O apartamento carioca do arquiteto francês Jean de Just
Um mix estiloso de influências e padronagens compõem o décor do apê, em Ipanema
A arquitetura original do prédio, da década de 1950, encantou de cara o francês Jean de Just. Formado em Paris, ele treinou seu olhar na restauração de monumentos históricos, como o Grand Palais e a Opéra Garnier. “Logo enxergo se um espaço tem alma. Para mim, isso é fundamental”, diz.
Quando entrou neste apartamento em Ipanema, numa rua tranquila entre o mar e a Lagoa Rodrigo de Freitas, o arquiteto se sentiu em casa. Reparou no pé-direito alto, nos tacos claros em paginação espinha de peixe e na bela luz natural, filtrada por janelas amplas, espalhadas por todos os ambientes, e decidiu ficar.
Ao pensar o décor, propôs um mix com tanta personalidade quanto o apê. “Combinei peças antigas com móveis contemporâneos. Só tomei o cuidado de seguir a mesma linguagem”, fala. A ideia de casar peças de estilos e períodos distintos tem um porquê. “Fujo de ambientes com cara de showroom. Para isso, acho importante investir em escolhas ecléticas e surpreendentes. Também costumo garimpar bem objetos, almofadas e quadros, o que faz toda a diferença”, ensina o arquiteto.
Outra boa aposta dele foi na mistura de estampas – que vão além dos tecidos e cobrem até uma parede na sala de estar. “Chamei uma pintora francesa, a Geneviève Fourniol, para criar um painel baseado na obra do designer dinamarquês Verner Panton”, conta Jean.
O preto e o branco da obra se repetem em outros ambientes, como a cozinha, fiel ao clima retrô do apartamento. “Gosto demais dessa atmosfera tanto pelo design bem pensado quanto pelo aconchego.”