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Ana Claudia Paixão

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A jornalista Ana Claudia Paixão (@anaclaudia.paixao21) fala de filmes, séries e histórias de Hollywood

Será que a Marquesa de Merteiul de Ligações Perigosas pode ser reescrita?

A colunista Ana Claudia Paixão questiona se a icônica personagem do filme será tão bem representada nesta releitura

Por Ana Claudia Paixão
25 jun 2021, 19h12
Ligações perigosas
 (Foto: Metro-Goldwyn-Mayer/Getty Images)
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Eu fiz questão de ler Ligações Perigosas ainda na faculdade, depois de ter sido fortemente impactada com o filme de Stephen Frears e a atuação icônica de Glenn Close como a Marquesa de Merteiul.

“Quando uma mulher ataca à outra, ela raramente erra e a ferida é invariavelmente fatal”, explica a personagem ao Visconde de Valmont quando vence a aposta que conduz a trama. A frase do filme está no livro, o que é espetacular e uma das raras boas adaptações para as telas.

No entanto, o filme e a peça são enxutos quando se trata da história do passado e também da conclusão da trajetória da fria, manipuladora e vingativa Marquesa de Merteiul.

Ela pode ser vista como a grande vilã, destruindo corações e vidas motivada pelo orgulho ferido e ciúmes. Mesmo assim, as melhores frases do filme, do livro e da peça são dela, incluindo a ultramoderna explicação de suas táticas.

“Mulheres precisam ser mais talentosas que os homens”, diz. “Com apenas poucas palavras vocês podem acabar com a reputação de uma mulher. Eu fui obrigada, portanto, a encontrar escapatórias jamais imaginadas antes e consegui ter sucesso porque eu sempre entendi que deveria dominar o seu sexo e vingar o meu”, finaliza para um Valmont boquiaberto. Pois lembre que essas palavras foram escritas há 239 anos. Poderosa!

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Pierre Choderlos de Laclos publicou Les Liaisons Dangereuses, em 1782. Foi um escândalo na época, porque apenas 10 anos antes da Revolução Francesa, embora fictícia, a história das manipulações do casal narcisista e amoral pareceu extremamente verossímil para a época.

Embora o livro original fosse um clássico na França, o cinema levou cerca de 177 anos para fazer sua primeira adaptação, com o filme de Roger Vadim, de 1959, com Jeanne Moreau como a temida Merteiul.

A versão mais popular, no entanto, é a adaptação de Christopher Hampton, que fez de Alan Rickman (o Snape de Harry Potter) uma estrela nos palcos e John Malkovich, nas telas.

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O filme de 1988 era para ter sido dirigido por Milos Forman, mas ele divergiu quanto ao foco da história e fez a sua versão, Valmont, com Colin Firth, Annette Bening e Meg Tilly. A produção não alcançou o sucesso do filme de Stephen Frears, com Glenn Close, John Malkovich e Michelle Pfeiffer.

Em 1999, Cruel Intentions transportou a história para os dias atuais em Nova York. A Globo também fez sua versão com Patricia Pillar no papel da Marquesa há poucos anos.

Agora, a plataforma de streaming Starz, que trouxe as séries das rainhas inglesas, já está gravando sua versão de Ligações Perigosas. Mas há uma surpresa. Desta vez, a minissérie vai focar na história da jovem Marquesa de Merteiul e como ela e Valmont se conheceram.

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Na peça e no livro, os dois falam do passado em comum, com olhares bem diferentes sobre o affair que os uniu. Aliás, esse é de fato o elemento mais importante da história, pois é essa mágoa que conduz a marquesa em sua vingança e contribui para o elemento trágico da conclusão.

Alice Englert e Nicholas Denton vão dar vida aos anti-heróis da história. O elenco reúne Lesley Manville, Carice van Houten, Paloma Faith, Michael McElhatton, Kosar Ali, Nathanael Saleh, Hakeem Kae-Kazim, Hilton Pelser, Mia Threapleton, Colett Dalal Tchantcho, Lucy Cohu, Fisayo Akinade, Maria Friedman e Clare Higgins.

Um ponto positivo é que a série tem uma visão feminina nos bastidores. Harriet Warner, de The Alienist da Netflix, é a showrunner. É importante, porque a Marquesa de Merteiul depende de uma mulher para ser contextualizada com justiça. Estou animada!

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