Obras de Leonilson estão expostas na Estação Pinacoteca, em SP
A Estação Pinacoteca traz ao público a obra de Leonilson, figura-chave da arte brasileira nos anos 1980 e 90.
Quem tinha o privilégio de entrar na casa de Leonilson percebia, de imediato, que esse artista plástico transbordava imaginação. A casa mal tinha lugar para sentar, pois era tomada por telas e desenhos com registros do cotidiano e de um porvir de desejos. Infelizmente, seu futuro seria breve. Aos 36 anos, em 1993, um dos ícones da chamada Geração 80 – movimento que incluía os renomados Nuno Ramos e Leda Catunda, entre outros – viria a falecer por complicações decorrentes do vírus HIV. Um fragmento da vida breve, mas completa de criações, está em cartaz na exposição Truth, Fiction, na Estação Pinacoteca, em São Paulo – até o dia 9 de novembro. O curador Adriano Pedrosa selecionou 150 obras, datadas a partir de 1987, e as dividiu em sete módulos, fugindo de uma cronologia. O que importa ali são os temas levantados: Mapas, Diários, Matemática, Geometria, Brancos, 1991 e Capela do Morumbi, sendo esta a última instalação feita pelo artista, no ano de sua morte. Entre bordados e pinturas, o público ainda pode conferir uma série de ilustrações que Leonilson publicou no jornal Folha de S.Paulo entre 1991 e 1993. “Quando descobriu que estava doente, ele não tinha mais energia para as telas. Foi nesse momento que começou seus bordados, e sua arte ficou mais intimista e dramática”, relembra a amiga Leda Catunda, que, com outros colegas, colaborou incessantemente para que Leonilson continuasse a produzir, ajudando-o até a bordar. Era uma retribuição a um criador e amigo que levava ao público e aos que o circundavam o diário de sua existência com a sensibilidade de um artista único.