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Coluna sobre arte e cultura assinada pela redação de CLAUDIA

5 filmes recentes que causaram furor (e não merecem)

Nem todos os filmes exaltados pela crítica e pelo público são bons mesmo, como é o caso de La La Land

Por Isabella D'Ercole Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 26 jan 2017, 14h09 - Publicado em 25 jan 2017, 20h23

Essa é uma coluna polêmica, que começa com uma polêmica: eu não gostei de La La Land, a mais recente paixão do mundo cinematográfico.

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(Dale Robinette/Reprodução)

Fui assistir semana passada e, para minha surpresa, saí do cinema sem me emocionar ou ao menos compreender o furor que as pessoas estão fazendo em torno do filme. Na verdade, cheguei a cogitar que tivesse visto a versão errada (uma fita demo, sem cortes, meio desequilibrada). Depois, olhei em volta para ver se mais alguém estava sentindo o mesmo que eu – fiquei feliz em saber que todos meus amigos que me acompanhavam concordavam comigo.

Ryan Gosling e Emma Stone estão sem sal (e olha que eu sou muito fã dos dois), as expressões são as mesmas em outros filmes que eles fazem juntos (meu favorito é: Amor A Toda Prova). Também não acho que eles cantem e dancem tão bem. Diferentemente do que muita gente achou, eu não gostei nadinha da cena de abertura. A música é chata, a coreografia é confusa e entediante. Entendi as referências dos filmes clássicos, dos musicais antigos. Aliás, dá uma olhada nesse vídeo que a Sara Preciado fez comparando as cenas de inspiração e o resultado. Também achei bonitinha a homenagem a Hollywood, uma coisa fofa. Mas não tem como concordar com 14 indicações ao Oscar.

Muita gente pergunta: por que tanta importância a essa premiação? Gostemos ou não, o Oscar representa os destaques do cinema comercial, que é o que alcança o grande público. O Oscar não é referência para quem adora festival de filme francês em salas pequenas onde não se serve pipoca, mas leva famílias às salas de shopping, vira assunto na mesa do almoço e estimula mais e mais gente a se apaixonar por essa arte. Eu concordo que o prêmio deveria ser mais inclusivo. Há muitas atrizes que poderiam estar no lugar de Emma (meu voto vai para Sônia Braga por Aquarius) e de outras nacionalidades, como sua concorrente, a francesa Isabelle Huppert. Enfim, talvez fosse esse um alerta para o Oscar parar de olhar só para o próprio umbigo, que é a indústria hollywoodiana.

Depois desse choque de La La Land, lembrei aqui de outros 4 filmes que causaram furor, ganharam manchetes, foram aplaudidos e comentados e, sinceramente, não mereciam tanto assim. Se você se lembrar de mais algum que se encaixe nessa lista, deixa nos comentários, porque tenho certeza que muitos exemplos me escapam. Ah, e pode discordar também. Se você amou La La Land ou qualquer um desses títulos abaixo, me conta!

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Dama de Ferro

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Meryl Streep está em sua 20ª indicação ao Oscar. E que ela é uma atriz incrível todo mundo sabe. Mas a biografia da primeira-ministra britânica Margaret Thatcher foi uma falha. O roteiro é ruim, lento, o filme não traz ânimo nenhum, pressupõe reações e comportamentos. E Meryl não está tudo isso. Aposto que muitas atrizes britânicas não escorregariam no sotaque ou teriam uma carga afetiva maior com a história. Enfim, muito se falou e ela até levou o Oscar para casa. Na minha leiga opinião, a Glenn Close deveria ter levado por Albert Nobbs.

 

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Eu entendo todos os avanços tecnológicos maravilhosos que devem ser exaltados, mas lembro de entrar no cinema com uma expectativa que jamais foi correspondida. O filme teve orçamento de mais de 300 milhões de dólares e foi a grande empreitada de James Cameron depois de Titanic. Foram nove indicações ao Oscars, incluindo o de melhor filme e melhor diretor, e três vitórias – todas técnicas, um acerto da Academia. Até de gênio Cameron foi chamado depois dos recordes de bilheteria. Mas não pode ser verdade que esse seja o melhor filme de 2009. Tinha Bastardos Inglórios concorrendo, Preciosa, Educação

A Rede Social

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Somos viciados em redes sociais e, principalmente, no Facebook. Não nego que a história da criação da rede tem seu charme: brigas, desentendimentos, traição, gente rica, gente inteligente, anos de corte. Mas o filme é beeeeeem meia boca. Escrito por Aaron Sorkin e protagonizado por Jesse Einsenberg, o título é um porre. Ele recebeu oito indicações e levou três estatuetas. No mesmo ano teve Cisne Negro e O Discurso do Rei.

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Crash

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Era meio revolucionário naquela época esses filmes (comuns hoje) com várias tramas diferentes que de alguma maneira se relacionam. Se tem alguém que faz isso brilhantemente é o Alejandro Iñárritu em 21 gramas. Crash, entretanto, cai no melodrama exagerado e artificial. É tão fraco que você percebe o desfecho muito tempo antes do filme chegar ao fim. Mesmo assim, foi muito badalado na época e levou o Oscar de Melhor Filme. Totalmente dispensável.

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