Atchim. Começou assim. Depois não passava. Veio a febre. Seguiu o cansaço. Bati estaleiro. No hospital, ressonância de seios da face, exame de sangue, raio X do tórax. Resultado: pneumonia. Não caiu bem.
A maturidade, dizem, é o clamor das lamúrias médicas. Você só fala de plaquetas, taxas de colesterol, batimentos cardíacos, colonoscopia e outras coisitas hards. A sensação que o corpo precisa descansar é um alerta para dizer que você não tem mais 20 anos. Nem 30. Nem 40. E a caraminhola se instala feito Sputnik no cerebelo.
Envelheci? A charanga pifou? O óleo acabou? A bateria arriou? E o processo todo da doença foi muito cerebral. Nua, no espelho, examinei cada nova pinta, craca, verruga, sinal que não estava ali antes. A celulite está um drapeado. O peito murchou. A bunda caiu. Mas acho que o pior foi aquela sensação de se igualar àquela tia mais velha que – ranzinza – só falava em gota, incontinência urinaria, câimbra.
Não estou dramatizando nada, mas também não quero parecer aquelas divas – mulheres maravilhas – que passam por uma enfermidade como quem está no shopping. Caí mesmo. Fiquei ruim. Não sei se estou vivendo uma fase de muitos questionamentos da maturidade. O que quero da vida? Quais meus planos para os próximos 5 anos? O que priorizar? Está valendo a pena o que estou vivendo? Dizem que o corpo fala. No meu caso, foi um workshop!