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Denise Steiner

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A médica Denise Steiner é dermatologista, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia e doutora pela Unicamp
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Dezembro laranja: qual a relação entre envelhecimento e câncer de pele

A dermatologista Denise Steiner explica por que o câncer de pele tem se tornado cada vez mais frequente

Por Denise Steiner
9 dez 2021, 15h56
mulher com câncer
Saiba como cuidar dos fios após o tratamento de câncer de mama (Miguel Angel Partido Garcia/Getty Images)
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A pele é o tecido que envolve todo organismo, tendo como principal função a barreira entre o meio interno e o externo. Desse modo, promove proteção contra o calor, luz solar lesões e infecções, assim como o armazenamento de água e a produção de vitamina D.

Também recebe estímulos do ambiente e coloca com mecanismo para regulação da temperatura corporal. Compõe-se de 3 camadas: a superior- epiderme, a intermediária- derme ou cório e a profunda- hipoderme ou tecido celular subcutâneo.

Como todos os órgãos, a pele sofre progressivo e contínuo processo de envelhecimento fisiológico, que se caracteriza por alterações celulares e moleculares em todas as camadas, com diminuição progressiva da capacidade de homeostase do organismo. O envelhecimento cutâneo divide-se em: intrínseco ou cronológico e extrínseco ou fotoenvelhecimento, este é relacionado diretamente à exposição solar crônica persistente.

O mecanismo intrínseco depende do tempo e tem relação com danos endógenos cumulativos, devido a contínua formação das espécies reativas de oxigênio. Também depende das características genéticas. Com o envelhecimento ocorrem alterações moleculares, como no reparo do DNA telomérico, os telômeros correspondem a porção terminal do cromossomo que não sofre replicação a cada mitose, assim ocorre uma diminuição do comprimento do telômero a cada ciclo celular.

Quando este alcança um comprimento muito reduzido, ocorre parada do ciclo celular ou apoptose. Já o envelhecimento extrínseco, está relacionado com vários fatores como: radiação ionizante, estresse físico e psicológico, má nutrição, excesso alimentar, poluição ambiental e exposição a radiação ultravioleta. Sugerindo que o envelhecimento ocorre por um dano ambiental cumulativo. Sendo a radiação ultravioleta e o tabagismo os principais fatores envolvidos.

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Na pele, ambos os mecanismos, genéticos e ambientais, contribuem para o processo de envelhecimento. Muitas funções celulares alteram com o envelhecimento, porem podem ser aceleradas pela exposição solar. O fotoenvelhecimento é caracterizado por vários sinais clínicos como: despigmentação, flacidez, tom amarelado, rugas, telangiectasias, aparência grosseira e malignidades cutâneas. O fotodano é representado inicialmente pela desorganização das fibras de colágeno que constituem a estrutura do tecido conectivo e acúmulo de material anormal e amorfo contendo elastina.

Câncer de pele

A pele fotoenvelhecida tem mais câncer de pele. Os cânceres de pele têm-se tornado cada vez mais frequentes.  Para melhor compreensão são divididos em: melanoma (MM) e não melanoma, incluindo nesse grupo as neoplasias mais comuns que são o carcinoma basocelular (CBC) e o carcinoma espinocelular (CEC). O CBC é o tipo mais comum de câncer de pele, é constituído por células semelhantes à da camada basal de epiderme. Tem uma frequência de 80 à 85%, raramente promove metástases para outros órgãos, porem apresente malignidade local, podendo invadir e destruir tecidos adjacentes, inclusive ossos.

A severidade é quantificada pelo tipo histológico e pela localização do tumor. Sendo que a detecção precoce é um fator importante para reduzir sua morbidade. O CEC é o segundo tipo mais frequente, origina-se da proliferação atípica das células da camada espinhosa da epiderme. Sua frequência varia de 10 à 15%, podendo provocar metástases, dessa forma apresenta um prognóstico mais reservado, dependente dos fatores de risco para recidiva e invasão de outros tecidos. O CBC e o CEC são mais comumente encontrados em áreas expostas, como região cervical e face.

Os melanomas podem surgir em geral entre 30 e 60 anos, sendo mais frequentes no sexo masculino. Origina-se de transformação do melanócito localizado na junção epidérmica em melanócito atípico. Pode estar relacionado com a presença de nevo melanocítico de junção ou composto, ainda que 70% dos casos não seja relatada a existência prévia de nevo pigmentar. Vários fatores atuam como participantes da gênese do melanoma, como: fatores genéticos e ambientais. A radiação ultravioleta é o principal fator ambiental, pois provoca dano no DNA celular. Os melanomas são mais frequentes em pessoas com pele, cabelos e olhos claros, relacionado a exposição solar; e pessoas que tiveram queimaduras solares, principalmente na infância.

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