Jabuticabeira suspensa rouba a cena em CASA COR SP
Árvore chama atenção no espaço do arquiteto Nildo José. Conheça o ambiente e como ele se tornou protagonista na mostra
Nildo José. Anote esse nome. Se depender do que o jovem arquiteto de 27 anos apresentou em 2016 na CASA COR SP, você ainda ouvirá muito falar sobre ele. Em sua primeira apresentação na mostra, Nildo criou um apartamento jovial de 44 m², minimalista e baseado em uma paleta de cores claras. “Meu desejo foi compor um espaço aconchegante e no qual poucas – mas valiosas – peças fossem utilizadas”, conta o arquiteto, revelando que, entre as obras que passaram por sua curadoria estão a cadeira Três pés de Lina Bo Bardi, uma cadeira de Jorge Zalzuspin e a banqueta Tripé, assinada por Claudia Moreira Salles. Evitar o excessos fez com que o espaço não ficasse parecendo um showroom de loja, mas um ambiente de casa onde o menos se transformou em mais.
O que dá nome ao ambiente, batizado de Estúdio Jabuticaba, é uma das peças mais icônicas desta edição de CASA COR: uma jabuticabeira. Isso mesmo: no centro do ambiente, há um pé de jabuticaba suspenso e preso no teto com cabos de aço. Na raiz da árvore, foi utilizada a técnica chamada de kokedama, procedimento japonês geralmente utilizado em bonsais e que trabalha as raízes da planta como se fossem um novelo de lã. “Ao dar protagonismo a uma jabuticabeira, desejei fazer com que quem visitasse o espaço parasse por um minuto e pensasse no papel das árvores para a nossa vida e em como devemos preservá-las. A decoração também pode conscientizar e isso é o que esse pé de jabuticaba faz: despertar no visitante a preocupação com o meio ambiente”, conta o profissional. Por ser experimental, Nildo não sabe o impacto que isso irá gerar para a planta e se essa técnica pode, a longo prazo, prejudicá-la, mas garante que, caso perceba que a jabuticabeira está sofrendo, irá tirá-la dos cabos de aço e plantá-la em um vaso — de maneira convencional. E adianta que, caso a planta sobreviva bem, certamente irá adotá-la e cultivá-la em sua própria casa – um belo sinal de gratidão perante a peça que, em conjunto com o ambiente aconchegante e inovador, fez dele um dos protagonistas da maior mostra de décor da América Latina.