Simplicidade dá o tom a um refúgio em Trancoso
Seguindo o padrão visual típico do local, a combinação rústica e despretenciosa se encaixa na paisagem baiana
Foi paixão à primeira vista. Quando conheceu Trancoso, 20 anos atrás, a designer de joias Syomara Crespi pensou imediatamente em ter um cantinho no vilarejo, no sul da Bahia. “Mas só encontrei o que procurava em 1998: uma típica casa colonial”, conta. A construção fica no Quadrado, a praça central do lugar, e estava fechada havia algum tempo. “O espaço era pequeno, mas o terreno, profundo. Depois que limpei o mato, descobri a vista para o rio e o mar”, lembra.
Para a reforma, a designer recorreu ao ceramista João José Calazans. “Queria aumentar a casa, porém sem descaracterizá-la, por isso chamei alguém que conhece bem a arquitetura da região.” Por fora, tudo foi preservado. A construção original se transformou na ala social e agora um corredor descoberto leva às três suítes feitas ao fundo. Tudo simples, com chão de cimento branco, teto sem forro e antigas telhas de barro.
O décor segue o mesmo princípio de simplicidade, com peças de madeira, palha e ferro. “Comprei praticamente todos os móveis num mesmo dia em São Paulo e mandei entregar aqui. O restante, encontrei no vilarejo: alguns itens vieram de lojas do Quadrado, como a Divino’s, e outros adquiri diretamente de artesãos, como o Rael e o Calazans. É dele a luminária de abacaxi que fica na fachada e, por causa dela, a casa é conhecida como Casa do Abacaxi”, diverte-se ela.
Aqui, há somente o essencial em cada ambiente para não poluir a paisagem e deixar bastante espaço para a circulação. “Queria que tudo combinasse perfeitamente com o lifestyle que gosto de ter quando chego à Bahia. Não há pressa para nada. Estou sempre com chinelos de dedo nos pés, não uso maquiagem e deixo secar os cabelos ao vento. Um contraponto perfeito para a agitada vida que levo em São Paulo”, completa.