Mathieu Lehanneur e o design para o bem-estar
Saiba mais sobre o trabalho voltado para o bem-estar do francês Mathieu Lehanneur, nova estrela do design mundial.
Ele escapa de desenhar cadeiras – uma peça quase obrigatória na carreira de todo designer – e prefere se dedicar a desvendar os desejos do ser humano. Apontado como o novo Philippe Starck (estrela global e igualmente francês), Mathieu Lehanneur se preocupa em criar produtos que ajudem a dormir bem, respirar melhor e silenciar os barulhos de uma metrópole. Nessa busca por gerar bem-estar, aproxima-se da ciência e a alia às formas sedutoras dos produtos de design. Até a curadoria do Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova York se deixou encantar por essa ideia e adquiriu para seu acervo parte da coleção Objetos Terapêuticos (frascos que ajudam um paciente a seguir seu tratamento corretamente), além de Andrea, um purifcador de ar com tecnologia fornecida pela Nasa. De passagem por São Paulo, onde participou do Design Weekend, no mês passado, Mathieu conversou com CASA CLAUDIA.
De onde surgiu a vontade de ser designer?
Meu pai era engenheiro e inventor. Desde pequeno, eu o via trabalhando sobre a mesa, quieto, pensando. Esse processo de passar semanas refletindo a respeito de um objeto me despertou o desejo pelo design. A diferença é que ele era mais focado na técnica. Eu me interesso por essa parte, claro, mas principalmente pela função da peça.
Por que resolveu fazer o seu trabalho com esse foco?
Acredito que os objetos têm poder de transformação. Costumamos pensar no design como algo relacionado à mobília. Meu interesse é em como as pessoas vivem e de que forma usarão minhas criações. Por isso, eu me junto a profissionais ligados à ciência, já que eles têm a capacidade de entender como o ser humano vive e pensa.
Como tornar a função e a forma equivalentes em importância?
A função é primordial. Graças a ela, viver sem determinado item se torna impossível. Essa é a parte técnica, na qual os cientistas me auxiliam – e é incrível como eles são capazes de transitar entre o abstrato e o concreto. A forma, porém, precisa provocar o interesse logo de cara. É como uma pessoa atraente, de quem você quer chegar perto.