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Ana Claudia Paixão

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A jornalista Ana Claudia Paixão (@anaclaudia.paixao21) fala de filmes, séries e histórias de Hollywood
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O Jeitinho Carioca para Gringo Ver

Série da StarPlus conecta cariocas e estrangeiros com leveza e, sim, algum clichê que não atrapalha em nada

Por Ana Claudia Paixão
20 out 2023, 07h18
Entrevista com Douglas e Débora.  (Star+/Divulgação)
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No início dos anos 1990, ainda estagiária no jornalismo da TV Globo, fui incumbida de participar da produção de uma matéria cultural: o lançamento de um guia que ensinava aos estrangeiros e brasileiros “como ser carioca”. O manual, repleto de dicas, situações corriqueiras de quem vive no Rio de Janeiro, é divertido e certeiro. A autora, Priscila Ann Goslin, vivia na Cidade Maravilhosa há anos e sempre tinha que ‘traduzir’ o estilo dos moradores locais para seus amigos que vinham visitar.

Passados 31 anos, o livro ganhou uma adaptação para TV e plataformas digitais, estreando essa semana na StarPlus com seis episódios e assinatura de Carlos Saldanha, conhecido mundialmente pelas animações da Disney como RioRio 2 e Touro Ferdinando, entre outros trabalhos de destaque. “Eu moro fora desde 1991, mas eu sempre carrego o Rio de Janeiro no meu jeito de ser”, admite Carlos em um papo exclusivo com CLAUDIA.

Assim como Carlos, Diogo Dal e Joana Mariani dirigiram Como Ser Carioca, que estreou dia 19 e conta com elenco diversificado, liderado por Seu Jorge, ao lado de atores brasileiros como Douglas Silva e Debora Nascimento, e estrangeiros também, que nos ajudam a redescobrir o charme que fez do Carioca uma referência por tantos anos quase como a “oficial brasileira”.

O Rio de Janeiro mudou muito nas três últimas décadas, tanto que a inocência da simpatia de abraçar estranhos, ajuda-los e estar sempre sorrindo até parece estranha. Mas ainda existe e é muito bom resgatá-la.

“Eu lembro de ter lido o livro [de Priscila] quando foi lançado, mas foi apenas no início de 2008/2009 que passei a pensar nele de outra maneira”, explicou Diogo, que percebeu que nas situações citadas pela autora havia um potencial narrativo. “Mas era um guia, fiquei com essa vontade [de transformar em história] até que encontrei a Joana, que tinha a mesma fé no projeto”, disse.

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O plano original era de filme, mas conversando com Carlos Saldanha, percebeu que seria mais interessante contar em episódios, ou seja, uma série. “A construção criativa foi muito agradável, fácil e ganhei um amigo, um irmão mesmo”, celebrou Joana.

“Percebemos que se fosse filme, seria um tempo muito limitado para tantas histórias”, completa o diretor. “Acendeu uma luz: vamos pegar um país por cada episódio, uma temática por cada episódio, mas ter um carioca para colar todas essas histórias”, explicou ela.

E que carioca! Seu Jorge é o condutor, mas é um protagonista disfarçado. Por exemplo, no primeiro episódio é Douglas Silva que representa o Rio, como um segurança no corcovado que lida com o drama de uma argentina de passagem pela cidade. “Por mais que sejamos plurais, temos um jeito único de levar a vida”, Douglas brinca com Debora Nascimento, que vive no Rio há 12 anos.

O ator lembrou das filmagens, em plena pandemia de Covid-19, que dificultou bastante o trabalho. Do momento mágico de chegar ao Redentor antes do sol nascer, esperar a luz e gravar rapidamente algumas das cenas mais marcantes da série, com ninguém além do elenco na atração turística que é uma das sete maravilhas do mundo moderno. “

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Foi surreal”, disse, “ainda fico arrepiado e foi especial para mim, porque minha filha faz uma participação especial também”, completa.

Debora, que teve que aprender a jogar altinha e o futevôlei, se divertiu com o desafio de interpretar uma jornalista que é também uma garota de Ipanema. “Fiquei com uns roxos nas pernas, mas foi divertido”, revelou. “A Soraia [sua personagem] tem uma empatia, tem essas camadas e o jeitinho de ser carioca”, acrescentou.

A série talvez tenha um apelo maior para estrangeiros, mas engrena logo de cara. O episódio de abertura nos coloca com duas hermanas argentinas às voltas com o sincretismo religioso tão adotado por todos. Temos outra história que nos conecta com refugiados sírios, e assim vamos.

Há o melhor e o pior do Brasil, como o clássico escrito por Fausto Fawcett define em Rio 40 Graus, que é o tema de abertura (em ritmo bossa nova e na voz de Seu Jorge).

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Aliás, como não poderia deixar de ser, a trilha sonora de Como Ser Carioca, assinada por Maria Gadú, embala não apenas as histórias, como a cada nova versão nos faz emocionar e cantar também. Como Douglas brinca, a série analisa bem “como é ser carioca”. “Mais do que isso, só se desenhar!”, finaliza.

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