Galpão antigo em Fortaleza vira ateliê e casa de um pintor
Um galpão antigo no centro de Fortaleza virou o amplo e luminoso ateliê-casa do pintor Rian Fontenele.
Os ipês plantados na calçada ainda estão pequenos, mas o pintor Rian Fontenele já pode chamar de ateliê e de casa esse antigo armazém de algodão – que mais recentemente abrigou uma fábrica de molduras. “Ser artista é ofício. Desenho e pinto todos os dias. Daí a importância de ter um espaço em que possa sentar, me concentrar, ter horas a fo de trabalho.” Também é um lugar para exibir sua obra: quadros de grandes dimensões com vultos sob a neblina, inspirados em poesias de Carlos Drummond de Andrade e do romeno Paul Celan, aquarelas menores de traços mais livres e peças de cerâmica escavadas com ponta seca. O ambiente fca no degradado centro da capital cearense. “Estou fazendo parte da revitalização da região”, diz. Ao lado, uma escola de fotografa tomou um galpão, enquanto um grupo de cineastas ocupou outro prédio, num movimento espontâneo dos moradores. O próprio Rian, formado em arquitetura, criou o projeto para transformar a construção de 450 m² em ateliê-casa. “É meio improvisado”, afrma, modestamente. Quase tudo foi feito pelo dono da casa, do desenho dos móveis ao jardim, que antes era um depósito de lixo. Ali, na companhia da boxer Corona e dos livros que ama, tem o necessário para exercer seu sacerdócio, exibir sua arte e receber os amigos ao redor da mesa de 12 lugares, desenhada por ele e executada pelo pai, Ivan Cunha, com um tronco de jaqueira plantada pelo avô.