram atrocidades contra as mulheres. Não dá para imaginar que não possamos melhorar nossas condutas e continuar agindo como se estivéssemos na época da pedra lascada.”

Nadilson Portilho Gomes, promotor de Justiça do Ministério Público do Estado do Pará

O que falta para termos mais mulheres eleitas na política

 

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