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Coluna sobre arte e cultura assinada pela redação de CLAUDIA

A nova série da Netflix que você vai assistir

Ozark é um thriller que tira pessoas comuns da rotina. A atriz Laura Linney falou com exclusividade a CLAUDIA

Por Isabella D'Ercole Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 23 jul 2017, 09h01 - Publicado em 23 jul 2017, 09h01
 (Reprodução/Reprodução)
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Uma realidade entediante é vivida por uma família de classe média americana. O pai parece ser extremamente infeliz no trabalho, a mãe é uma dona de casa sem grandes propósitos e os filhos (um menino e uma adolescente) discutem assuntos irrelevantes na mesa do jantar. Essa é a primeira impressão que se tem da trama de Ozark, a nova série da Netflix. Estrelada por Jason Bateman (Arrested Development e Juno) E Laura Linney (Simplesmente Amor e Sobre Meninos e Lobos), conta a história de Marty e Wendy. Se a princípio eles pareciam insossos, depois de 30 minutos do primeiro episódio a verdadeira história aparece. A partir da próxima linha, há dois spoilers do primeiro episódio, mas eu prometo que você não vai se arrepender de ler.

https://www.youtube.com/watch?v=z3-EnkUw9kw

 

Marty lava dinheiro para a segunda maior rede de tráfico de drogas do México. Laura, infeliz no casamento, tem um relacionamento extraconjugal. Tudo isso é revelado rapidamente e agressivamente. Se tiros, sangue e ação não fazem seu gosto, melhor parar de assistir.

O que acontece é o que sócio de Marty se envolve numa enrascada com o pessoal do tráfico e cabe a Marty consertá-la. Para salvar sua vida e de sua família, ele se compromete a deixar a cidade de Chicago, onde vivem, e instalar nas montanhas de Ozark, na região central dos Estados Unidos, uma nova operação de lavagem de dinheiro. A promessa de altas somas garante a sobrevivência da família Bryde, mas também coloca Marty em uma posição de submissão eterna.

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(Reprodução/Reprodução)
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Em apenas quatro dias a família precisa juntar todos os seus pertences, vender carro e casa e partir rumo ao sul. Apesar de algumas diferenças bastante pontuais, a imprensa americana já traça alguns paralelos entre Ozark e Breaking Bad – e a Netflix vai apreciar se o sucesso for semelhante. De cara, o visual é bastante diferente. Ozark tem cores escuras, tristes. Tudo é misterioso. Não existe o elemento da comédia ou da ironia, que era tão fina na série protagonizada por Walter White.

Mas, para quem gosta de thrillers (tem susto de sobra) e ação, Ozark pode ser sua nova série preferida. Hoje, tive a oportunidade de conversar com Laura Linney sobre a série. Dá uma olhadinha no que ela falou:

Existe essa fantasia recorrente em filmes e séries de que, por trás de uma família aparentemente normal, possa existir uma realidade cheia de ação e dramas. Por isso isso é atraente para o público?

Acho que há muitas revelações sendo feitas e é atraente a possibilidade de você descobrir um segredo novo com certa constância. Eles não são o que aparentam, então você começa a se questionar o que mais há ali. E tudo é misterioso: os personagens, os cenários, a história. Dá vontade de continuar assistindo.

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O que atraiu você para o papel de Wendy que, a princípio, parece tão sem graça?

Nem sempre é o papel que me atrai nos trabalhos, apesar que vi na Wendy a possibilidade de acompanhar o crescimento, a evolução dessa personagem. Na verdade, nesse caso, queria trabalhar com o Jason (Bateman). E os criadores tinham uma proposta ótima em mãos, a equipe era maravilhosa.

Tem uma coisa que aparece tanto em Ozark quanto em Breaking Bad: os protagonistas estão violando as leis, têm valores questionáveis e, mesmo assim, ainda torcemos para eles se darem bem. Por que você acha que isso acontece?

Acho que tem muito a ver com a complexidade da condição humana. Ninguém é uma coisa só, ninguém é tão raro ou simples. Mesmo gente que se comporta bem tem algum fator negativo e o contrário. Mas acho que, no final, a série revela uma coisa muito verdadeira: tudo gira em torno do dinheiro. E o dinheiro fala muito quem somos. Como você usa o que ganha para cuidar da sua família, de você, de onde vem seu dinheiro, como afeta sua personalidade.

A Robin Wright iniciou dentro da Netflix uma campanha que já vem acontecendo do lado de fora, a da equidade salarial entre homens e mulheres. Ela pediu a equiparação de salário com o parceiro de série, Kevin Spacey. Você já falou pela igualdade de gêneros em outras oportunidades. Fez essa exigência nesse caso?

Não fiz, mas deveria ter feito e vou fazer. É uma batalha importante e eu agradeço a Robin por tê-la iniciado na Netflix. Sou grata a ela por isso.

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Em Simplesmente Amor, sua personagem, Sarah, era apaixonada pelo personagem de Rodrigo Santoro, mas vocês acabavam não ficando juntos porque Sarah tinha que cuidar do irmão doente. Nessa nossa filmagem, 14 anos depois, está sendo muito comemorado o fato que você teve um final mais feliz. O que você achou?

Sempre que me encontram falam de Simplesmente Amor. E acho lindo que as pessoas tenham esse carinho pela personagem. Foi divertido revisitá-la. Mas mesmo o final anterior não me deixava triste. Acho que ela faz a escolha dela.

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(Reprodução/Reprodução)
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