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Como transformei minha vida após perder minha filha

Aqui, te conto como criei uma marca de moda e me envolvi em projetos sociais

Por Juliana Mansur
4 abr 2023, 08h27

A resposta para essa pergunta é bem simples. Ser feliz é uma escolha! O complicado é fazer essa escolha. Eu sempre fui uma pessoa positiva, daquelas que conseguem enxergar o copo cheio, mas isso não significa que minha vida não tenha problemas. As pessoas, às vezes, tem essa impressão por conta da forma como eu encaro os desafios.

Eu sou formada em administração de empresas e pós-graduada em moda. Quando eu resolvi migrar para essa área, eu fiz alguns estágios e abri minha primeira empresa onde eu confeccionava para outras marcas de moda, porém, não era minha paixão pois eu gosto do processo criativo. Então em 2006 eu decidi encerrar, me casei e na sequência tive meus filhos. 

O mais velho nasceu em 2008, a do meio em 2009 e o caçula em 2011. Mas como a vida é cheia de surpresas, em 2010, a minha filhinha, com 1 ano de idade, faleceu do dia para a noite. Naquela noite meu mundo desabou, pois eu estava passando por uma das maiores dores que existem. Quando perdemos o marido ficamos viúvas, quando perdemos os pais ficamos órfãos, e quando perdemos um filho? Ficamos o que? Essa dor não tem nome. 

Lembro como se fosse hoje daquela noite e do velório da minha filha. E lembro nitidamente que o que eu mais queria era que aparecesse alguém que já tivesse vivido aquilo para me dizer que a dor ia passar. E, por esse motivo, hoje compartilho essa história, porque sempre tem alguém que precisa ouvir. 

Quando tudo isso aconteceu, minha primeira e mais sábia reação foi ACEITAR. Quando aceitamos um fato, ele se torna mais leve. Eu estava destruída, mas desde o primeiro minuto eu dizia: EU VOU SER FELIZ DE NOVO! Eu tomei essa decisão e estava disposta a mover céus e terras, se necessário, para conseguir. A minha segunda decisão mais importante foi ser GRATA. Como assim grata? Grata por perder uma filha? Não, grata por tudo que eu tinha para conseguir passar por aquilo. Grata pelo um ano que passei com a minha bebê, grata pelo meu filho de 2 anos que era motivação imensa para eu levantar todos os dias, grata pelas inúmeras pessoas que surgiram para me dar amor, grata ao apoio incondicional da família, grata pelo meu marido estar na mesma sintonia, grata por sentir uma força que nitidamente não era minha e que me fez ter uma oportunidade de crescimento espiritual que situações triviais não trazem. 

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Então eu peguei tudo isso e criei um blog onde eu contava como estava fazendo para passar por aquele processo. Eu recebia e-mails de mães que perderam filhos pedindo ajuda e com as minhas palavras eu tentava ajudar, mas a lei da vida é, quanto mais você ajuda, mais você é ajudado. E dessa forma eu recebi muita ajuda e muito amor. Eu lutei, lutei muito para acordar todos os dias, sair, trabalhar, fazer esporte, me arrumar. Eu não tinha vontade de fazer nada daquilo, mas eu tinha vontade de ser feliz de novo, então eu seguia em frente firme e forte e fui reaprendendo a gostar das coisas que eu gostava antes.

Um ano depois disso tudo, eu estava tendo meu filho caçula e quando ele estava com 5 anos eu achei que era hora de voltar ao mercado de trabalho.  Foi aí que surgiu a minha marca de moda feminina especializada em bodies e tops.

Eu abri um Instagram sem nenhum seguidor, fiz algumas peças e comecei a postar. Desde o princípio, a minha motivação, que se tornou o propósito da marc,a era fazer com que através das minhas roupas eu conseguisse fazer mulheres se sentirem mais femininas, mais empoderadas, fazer com que elas conseguissem enxergar a beleza e a luz que cada uma tem dentro de si. 

Fazia tudo de casa sozinha, até que as pessoas começaram a pedir malinha. Também comecei a fazer bazares pelo Brasil e vou te falar que não era fácil, mas era divertido. Após 3 meses, fui passar uma semana em Nova York onde consegui, através de uma brasileira, chegar numa multimarca no bairro Soho e mostrar minhas peças. Eram tão poucas que cabiam numa nécessaire, mas eram suficientes para eu ter certeza que daria certo. A gerente gostou e me convidou para ser uma designer residente da loja e vender minhas peças lá. E eu embarquei nessa. Seis meses mais tarde, através dessa loja, eu estava desfilando na Semana de Moda de Nova York (já fiz 9 temporadas até agora). Depois disso, obviamente, precisei de um escritório e montei um e-commerce. 

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Passado mais um ano, o Shopping Iguatemi São Paulo me ofereceu um ponto e eu obviamente aceitei, porque era exatamente onde eu planejava estar. Eu nunca tive dúvidas de que daria certo. 

Nessa época, no início de 2019, eu quis trazer o meu propósito para algo mais tangível, e então eu procurei ONGs que trabalhavam com a causas das mulheres em situações de dificuldade. Foi aí que cheguei na ONG Nova Mulher na Vila Nova Cachoeirinha, que ajuda mulheres da periferia de São Paulo, e criei o Projeto Mulheres Reais. 

Nesse projeto eu recebo aqui no meu escritório de dez a quinze mulheres com as quais eu trabalho por um ano. Muitas com a autoestima destruída, completamente desacreditadas de si mesmas e perdidas, outras apenas querendo melhorar em seus negócios e conseguir ganhar seu dinheiro. O trabalho consiste em buscar “aquela luz” que cada uma tem dentro de si e ajudá-las a melhorar como empreendedoras. Para isso, trazemos diversos profissionais qualificados para falarem sobre muitos assuntos. No final desse período, várias saem transformadas e mais fortes e isso é muito gratificante. 

Resumindo, hoje tenho uma loja num lugar perfeito tanto para vendas como divulgação do meu trabalho, meu escritório que fica na Avenida Faria Lima no prédio ao lado, e meu Projeto Mulheres Reais na sua 6ª turma, que vem me trazendo cada vez mais felicidade. 

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Minha vida no trabalho é uma loucura, só quem trabalha com moda sabe, mas sempre com uma fórmula infalível: paixão + muita dedicação + ajuda ao próximo. E principalmente MUITA GRATIDÃO por tudo que eu já vivi, pelas pessoas que conheci, pelos meus aprendizados, pelos sorrisos, pelas lágrimas. GRATIDÃO PELA VIDA!

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