Kate Winslet estreia em série de suspense arrebatadora da HBO
A atriz é a grande estrela da nova série da "Mare of Easttown", em que interpreta uma detetive com um crime difícil de resolver
Kate Winslet é uma atriz intensa. Suas personagens – simpáticas ou não (com frequência, não) – são passionais e sempre muito dramáticas. Ela estreou na pele de uma adolescente psicótica e assassina em Almas Gêmeas, de Peter Jackson, em 1994. Foi indicada ao Oscar pela primeira vez no ano seguinte, como a inesquecível Marianne Dashwood de Razão e Sensibilidade e, em 1997, virou ícone do cinema ao dar vida à Rose DeWitt Butaker, de Titanic.
De lá para cá, sua carreira foi se construindo com diversas grandes atuações, seja em filmes de época ou em modernos. Em 2008, finalmente recebeu o merecido Oscar de Melhor Atriz por O Leitor. Ela tinha apenas 33 anos. Recentemente foi elogiada por seu papel em Ammonite, de 2020.
Quando olho a filmografia da atriz não é à toa que uma das personagens que mais aprecio de Kate é a jornalista Iris Simpkins de O Amor Não Tira Férias. É um grande alívio vê-la em uma trama mais leve e esperançosa. Sim, porque se há uma coisa que eu associo a choro e à angústia é ver o nome de Kate Winslet nas telas. Suas histórias são pesadas, mas não exatamente Iris! Ela até é intensa como as outras, mas nos faz rir também. É meu filme escapismo favorito.
Pois bem, em 2011, Kate fez sua estreia na TV americana e foi impecável na sua escolha. Foi a regravação do clássico Mildred Pierce, que rendem à Joan Crawford um Oscar. Era obvio que iria incluir o Emmy de Melhor Atriz na estante e dito e feito. A Mildred de Kate, ao contrário da de Joan, mesmo com dinheiro, não passou a ser uma bela mulher, o que me leva a avaliar a galeria de personagens parecidas.
Mildred faz parte do grupo de heroínas da atriz que têm algo em comum. Fosse Iris ou Sarah Pierce (do filme Pecados Íntimos) ou Hanna Schmitz (de O Leitor) e outras personagens, são mulheres sofridas, sem vaidade e capazes de atitudes surpreendentes.
Por causa delas, não é surpresa ver a nova personagem de Kate, a detetive Mare Sheehan, da série Mare of Easttown, que estreou na HBO neste domingo (18). Sem maquiagem e roupas largas, Mare é uma “típica” escolha da atriz inglesa, mais uma vez, interpretando uma americana proletária.
Mare Sheehan é a principal detetive de uma pequena cidade na Pensilvânia, Estados Unidos, Easttown. Apesar de ser policial há anos, ela ainda vive ainda da fama de um grande jogo de basquete da escola, 25 anos antes, onde fez história com o time local.
Hoje é difícil imaginá-la uma garota popular, mas aí está um dos elementos da série. Não ser nada do que parece. Em meio ao caos de sua vida pessoal – ela lida com o divórcio, a morte de um filho, viver com sua mãe, além dos embates com sua filha adolescente – acontece um assassinato que comove a todos.
E a vítima é justamente a filha de uma ex-colega de escola. Nem tanto como Laura Palmer de Twin Peaks, ainda assim o mistério mexe ainda mais com a instável realidade de Mare. Ela é contrariada também porque logo entra em cena o detetive Colin Zabel (Evan Peters), que é seu oposto em tudo e deve ajuda-la a solucionar o crime.
Dividida em apenas sete episódios, a série é dirigida por Craig Zobel, que assinou os elogiados A Caçada e a densa The Leftovers. A crítica americana considerou a trama quase uma refilmagem da excelente série britânica Broadchurch, estrelada por Olivia Colman e David Tennant, o que mostra o potencial dramático. Porém também se queixa da vida amarga da heroína, que não tem aparente motivo para estar tão no fundo do posso.
Mare de Easttown marca também o reencontro de Kate Winslet com Guy Pearce, com quem estrelou Mildred Pierce, há dez anos. Eles têm química juntos.
Já me conformei que, mesmo sendo um tema pesado, não vou perder. Afinal, a maior marca dos trabalhos de Kate Winslet é a qualidade, portanto não tem como errar!
Veja o trailer abaixo
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