Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

Roberta D'Albuquerque

Por Maternidade Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Roberta D'Albuquerque é psicanalista e autora do livro Quem manda aqui sou eu - Verdades inconfessáveis sobre a maternidade
Continua após publicidade

“Nunca vou precisar disso na vida”

Quantas vezes seu filho repetiu as mesmas reclamações que você fazia quando criança?

Por Roberta D'Albuquerque
4 dez 2017, 09h50
 (ThinkStock/ThinkStock)
Continua após publicidade

Aposto meu dedo mindinho que a frase mais ouvida por quem tem filhos em idade escolar nas semanas de provas é: “Para que tenho de estudar se nunca vou precisar disso na vida?”.

Por aqui, não foi diferente. Minha filha mais nova reclamou que está estudando a chegada dos portugueses ao Brasil repetidas vezes nos últimos dois anos. Disse que já entendeu. Em tom de reivindicação, contou o que tinha aprendido até então e, enquanto falava, deixou claro quais eram suas impressões sobre o evento.

Articulada, comentou sobre a dureza do período para os que já moravam aqui, do quanto é injusto nomear essa chegada como uma descoberta. Falou em invasão, exploração, liberdade individual…

Quando o protesto contra as provas começou, por um minuto pensei que os anos passam, mas continuamos agindo de maneira igual. Tenho a nítida lembrança de dizer exatamente a mesma frase para minha mãe. Porém, enquanto ouvia a Sofia, ficou claro que, em muitas coisas, as crianças de hoje não se parecem com as que viveram a década de 1980.

Em meus 9 anos (idade atual de Sofia), Pedro Álvares Cabral parecia outro. É certo que estudei em uma escola tradicional, que não nos permitia questionar. Ainda assim, não me lembro de primos ou amigos que frequentavam outras instituições comentarem a história para além do que estava escrita nos livros.

Continua após a publicidade

Hoje, os livros são outros e as escolas também mudaram. Parece só uma alteração de tom sobre um evento histórico. Mas é muito mais do que isso. Falar sobre nosso passado sem florear, não ter medo de olhar para os caminhos tortos, manter a pulga – sempre – atrás da orelha ao ouvir os discursos oficiais é um avanço que não tem tamanho.

Penso que é esse aprendizado que essa geração vai usar em toda a vida (todos os dias, inclusive). É esse jeito novo de estudar, discutindo, questionando, repensando, apropriando-se do que é produzido em sala de aula que vai fazê-la caminhar para uma mudança realmente grande. A reclamação miúda pode até se repetir. A semana de prova pode até continuar sendo chata, mas a verdade é que já não somos os mesmos.

 

 

 

 

 

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Moda, beleza, autoconhecimento, mais de 11 mil receitas testadas e aprovadas, previsões diárias, semanais e mensais de astrologia!

Receba mensalmente Claudia impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições
digitais e acervos nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.

a partir de 10,99/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.