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Peter Marigold e o seu design cheio de bom humor

O designer Peter Marigold vai marcar presença no Fórum Internacional de Arquitetura e Construção, da Expo Revestir, no dia 1 de março. Conversamos com ele previamente. Confira a entrevista

Por Texto: Liége Copstein
Atualizado em 25 Maio 2022, 12h16 - Publicado em 1 fev 2016, 21h29
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Divertidos e inesperados, os trabalhos do britânico Peter Marigold temperam sustentabilidade com humor e autonomia criativa. “Quando criança, adorava inventar peças com itens descartados”, lembra. “Reencontrei essa espontaneidade no design.”

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1. Qual a importância do humor em seu trabalho?

Gosto de pensar que meu trabalho sempre traz algum elemento de transformação. Isso é um pouco mais do que ser simplesmente divertido. É mais sobre reconhecer que o mundo está em constante fluxo e estado de mudança. Não sou fã de trabalhos monumentais! Quase sempre incorporo um elemento de desintegração, ou de movimento, ou de maleabilidade nas peças. E, às vezes, isso pode parecer humor, mas vejo mais como um subproduto agregado ao resultado, derivado das qualidades menos evidentes dos objetos projetados.

2. Até onde o design deve sujeitar-se à sustentabilidade, e como você lida com essa questão?

Não é meu foco essencial. Sempre vivi da forma mais econômica possível, então está na minha natureza fazer o máximo a partir do mínimo, mas não vejo isso como um dogma. Odeio objetos exagerados, que desperdiçam recursos, apenas porque eles representam uma estupidez, mais do que pelo fato de representarem uma falha moral, e se eu fizesse um objeto assim ficaria triste. Fazer algo funcional gastando pouco é muito mais gratificante. Talvez uma exceção seja um dos meus projetos recentes, o FORMcard, folhas de bioplástico colorido maleáveis quando aquecidas. Ele é biodegradável quando descartado no solo, mas o importante é que liga-se a outros materiais e serve para reparar objetos que iriam para o lixo. Isso é muito positivo!

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3. Qual a diferença entre design e arte?

Arte ou escolas artísticas? São coisas diferentes. A arte que você vê na maioria das galerias contemporâneas pelo mundo é o produto de escolas artísticas e acaba sendo uma banalidade autoreferencial. Tem pouco a ver com os impulsos primais que levaram os primeiros seres humanos a pintar nas paredes de suas cavernas. Acho que o design está muito mais perto disso. Quando eu era menino costumava criar objetos com refugos, era uma obsessão. Depois fui estudar arte e não era isso que as pessoas faziam lá, não era divertido. Então fui para a escola de design e me senti como uma criança novamente, um menino inocente e fascinado por criar objetos.

4. Quais seus materiais e fontes de inspiração preferidos?

Neste momento, adoro o bioplástico com o qual estou trabalhando. Ele derrete na água quente, parece argila, mas é plástico… Algo intermediário entre um material primitivo e um processo industrial. Estou criando potes gigantes com ele! Inspiração busco em mercados de pulgas, antiquários, livrarias… E também em problemas, viagens de trem, florestas e cidades!

5. O que você trará à Expo Revestir?

Puxa, ainda não sei! Gostaria muito de falar sobre minha experiência no mercado virtual, promovendo um pequeno produto de sucesso, em vez de trabalhar com um grande produtor. É um produto incrivelmente anônimo (o FORMCard, lançado através do site kickstarter) que tem um milhão de aplicações. Gostaria de falar de coisas que não têm formas definidas, coisas que mudam, decaem e desenvolvem vida própria… Sobre a autonomia dos materiais como objetos eles próprios… Não sei, posso responder no mês que vem? (risos)

 

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