É golllllllllllllllllllllllll!
Cadê a ginga brasileira? Tudo é incolor, insosso. Vai ser a Copa do morno. Tomara que eu esteja errada
Achei chato o pontapé inicial na bola, a estreia do Brasil na Copa. Nunca fui Maria Chuteira, mas hoje em dia virou profissão, né? Esses meninos biliardários – até então famintos – viram ídolos midiáticos e fashionistas e as fêmeas sedentas viram cadelinhas de estimação dos soccer boys. Sono!
Estou meio cansada deste modelo de sucesso. Hoje, jovens buscam ascensão rápida em tudo. Sexo, carreira, poder, grana…. Tudo é meio superficial. Transar com homem, mulher, ex-namorado, homem de programa, poliamor… Vale tudo. Tenho filhas jovens e a cada escutada de ouvido que dou nas rodinhas de bate-papo delas acho tudo superficial.
Nós, mulheres maduras – hoje 50+, fomos muito mais além. Éramos verborrágicas, intensas, nossos quereres valiam lágrimas e suor. Hoje, depressão e melancolia soam como algo aceitável, blasé urbano. Não vejo explosão. E foi assim na Copa.
O texto de hoje é para comparar a falta de vontade para tudo. Parecemos anestesiados. O dia nasce e morre e estamos sobrevivendo. Tudo é aplicativo. Tudo é escaneado. Tudo é incolor, inodoro, insosso. Cadê a ginga brasileira? Cadê a ira sul-americana? Cadê a vontade de torcer. Amar, ganhar? Sinto que o tanto-faz, tanto-fez é mister. Vai ser a Copa do morno. Tomara que eu esteja errada.
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