PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana
Imagem Blog

Roberta D'Albuquerque

Por Maternidade Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Roberta D'Albuquerque é psicanalista e autora do livro Quem manda aqui sou eu - Verdades inconfessáveis sobre a maternidade

Mãe de primeira viagem (de novo)

A maternidade é estar eternamente despreparada para o que vem. É oscilar entre se reconhecer e se estranhar no seu filho.

Por Roberta D'Albuquerque
Atualizado em 26 dez 2017, 12h43 - Publicado em 26 dez 2017, 12h36
 (ThinkStock/ThinkStock)
Continua após publicidade

Na terça-feira passada, 19, Vera Iaconelli publicou em sua coluna no jornal Folha de S.Paulo um artigo sobre adoção. Tanto o tema quanto os textos da psicanalista paulistana me interessam muito. Mas, para além do objetivo do que ela escreveu, um trecho não me saiu da cabeça: “Maternidade e paternidade são funções vitalícias e intransferíveis, enquanto que a fase bebê-criança é rapidíssima em relação ao conjunto da obra”.

Quando soube da minha primeira gravidez, eu me esforcei para ultrapassar a sensação de mãe inexperiente o mais rápido possível. Esse “não saber” que nos toma de assalto quando nos imaginamos com a responsabilidade de dar conta de outra pessoa me soava vertiginoso. Eu queria ter certeza de todos os passos: pré-natal, parto, amamentação. Queria estar no controle. À medida que a gestação avançou, entendi que, como se diz em Pernambuco, onde nasci: “Rapadura é doce, mas não é mole, não”.

Mais do que isso, entendi que parte da graça da maternidade é estar eternamente despreparada para o que vem. É surpreender-se dia após dia. É entender que se trata de outra pessoa, de outro tempo, com outras características. É oscilar entre se reconhecer e se estranhar no seu filho.

Sou mãe de uma menina de 11 anos (quase 12). Como escreveu Vera, a fase bebê-criança passou como um flash. Aos poucos, estou inaugurando o papel de mãe de adolescente. Apesar de ter lido muito sobre o tema, de torcer o nariz para os mais experientes que classificam os filhos como “aborrecentes” – tenho horror a esse termo –, de ter (mais uma vez) a certeza de que tiraria de letra essa fase, tenho a impressão de que vamos navegar por mares um tanto mais agitados do que calculávamos.

É um recomeço. Há dias em que me sinto mãe de primeira viagem (de novo). O que posso dizer por hora é que não há nada que me deixe mais comovida que os recomeços. Não estou pronta (como quando engravidei), mas nasci em Recife, sou da praia, e quero mergulhar.

 

 

 

 

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Moda, beleza, autoconhecimento, mais de 11 mil receitas testadas e aprovadas, previsões diárias, semanais e mensais de astrologia!

Receba mensalmente Claudia impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições
digitais e acervos nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.

a partir de 10,99/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.