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Kika Gama Lobo

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Focada na maturidade como plataforma pessoal, a jornalista Kika Gama Lobo escreve sobre as sensações e barreiras que as mulheres 50+ vivenciam

Recomeçar

A arte de se reinventar é muito importante para seguir em frente após uma demissão

Por Kika Gama Lobo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
29 nov 2017, 18h26
 (AndreyPopov/ThinkStock)
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Profissionalmente falando, ser demitida na maturidade é bem difícil. Vem sempre aquela pergunta. “O que eu fiz de errado com a minha carreira?”

Já que a coluna aqui é meu divã virtual, uso minhas experiências para dialogar com vocês. No começo de 2017 eu também fui demitida. Estava adorando meu trabalho como gerente geral de uma grande empresa de assessoria de imprensa, de um grupo paulista que decidiu sair do Rio de Janeiro pós-Olimpíadas, e nesse meio tempo houve uma fusão com outra empresa carioca, do mesmo ramo.

A nova direção, pelo jeito, não gostou de mim. E passei a viver a angústia de  “Quem vai pagar meu plano de saúde? Aluguel? Quem vai assumir os estudos das minhas filhas? Terei grana para o supermercado?”

Cinema, unha, lazer então – nem ousava cogitar. Fiz um acordo com a empresa que me demitiu e consegui sobreviver – com muita dignidade – até meados deste ano quando me vi novamente na selva da grana. Tenho 53 anos e trabalhei de sol a sol desde os 18.

Enquanto meus amigos estavam na praia, na balada, no auge de nossa juventude, eu já era hostess de eventos, assistente de comunicação, dublê de interprete (graças a Deus minha mãe me colocou na Aliança Francesa quando eu odiava bonjour, je t´aime, merci), fiz bicos de coordenadora de cursos de moda, monitora em colônia de férias pra gringos, RP de personalidades estrangeiras na cidade até que – despacito, despacito – cresci na profissão.

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Abri minha própria empresa de assessoria, a ATITUDE COMUNICAÇÃO, cheguei a ter 40 funcionários, 80 contas, parcerias com escritórios em São Paulo e Brasília, viajei o mundo, atendi clientes incríveis, aprendi muito e esse meu castelo  durou 22 anos. Com o baque da recente demissão me reinventei.

Liguei para alguns amigos atrás de emprego e tive a sorte de fazer um ótimo trabalho com RP de um camarote no Carnaval; ser chamada para ser o comercial de três assessorias de imprensa, empresas com perfis de clientela distintos entre si e, é claro, tocar meu projeto pessoal, o #atitude50.

E do alto dos meus quase 55 anos, eu agora sou youtuber (não vale rir), dou palestras motivacionais sobre cair e se levantar; entrevisto personalidades de diversas áreas em talkshows sobre a maturidade e sou parceira da escritora Martha Medeiros em bate-papos presenciais sobre amor, medo, morte, sexo, vida…

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E o convite para ser colunista da CLAUDIA ONLINE é uma das gratas surpresas da gangorra da vida. Se você que me lê agora está por baixo, vai uma dica: Mexa-se! Peça emprego. Mande CVs. Poste no Facebook que você precisa trabalhar.

Mantenha suas redes ativas. Só porque você foi um grande empresário, teve o emprego dos sonhos, estava por cima da carne seca que agora vai fazer tipo? Eu sempre digo: pedir trabalho não é vergonha. Vergonha é roubar, trapacear, corromper (Sergio Cabral essa é para você e seus napkin`s boys, além dos seus amigos da Assembleia-Presídio).

E outra máxima que não me sai da cabeça: quem tem amigos tem tudo. Obrigada a todos que me ajudaram. Prometo não decepcionar. 

Que venha 2018!

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