Stephen Burks vem ao Brasil lançar sua nova coleção de luminárias
O designer novaiorquino Stephen Burks esteve em São Paulo para lançar a linha de luminárias ANWAR na Puntoluce. Conheça suas principais ideias na entrevista a seguir.
Conhecido internacionalmente pela valorização das técnicas artesanais de produção, o designer Stephen Burks já esteve pesquisando e trabalhando em diversos países como: Austrália, Ghana, Peru, índia e Filipinas. E em seu portfólio de clientes estão marcas como Audi, B&B Italia, Dedon, Estee Lauder, entre outras.
Recentemente, ele esteve no Brasil para lançar sua linha de luminária ANWAR, da marca espanhola Parachilna, representada com exclusividade pela Puntoluce. A seguir, ele conta um pouco sobre suas influências e inspirações.
Onde você busca referências?
No artesanato de vários países que visito, principalmente na Ásia e África. Mas, meu trabalho não se limita a reproduzir peças étnicas. Sou inspirado por elas para criar produtos que façam a ponte entre o artesanato e o desenho industrial contemporâneo, e a partir daí ser um elo entre a cadeia que une artesãos, empresas e consumidores de luxo. As minhas referências hoje são os ready mades.
Da onde surgiu a vontade de ser designer?
Minha inquietude para criar, observar e transformar. Inicialmente queria ser escultor e acabei me formando em arquitetura no Illinois Institute of Technology e fiz pós-graduação na Columbia University. Quando me graduei, os conceitos da escola Bauhaus estavam muito enraizados e por isso, começamos a pensar o que poderíamos criara combinando as mãos e as máquinas. Fui, provavelmente, a primeira geração a aprender a desenhar com o computador.
Qual foi a sua inspiração na hora de criar a linha de luminárias ANWAR?
A inspiração veio de casa com meu filho de 9 anos que, além do fato dele ter um belo cabelo volumoso e encaracolado, Anwar significa luminoso em árabe. A luminária tem a ver com pegar esses fios de barbante ou feixes de corda e desenrolá-los, separá-los até que se abram, permitindo luz e transparência. A Anwar une exatamente o fazer artesanal com o fazer industrial. E a Parachilna, empresa espanhola, sediada em Barcelona se propôs a produzir a coleção num virtuoso exercício metalúrgico desenvolvendo a peça de forma totalmente artesanal. São soldadas uma a uma hastes de aço que se conectam a um aro com 20 cm de diâmetro. Os técnicos tomam todos os cuidados para que a peça crie exatamente a mesma sombra e jogos de luzes que criei no papel. A linha é composta por pendentes e luminárias de chão e mesa elaboradas com fios de aço galvanizados nas cores preta, dourada e cobre.
Você acha que é possível unir materiais ecológicos sem comprometer a qualidade?
Sem dúvida alguma esse é o futuro. As marcas de luxo hoje veem que o mercado busca por produtos e elementos sustentáveis que tenham uma linguagem contemporânea. E ser sustentável não apenas salvar o planeta ou estar engajado em ações ecológicas. Hoje vemos que ser sustentável é olhar também para o artesanato e muitas marcas de luxo buscam criar produtos com uma identidade local que regatam valores culturais. O luxo está, na relação entre o material cru, a cultura e o artesanato. Muitas cooperativas de artesãos criam produtos luxuosos e caros.
Na sua opinião, de que forma o bom desenho interfere o mercado consumidor?
Pela sua criatividade e pelo impacto que tem sobre a forma. Mas, acredito que hoje o consumidor está esperando por uma visão pluralista do design, algo hibrido, porque vivemos em um mundo em que ideias e informações se movem rapidamente e um bom desenho tem quer ser mais acessível, acho possível eles coexistirem simultaneamente.